22.12.24

OPINIÃO: A paz não tem ideologia

Aproxima-se o Natal, uma altura do ano marcada pela amizade e pelo amor, com a felicidade das crianças no epicentro da quadra. Infelizmente, não é assim em todo mundo e não o podemos esquecer. Nem todas as crianças e jovens têm essa oportunidade. Nem muitas outras oportunidades. O mais recente relatório anual do secretário-geral das Nações Unidas sobre as crianças e os conflitos armados revela um aumento de 21% das violações graves cometidas contra crianças em situações de conflito. É impossível ficar indiferente às 20 mil crianças que morreram desde 7 de outubro de 2023 em Gaza, resultado do conflito israelo-palestiniano, ou às cerca de 7 milhões de crianças e adolescentes que neste momento, na Ucrânia, estão sem acesso à educação devido à invasão russa. Mas infelizmente, tudo isto é ainda mais preocupante, com números elevados de violações graves contra crianças registados na Faixa de Gaza, no Burkina Faso, na República Democrática do Congo, no Myanmar, na Somália, no Sudão, na Síria, na Ucrânia e em muitas outras situações de conflito e guerra. A guerra é mesmo o lugar onde jovens que não se conhecem, nem se odeiam, se matam, e onde crianças morrem, por decisão de velhos que se conhecem e se odeiam. Neste Natal é preciso ficar claro: condenar a guerra e os conflitos não é ser de direita nuns casos ou ser de esquerda noutros. É ser a favor da Paz e da Humanidade. E não basta escrever, é preciso fazer. Portugal deve estar na linha da frente da humanidade, por exemplo, fazendo da educação de todas as crianças uma das suas prioridades a membro não permanente do conselho de segurança da ONU em 2027. Francisco Porto Fernandes - Presidente da Federação Académica do Porto Jornal de Notícias - 20 dezembro, 2024