5.7.10

A verdade e a mentira sobre uma inqualificável manipulação de acta

Carta apresentada na sessão da Assembleia Municipal de 28/6/2010
"Exmos senhores presidente e eleitos da Assembleia Municipal de Nisa
No dia 28 de Dezembro trouxe ao conhecimento deste órgão do município, a forma prepotente e desrespeitosa como a presidente da Câmara tinha tratado um órgão de comunicação social regional.
Li em voz alta um documento no qual explicava todo o processo de pedido e aceitação de uma entrevista à edil Gabriela Tsukamoto, a aceitação e marcação da data da entrevista e por último, a falta da mesma eleita a um acto com data e hora por ela marcado. Falei também das diligências efectuadas posteriormente para que a entrevista se efectuasse, tendo, inclusive, enviado as perguntas por e-mail e solicitado a sua resposta pela mesma via, esperançado de que seria possível, desta forma, ultrapassar o diferendo colocado pela falta de cumprimento da presidente da Câmara.
Após a leitura do documento e face à reacção intempestiva e mal-educada da presidente da Câmara, pretendi intervir novamente, o que me foi negado pelo presidente da AM, e que me levou, acto contínuo, a abandonar a sala. Foi isto que se passou na referida sessão de 28/12/2009.
Muito diferente daquilo que foi escrito e aprovado na acta respeitante a essa sessão, onde se escreve no Ponto Nº 11 - Intervenção de Munícipes, e passo a citar:
“ O Dr. Mário Oliveira Mendes, de Nisa, apresentou um documento por si elaborado e que vai ficar arquivado em pasta anexa à presente Acta, relativo a diversas questões que colocou à Câmara Municipal e sobre o qual não obteve qualquer resposta até hoje. Era sua intenção proceder, aqui e hoje, à leitura do dito documento, mas o Presidente da Mesa da Assembleia Municipal não o autorizou a tal, uma vez que do mesmo já tinha enviado, previamente, uma cópia a cada um dos eleitos deste órgão. Não concordando com esta tomada de atitude por parte do Presidente da Mesa, o Dr. Mário Mendes retirou-se da sala, visivelmente agastado, chamando de mentirosa à Presidente da Câmara e referindo que era a última vez que aqui vinha.”
Face à mentira e manipulação constante desta acta, o visado, quer esclarecer o seguinte:
1 – Contrariamente ao descrito na acta, li o documento em voz alta, documento esse que, também e contrariamente ao que escreveu quem elaborou a acta, não tratava de diversas questões, mas tão só de uma: a falta de resposta e o desrespeito manifestado pelo titular da presidência da Câmara, a um órgão de comunicação social, “O Distrito de Portalegre”, por mim representado, entrevista essa que a própria tinha acordado.Mais, o elaborador da acta, num acto vergonhoso de manipulação, escondeu o principal conteúdo do documento (revolta e indignação perante os factos ocorridos), destacando, antes, mentindo, o que não disse e que consta do ponto seguinte.
2 - Em momento algum chamei mentirosa à presidente da Câmara. As sessões da Assembleia são gravadas e pelo direito à dignidade e ao bom nome, solicito que as mesmas sejam disponibilizadas e ouvidas pelos eleitos para que verifiquem por si mesmos o alcance de tão vergonhosa como grosseira manipulação que, neste caso, atinge a esfera da calúnia.
3 – O restabelecimento da verdade já não repara os danos morais que a acta provocou, ao ser divulgada ao longo de todo este tempo, no bom estilo dos seguidores de Goebbels: “uma mentira cem vezes dita, torna-se verdade”.
4 – Face ao que deixo exposto, solicito, que a referida acta seja reformulada, no respeito pela verdade do que afirmei na citada sessão da AM e rejeitando, firmemente, uma insidiosa manobra de manipulação que visou colocar na minha boca expressões de calúnia e de difamação que não utilizei."Nisa, 28 de Junho de 2010Mário Mendes