16.2.12

IN MEMORIAN - O Fouto morreu!

Morreu o "Fouto"! Morreu umas das figuras mais populares de Nisa, mormente das décadas de 60 e 70 do século passado. Joaquim Maria Dinis Semedo, o Fouto, enfrentou com coragem e determinação, por vezes, com um sorriso e aquele seu jeito particular que a todos animava, uma doença que se manifestara de forma letal. Faleceu no passado dia 13, a poucos dias de completar 64 anos. Um jovem, ainda, o "Fouto" que se despediu cedo da vida e do mundo, um mundo que ele ajudou a tornar melhor, com o arte de cantar e de encantar plateias, em inúmeros espectáculos de benemerência, a favor de instituições de solidariedade, de colectividades ou de pessoas individuais. Respondia, positivamente, a quem o convidava, para, com o seu estilo impagável e malabarista de usar o microfone, dar cor e animação às sessões em que participava.
Uma imensa multidão despediu-se com tristeza e acompanhou o "Fouto", o "Dinis Dias" ou o "Dinis Semedo" à sua derradeira morada, tributando-lhe uma sentida e justa homenagem.
À Silvéria, à Vanda, ao Luís e a todos os familiares e amigos, apresentamos sentidos pêsames e recordamos, aqui, como testemunho para a memória futura, a crónica de António Conicha, publicada em Setembro de 2008.
Dinis Semedo: O regresso do “guerreiro”
Joaquim Maria Dinis Semedo, 60 anos, dito o “Fouto”, que lutou contra uma grave doença, vem por este meio informar que se encontra em boa forma e de saúde, afirmando que está à disposição para actuar em espectáculos, desde que seja convidado. E, porque não, na Nisartes 09?
Ele contou-nos que já foi contactado para actuar no Natal dos Hospitais em Portalegre e pela Liga dos Amigos do Centro de Saúde de Nisa, por isso devemos apoiar o Dinis Dias (nome artístico), que participou de igual modo no Festival da Canção de Nisa, nas décadas de 60 e 70, em conjunto com outro nisense, este que frequentou o Centro de Preparação de Artistas, em Lisboa, então liderado pelo empresário artístico e locutor, Marques Vidal.
O seu apelido Fouto, vem de outra actividade que requeria coragem e determinação, a de pegar touros nas “corridas à vara larga”.
Quando lhe falam de touradas, o Fouto sente-se orgulhoso, não esquecendo de contar algumas peripécias em que se viu envolvido, como aquela vez em que foi parar às bancadas, com a “cornada” de uma bezerra.
Lembra também, com um misto de saudade e orgulho, as actuações no Cine Teatro de Nisa, em que canções como a “Tirana”, “Vamos ao Minho” ou “Amor de Verão” fizeram vibrar a plateia.
Joaquim Dinis Semedo foi também um emigrante e em França actuou em favor de várias associações, algumas das quais em Paris.
Aqui deixamos esta nota, para que as comissões de festas possam contactar este artista da nossa terra.
António Conixa - in "Jornal de Nisa" - nº 263 - 1ªsérie - 24/9/08