20.1.13

NISA: Memória do Cine Teatro (Janeiro 1939)





Em Janeiro de 1939, a empresa do Cine Teatro Nizense Lda exibiu três filmes, com destaque para a apresentação do filme português "A Canção da Terra", de Jorge Brum do Canto que teve uma assistência de 461 espectadores.
A Canção da Terra surgiu a partir do argumento original de Jorge Brum do Canto. Neste filme, que data de 1938, Brum do Canto foi também realizador, e contou com a colaboração, ao nível da fotografia, de Aquilino Mendes. A direção musical esteve a cargo de Affonso Corrêa Leite e Armando Rodrigues. Trata-se de uma película a preto e branco, com uma duração de 1h 42m. Teve como intérpretes Elsa Rumina, Barreto Poeira, Óscar de Lemos, João Manuel Pinheiro e José Celestino, entre outros. A produção sofreu vicissitudes várias, o que provocou, inevitavelmente, um atraso na conclusão da longa-metragem.A ação decorre na Ilha de Porto Santo. Conta-se uma história da gente local, dos seus costumes e conflitos. Em contraste com a paisagem florida da Ilha da Madeira, o realizador mostra-nos uma terra árida, sinuosa e carecida de água. Para completar o cenário, Brum do Canto não hesitou em preencher este drama em tom de western com uma história de amor, perseguições e outras cenas plenas de ação. Ao mesmo tempo, trata-se de um filme com características de documentário, pois revela aspetos da realidade do povo porto-santense.
Sendo esta a primeira longa-metragem de Jorge Brum do Canto, A Canção da Terra não constituiu, porém, a estreia deste autor no cinema. Havia já sido assistente de Leitão de Barros em As Pupilas do Senhor Reitor (1935).
A Canção da Terra teve como protagonistas: Elsa Romina, Barreto Poeira, Óscar de Lemos, João Manuel Pinheiro e Maria Emília Vilas, entre outros.
NOTA: Já passou um mês desde aprovação pela Câmara da proposta para retomar as sessões de cinema em Nisa. A proposta referia, aliás, a "exibição de filmes na quadra natalícia", pelo que ficamos sem saber a que Natal se referia a deliberação: o de 2013? o de 2020?.
Aguardamos que alguém com bom senso dentro da autarquia nos informe e elucide sobre estas decisões. Ao menos para que as mesmas não se tornem letra morta ou mais um "filme fantasma"...