9.12.24

FERROVIA: Os Verdes consideram inaceitável linha Sines - Caia sem ligação de passageiros

O PEV considera inaceitáveis as declarações do Ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, hoje noticiadas, sobre a possibilidade de adiamento do serviço de transporte de passageiros no troço da linha de Alta Velocidade Évora-Elvas. Os Verdes receiam que o dito adiamento não seja mais que uma forma camuflada de eliminar definitivamente o transporte de passageiros na linha Sines - Caia e de a vocacionar apenas para mercadorias. Tal decisão seria um recuo enorme no desenvolvimento do transporte ferroviário em Portugal e na ligação por Alta Velocidade do país ao resto da Europa. Os Verdes relembram que a solução desta linha de Alta Velocidade poder vir a ser vocacionada só para mercadorias não é nova, esta era também a opção do Partido Socialista em 2015 que foi alterada por força da pressão nas negociações com Os Verdes e da intensa luta dos concelhos do Alentejo pelos quais passa a linha, dos movimentos de cidadãos e dos eleitos da CDU, nomeadamente no concelho de Évora. Como tal, esta opção do Governo AD de colocar esta infraestrutura pública unicamente ao serviço do transporte de mercadorias - que é na sua maioria operado pelo setor privado - não nos admira porque esta foi também já uma opção tomada pelo então Secretário de Estado das Infraestruturas, Sérgio Monteiro e por António Pires de Lima, Ministro da Economia no Governo de Passos Coelho, quando decidiu pela eliminação do serviço de passageiros na linha do Leste. Esta opção constitui um enorme erro com sérios impactos na qualidade de vida das populações, comprometendo futuramente o seu direito à mobilidade e o acesso a serviços públicos fundamentais, como é o caso do acesso dos cidadãos do distrito de Portalegre ao futuro Hospital Central do Alentejo, em Évora. A avançar com esta opção, não podemos deixar de assinalar que esta desconsidera e desvaloriza o potencial daquele serviço no acesso à cidade de Évora classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, com a agravante de que Évora será em 2027 Capital Europeia da Cultura. Caso se venha a concretizar esta intenção traduz o quanto o Alentejo continua a ser alvo do esquecimento no que respeita ao necessário investimento e desenvolvimento na região. Disso é também exemplo o encerramento para obras da linha entre Casa Branca e Beja por um prazo despropositado (24 meses) com graves impactos para as populações, agravando o seu isolamento. O Partido Ecologista Os Verdes promete, perante esta opção governativa hoje anunciada uma luta sem tréguas, não só pelo erro que constitui o desaproveitamento das infraestruturas ferroviárias, pelo esbanjamento de dinheiro público e pelo perpetuar das desigualdades e assimetrias na região, votando uma vez mais o Alentejo ao abandono e hipotecando o seu desenvolvimento. Tal opção, seria ainda um gravoso retrocesso na ligação de Alta Velocidade do país ao resto da Europa e numa resposta fundamental para a redução do tráfego aéreo, num momento em que se impõem respostas concretas e eficazes face às alterações climáticas. Partido Ecologista Os Verdes