17.2.12

Opinião: GATO ESCONDIDO...

No mês de Janeiro deparámo-nos com acontecimentos que:
1- acarretam sérios riscos para o ambiente e a sustentabilidade económica nacional, que
2-poderiam alterar a política de desenvolvimento energético nacional, baseada nas nossas capacidades e potencialidades e entravar o sólido desenvolvimento de energias renováveis no nosso país e também nesta região, onde estes aproveitamentos tem melhorado a qualidade de vida e criado bem estar social.
Um Manifesto sobre Energia Nuclear foi divulgado pelo lobby da mesma, pelo lobby e pelosos promotores/commissionistas dessa forma de energia, desta vez com alguns afastamentos significativos em relação a anteriores com a mesma origem, agora que se assume com toda a clareza como ponta de lança dessa, mas também com entradas de referência, como o ex-ministro Veiga Simão, que alterou despudoradamente os resultados técnicos dos Planos Energéticos, nos anos 80, em que participei  (recordo dele afirmar Portugal ou tem 6, seis centrais nucleares em 2000 ou estará às escuras, isto em 1985), pois Veiga Simão nunca o esquecerei na última reunião do Grupo Consultivo, com o Plano Energético alterado por si,,, em favor da nuclear.
Este Manifesto não teria história e o seu destino será certamente motivo para estudos sócio-psicologicos sobre a grandeza e  misérias, sobretudo misérias de alguns dos seus signatários.
Este documento desenvolve uma técnica conhecida, parecida à usada pelo regime colonial para cativar as populações africanas,os chamados Planos de Acção Psicológica.
Manipulações diversas, escamoteamento de dados, por exemplo, e engodo, muito engodo:
1-Manipulação:
a) continuam a confundir, ou deitar para o ar, os custos da energia eléctrica com os custos globais do sector energético
2- Escamoteamento  de dados:
b) não há uma linha sobre  a redução dos custos do CO2 que as renováveis propiciam, nem sobre os ganhos para o país de tal, não recordo uma linha sobre as obrigações de Portugal no quadro das convenções sobre o clima
c) não há qualquer referência à criação de emprego local e as exportações geradas pelo sector renovável, exportações de produto, tecnologia, e cérebros (neste momento inúmeros quadros e técnicos portugueses desta area seguiram o conselho do 1º ministro!)
d) não referem  o desenvolvimento local e a qualidade de vida que é mantida ou gerada, aliás julgo que a palavra ambiente aparece uma ou dos vezes, e sempre  a despropósito
e) Não tem em conta, ou não fazem ideia ou projecção da evolução dos custos das fósseis ou tem a minima em relação aos custos de desmatelamento ou armazenamento dos resíduos nucleares
Mas claro que esta manipulação e escamoteamento tem como objectivo iludir as populações afirmando peremtóriamente, veja-se lá bem: 
(Aí vem o engodo)
São esses tais turras (lembrem-se da guerra psicológica) que,  agora são as renováveis, que conduzem ao aumento dos custos que pagamos pela electricidade, e nos querem conduzir à miséria.
Os vossos amigos são pois os vossos inimigos, e nós (eles) só queremos uma ou duas termo-nucleares para então abolirmos os contadores de electricidade (é verdade este era um argumento da nuclear nos seus 1ºs anos,,, mas depois, bom depois ,,, não há quem a pague,,, aliás este Manifesto já está,,, a esmolar-se ao Estado, aos nossos impostos!!!)
Neste documento a favor da nuclear e sobretudo conta as renováveis não há uma análise global nem se  articulam as diversas componentes da política energética, num quadro social e de protecção ambiental e de sustentabilidade da economia.
Mas os autores deste Manifesto fazem lembrar a formulação que se lhe aplica inteiramente,
O que tem de novo não é original, e o que parece original não é novo, e está marcado na história em 1979 em Three Mile Island, em 1986 em Chernobyl, em 2011 em Fukushima, isto para não referir as muitas centenas de acidentes que por boa sorte não tiveram nome aqui referido e os muitos milhares, milhões de mortos devido a uma tecnologia que apresenta riscos, riscos mortais em todo o seu ciclo.
Em Portugal o ano passado mais alguns ex-trabalhadores das minas de urânio morreram devido a doenças destas derrivadas.
Continuaremos atentos, nunca se sabe, embora o objectivo agora seja a zona de Vila Velha de Ródão, se em Ferrel não nos termos que voltar a enterrar na areia.
António Eloy