11.9.22

OPINIÃO: Soluções gastas e ainda mais retrógadas

Nas preocupações, a Covid-19 foi substituída pela guerra na Ucrânia que afeta o mundo inteiro e até questões tão importantes como as ligadas ao ambiente, não só ficam mais uma vez para trás, como se agravam e há retrocessos irreversíveis. Muitos atiram-se contra esta guerra que já tem anos, mas que só agora descobriram. A hipocrisia continua a reinar, enquanto os que lucram, conseguem iludir os que pagam tudo. E em resultado disto e de um sistema falido, carregamos com mais uma crise a vários níveis.
Da atualidade política nacional, é evidente a atrapalhação dos comentadores cataventos que criticaram o PCP e o BE pelo chumbo do orçamento e agora vêm dizer que afinal não é bom, porque o SNS está em dificuldades, o que levou Marta Temido a deitar a toalha ao chão. Quando Marques Mendes afirmava que era a “geringonça” que não deixava fazer reformas, o que nos vem dizer agora? Mais do mesmo, é um comentador que constantemente ilude os portugueses, defendendo os interesses instalados.
Para afundar as políticas europeias, estamos agora a enfrentar uma inflação que já se previa. Afirmar que a inflação é temporária, foi o primeiro engano grave do governo a par de um aproveitamento oportunista, como se tudo possa ser explicado com a guerra na Ucrânia. Quando os valores da inflação foram baixos, tivemos baixos índices de aumentos de salários, justificados com a inflação baixa, agora com a inflação em alta, os aumentos e as pensões não acompanham. Contradições deste sistema!
E que tal, combater a origem da inflação? Claro, não dá jeito para quem está a lucrar com isto tudo… Agora o PS descolou da esquerda e está de braço dado com Marcelo que apoiou e com o PSD que resignou, devido a uma troika desgastante e uma pandemia que exigiu o Nas preocupações, a Covid-19 foi substituída pela guerra na Ucrânia que afeta o mundo inteiro e até questões tão importantes como as ligadas ao ambiente, não só ficam mais uma vez para trás, como se agravam e há retrocessos irreversíveis. Muitos atiram-se contra esta guerra que já tem anos, mas que só agora descobriram. A hipocrisia continua a reinar, enquanto os que lucram, conseguem iludir os que pagam tudo. E em resultado disto e de um sistema falido, carregamos com mais uma crise a vários níveis.
Da atualidade política nacional, é evidente a atrapalhação dos comentadores cataventos que criticaram o PCP e o BE pelo chumbo do orçamento e agora vêm dizer que afinal não é bom, porque o SNS está em dificuldades, o que levou Marta Temido a deitar a toalha ao chão. Quando Marques Mendes afirmava que era a “geringonça” que não deixava fazer reformas, o que nos vem dizer agora? Mais do mesmo, é um comentador que constantemente ilude os portugueses, defendendo os interesses instalados.
Para afundar as políticas europeias, estamos agora a enfrentar uma inflação que já se previa. Afirmar que a inflação é temporária, foi o primeiro engano grave do governo a par de um aproveitamento oportunista, como se tudo possa ser explicado com a guerra na Ucrânia. Quando os valores da inflação foram baixos, tivemos baixos índices de aumentos de salários, justificados com a inflação baixa, agora com a inflação em alta, os aumentos e as pensões não acompanham. Contradições deste sistema!
E que tal, combater a origem da inflação? Claro, não dá jeito para quem está a lucrar com isto tudo… Agora o PS descolou da esquerda e está de braço dado com Marcelo que apoiou e com o PSD que resignou, devido a uma troika desgastante e uma pandemia que exigiu o bom senso que Rui Rio soube ter. Mas era preciso que o sucesso da “gerigonça” tivesse continuidade com a recuperação de rendimentos e o que temos agora é precisamente o contrário.
E em função dos rendimentos, somos dos que pagam mais caras as faturas das energias e ao c, porque se fala tanto no mercado regulado que nunca se sabe se serve? Então temos mercado desregulado? Ah! pois é!
Ao contrário do que é dito pelo governo, não vamos ter ajuda na fatura da eletricidade. Já agora PS, PSD e CDS chumbaram várias vezes, propostas para baixar o IVA da eletricidade e do gás, como fez agora a Espanha; Montenegro, entretanto fala em medida temporária, bem sabemos porquê… Rui Rio ainda ponderou em 2020 baixar o IVA, mas queria contrapartidas para as centenas de milhões de euros que o Estado deixaria de encaixar. O que seria justo e honesto, era termos o IVA a 6% para o gás e eletricidade e ao mesmo tempo pressionar a União Europeia para colocar ordem no mercado e controlar as taxas de juro que continuam a subir e a assustar quem tem grandes empréstimos como o crédito à habitação.
Marcelo diz que o PSD deu o mote ao governo e até deve ser verdade; é que estamos perante uma ilusão em que não há medidas à altura. As medidas do PSD encaixam bem no PS, mas há outras medidas que nem PS, nem PSD querem, mesmo sabendo que vários países europeus já as defendem, como a Alemanha, Itália, Reino Unido, Grécia entre outros que, também ponderam taxar os lucros extraordinários e em especial abusivos, que exploram os efeitos da guerra e da inflação.
O governo PS prefere continuar a ter lucros extraordinários com a carga fiscal, a pagar mal a uma grande maioria de funcionários públicos e a enganar os pensionistas, a receita já é antiga. A garantia para a maioria das pessoas, é perder poder de compra, que já era fraco e os pensionistas continuam a ser roubados. Isto tudo aponta para o aumento da pobreza.Para muitos é uma desilusão, mas não podemos esquecer que a dívida do Estado é uma arma apontada às nossas cabeças. E enquanto não existir seriedade política, as pessoas vão sofrer. Os sistemas financeiros a par dos grandes grupos económicos continuam a mandar e a lucrar com isto tudo e o Estado não consegue controlar o lucro desenfreado, enquanto as pessoas perdem poder de compra e muitas começam a ficar altamente endividadas, os mais ricos ficam ainda mais ricos.
Tudo isto, não é mais do que a falha do sistema capitalista sem solução, que os liberais tentam esconder e os conservadores querem substituir com soluções gastas e ainda mais retrógradas.
* Paulo Cardoso -09/09/2022 - Programa "Desabafos" / Rádio Portalegre