Da União Europeia até "aos portugueses e às portuguesas de todas
as ideologias", o apelo, feito no Fórum TSF desta terça-feira, é que a
Palestina seja reconhecida como Estado por todos.
A embaixadora Ana Gomes, uma das subscritoras da petição que defende
que Portugal deve reconhecer o Estado da Palestina, faz um apelo ao Governo
para que dê esse passo. "Há um povo lá que, neste momento, está a ser
barbaramente exterminado", lembrou. Mais de 140 países já o fizeram, tais
como Espanha, Brasil, Noruega, Suécia ou Angola.
Em declarações no Fórum TSF, a socialista explicou que assinou aquela
petição "por desespero" e para manifestar a "total indignação à
matança que está em curso em Gaza" que, sem uma condenação,
"torna-nos cúmplices".
Fazendo uma analogia com a luta do povo português pela independência de
Timor, em 1999, pediu "aos portugueses e às portuguesas de todas as
ideologias" que se unam à causa palestiniana em nome da "sanidade e
da sobrevivência da humanidade, da lição da Segunda Guerra Mundial e do que foi
o Holocausto".
Além daquela diplomata, também Azeredo Lopes defendeu que é
"importante uma posição comum da União Europeia". No entanto, o
antigo ministro da Defesa, especialista em questões internacionais, tem pouca
fé que isso aconteça: "Por exemplo, a Alemanha tem uma relação muito
complicada com Israel por razões demasiado óbvias, sente o peso histórico do
Holocausto."
No caso da Amnistia Internacional em Portugal, o porta-voz Miguel
Marujo sublinhou que usar a fome de "pessoas desesperadas" como arma
é um crime de guerra. Este "cerco sem sentido", que "é
perfeitamente desumano", deveria servir para a comunidade internacional
pressionar Israel.
Também em declarações no Fórum TSF, mas como ouvinte, o antigo
eurodeputado do PCP João Pimenta Lopes anunciou que os comunistas entregaram
esta terça-feira na Assembleia da República uma nova proposta, mais uma, para o
reconhecimento do Estado da Palestina.
In Fórum TSF
FOTO: Haitham Imad/EPA (arquivo)