2.7.13

PRAÇA PÚBLICA (I): Deliberações “à la carte”?

Iniciamos com este escrito, um espaço sobre as Autárquicas 2013 no qual, diariamente, iremos focar alguns dos problemas que exigem solução mais premente ou, pelo menos, a atenção dos candidatos para os mesmos.
O espaço é aberto à participação de todos os nisenses – de nascimento ou pelos afectos – bastando, para o efeito, que se identifiquem devidamente e utilizem o email portaldenisa@gmail.com
Amanhã, quarta-feira, na sessão ordinária do executivo nisense está prevista a discussão de vinte e oito pontos na Ordem de Trabalhos. É uma sessão que se antevê extensa e com alguns pontos que, pela sua complexidade e pelo contexto político em que irão ser discutidos (três meses antes das eleições autárquicas) deveriam merecer profunda análise e reflexão.
Dois deles dizem respeito às vias de comunicação rodoviárias e concretamente à EN 18, com a desclassificação da tipologia da via e a transferência para a jurisdição municipal, um assunto de que a população não conhece, minimamente, os contornos e que pela sua importância, julgo que seria imperativo conhecer e até poder pronunciar-se sobre o mesmo. A proposta na Ordem de Trabalhos refere-se a coordenadas X e Y, numa linguagem tecnocrática inacessível para o comum dos munícipes.
O que estes, entre os quais me incluo, gostariam de saber, era a extensão dos troços da EN18 que irão ser desclassificados e que passarão para a jurisdição municipal (os locais, exactos, onde começa e onde termina a “cedência e a “desclassificação” da EN18), as condições em que a “operação” foi negociada, quais as obrigações e contrapartidas para o município e se esta medida “descentralizadora” vem ou não acompanhada das indispensáveis obras de beneficiação e de requalificação de que a EN 18, em muitos troços, está carecida.
A Câmara aceitou, há anos, a desclassificação do troço da EN 359, entre Nisa e Montalvão com algumas obras de pavimentação como contrapartida. Ficou por fazer a indispensável correcção de alguns troços, nomeadamente de algumas curvas, já consideradas como perigosas na época, situação de perigosidade e insegurança que a ausência de sinalização no pavimento e demarcação das vias de circulação, veio a aumentar.
Lembro-me, agora, de que, se tem ido por diante a ideia “peregrina e revolucionária” da presidente da Câmara de “fechar ao trânsito” o centro de Nisa – entre o Calvário e o Cine Teatro – a circulação rodoviária em Nisa devia ser “bonita” e sem “transtornos”.
Lembro-me também e alerto – para uma preocupação que deveria constar nas reivindicações a apresentar às Estradas de Portugal, a sucessora da JAE – do perigo existente na Estrada das Amoreiras, com as valas de escoamento das águas pluviais, profundas e sem sinalização adequada, constituindo um constante factor de insegurança para quem circula no local.
A construção de passeios, a requalificação e uma "nova cara" que identifique a entrada no Alentejo, para uma das principais entradas (e saídas) da vila, tantas vezes prometida e nunca concretizada, deveria ser encarada pela Câmara como uma obrigação e obra prioritária.
Mas, isso, claro, são outras “contas” que poderão ou não, entrar no “deve –haver” eleitoral...
O Conhal é zona protegida, lembram-se?
Ainda recentemente alertámos, aqui, para os autênticos desmandos praticados em zona nobre do Conhal e na área classificada – por isso mesmo, protegida – do monumento natural das Portas de Ródão. Há indicações de que essas intervenções “estranhas e obsoletas” não terminaram e, mais, garantem-me que vão continuar.
Só espero – e daqui a minha recomendação – que não seja com o beneplácito, tácito e ou indiferente, dos eleitos municipais.
Seria um crime, se assim fosse, a juntar a outros cometidos.
Para meio entendedor...
Mário Mendes