Na noite de sábado, 26 de
Setembro, ocorreu o ato público que assinalou formalmente o início de visitas
ao Menhir do Patalou situado junto à estrada que liga Nisa à Barragem da Póvoa.
Na cerimónia realizada no local, a
Presidente da Câmara Municipal de Nisa, Idalina Trindade, saudou os
participantes e realçou a importância da iniciativa que visa a integração do
menhir e de outros monumentos megalíticos do concelho - que irão igualmente ser
estudados, reabilitados e sinalizados - num Roteiro Megalítico de Nisa.
Sublinhou ainda que o desenvolvimento económico sustentável e integrado está
diretamente associado à valorização do património cultural.
Seguiu-se uma conferência sobre
Megalitismo pelo Professor Jorge Oliveira que coordenou a equipa de Arqueologia
da Universidade de Évora que participou nos estudos e na reabilitação do menhir
no âmbito dum protocolo estabelecido com a Câmara Municipal de Nisa. A
cerimónia integrou um concerto pela Banda da Sociedade Musical Nisense.
O Menhir do Patalou é um dos mais
volumosos menhires da Península Ibérica e encontrava-se tombado, praticamente
intacto, no sítio original. O menhir, após ter sido encontrado há cerca de 20
anos, foi agora erguido, na sequência de
trabalhos arqueológicos, iniciados em julho deste ano, promovidos pela
Câmara Municipal de Nisa e pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade de
Évora. A recolha de carvões nas terras
da base do menhir e a datação por
radiocarbono informam que este monumento foi erguido em meados do 5º milénio
antes de Cristo. Com um comprimento de 4 metros e um peso a rondar as 7 toneladas foi
talhado, transportado e ereto pelas primeiras comunidades neolíticas no
contexto de ancestrais práticas religiosas de fecundidade, fertilidade e cultos
astrais.
Para marcar a abertura ao público,
foi escolhida a noite de sábado. Uma data especial, já que na quarta feira
anterior ocorrera o Equinócio de Outono e na madrugada de segunda feira ocorreu
um eclipse total de Lua Cheia. Os homens pré-históricos seriam sensíveis a
estes fenómenos e assim, simbolicamente, procurou-se reviver um pouco a forma
de sentir da gente que há muitos milhares de anos por aqui passou.
CMNisa