24.2.24

Mais de 60 coletivos saem à rua este sábado em apelo ao voto contra racismo

Manifestação Nacional Contra o Racismo, a Xenofobia e o Fascismo começa às 15h em Braga, Coimbra, Guimarães, Lisboa, Porto, Faro e Viseu, num apelo à democracia e pela igualdade. Para Portalegre está agendada uma sessão de Leituras de Contos Anti-racistas.
“Numa altura em que o racismo, a xenofobia e a extrema-direita ganham terreno, não só em Portugal, como em toda a Europa e a nível mundial, é urgente sair à rua e mostrar a nossa força, para exigir propostas e ações significativas, concretas e eficazes para combater o racismo estrutural e institucional patente na sociedade portuguesa”, frisa o Grupo de Ação Conjunta Contra o Racismo e Xenofobia, do qual fazem parte a Djass - Associação de afrodescendentes, a Frente Anti-Racista, a rede ex aequo, a SOS Racismo, a Stop Despejos, a Kilombo - Plataforma de Intervenção Anti-Racista, entre mais de sessenta associações e coletivos, determinados “a lutar por um Portugal, uma Europa e um mundo mais inclusivos e inter-culturais, contra todas as opressões e formas de discriminação”.
Com o mote "Vota Contra o Racismo", a Manifestação Nacional Contra o Racismo, a Xenofobia e o Fascismo vai realizar-se, no dia 24 de fevereiro, em sete cidades portuguesas. O protesto começa às 15h em Braga, no Coreto da Avenida Central; em Coimbra, na Praça 8 de Maio; em Guimarães, no Coreto da Alameda de São Dâmaso; em Lisboa, na Alameda; no Porto, na Praça da Batalha; em Faro, no Coreto do Jardim Manuel Bivar e também em Viseu, no Parque Aquilino Ribeiro. Em Portalegre realizar-se-á, pelas 16h, uma sessão de Leituras de Contos Anti-racistas, na Loja da Nave Mãe.
“É urgente que, nos próximos dias, todas as forças políticas democráticas, assumam publicamente compromissos muito claros para combater o racismo, a xenofobia e a islamofobia, que afetam diretamente a vida das pessoas racializadas e comunidades imigrantes, sempre mais vulneráveis no que respeita ao acesso a direitos básicos como a habitação, saúde, educação, transportes, justiça, cultura e informação”, lê-se na convocatória da manifestação.
O grupo de coletivos defende que esta luta se faz todos os dias, nas ruas, nas pequenas e grandes ações e nas urnas, nomeadamente, nas eleições legislativas antecipadas marcadas para o próximo dia 10 de março.
“É urgente dar um sinal inequívoco e público de que recusamos conviver em Portugal com organizações políticas e sociais de extrema-direita, racistas, xenófobas, islamofóbicas e homofóbicas”, refere ainda o Grupo de Ação, lembrando que essas entidades, para além de inaceitáveis e anti-democráticas, são tigualmente ilegais, uma vez que são contrárias à Constituição da República Portuguesa e ao Código Penal.
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"Não passarão!": Arraial contra o racismo encheu o Intendente
Conforme defendem os mais de 60 coletivos, “a negação da realidade, a inércia sistemática e omissão de assunção de responsabilidades que temos testemunhado ao longo de décadas, por parte das entidades com atribuições para zelar pela defesa do Estado de Direito são o terreno fértil para a impunidade dos atos de racismo e de xenofobia”.
O Grupo de Ação alerta para o aumento destas práticas violentas e discriminatórias, confirmado em relatórios da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial,  Comité da ONU para a Eliminação da Discriminação Racial, Grupo de trabalho das Nações Unidas sobre Pessoas de Ascendência Africana e Comissária do Conselho da Europa para os Direitos Humanos. 
“Sairemos à rua para mostrar que não nos conformamos com a indiferença, a inércia e o desrespeito pelas conquistas do 25 de Abril, de tantas pessoas que deram a sua vida para deixarmos para trás a ditadura que a extrema-direita quer recuperar. A liberdade e a igualdade são os valores que nos movem na defesa da democracia! O silêncio das instituições é cúmplice. Não o acompanharemos nem o legitimaremos”, enfatiza ainda o Grupo de Ação Conjunta Contra o Racismo e Xenofobia, deixando um apelo “a todas as pessoas que acreditam na democracia” para que participem na manifestação do próximo dia 24 de fevereiro.
Figuras conhecidas das mais diferentes áreas já confirmaram a presença no protesto e apelaram também à mobilização, entre as quais Daúto Faquirá, Mafalda Fernandes, João do Rosário, Olga Candé, Priscila Valadão e Diogo Faro, Zé Rui, Soraia Simões de Andrade, Solange Salvaterra Pinto, Mamadou Ba, Selma Uamusse, Belinha, José Eduardo Agualusa, Magda Buruty , Luísa Semedo, Paula Cardoso, Bruno Gonçalves, Hindi Mesleh, Beatriz Gomes Dias, Ana Pina, Rod, Nuna, Valete, Milton Gulli, Conceição Queiroz, Ana Sofia Martins, Nayr Faquirá, Nuno Ramos de Almeida, Ivan Almeida, António Brito Guterres, Paulo Pascoal, Kizua Gourgel, Shenia Karlsson e muitos outros, deixaram o seu apelo à participação na manifestação do dia 24 de fevereiro.
22 de Fevereiro, 2024 -