24.11.24

Orquestra Gulbenkian nos 100 anos do Teatro Tivoli

A Orquestra Gulbenkian associa-se às comemorações do centenário de uma salas que acolheu os Festivais Gulbenkian de Música entre 1957 e 1970. Associando-se às comemorações dos 100 anos do Teatro Tivoli, uma das salas que acolheu os Festivais Gulbenkian de Música, a 30 de novembro a Orquestra Gulbenkian apresenta-se num concerto que celebra a beleza e a elegância da música para cordas. Sob a direção do violinista Francisco Lima Santos, que se apresenta igualmente como solista, serão interpretadas obras de Edvard Grieg, J. S. Bach e Antonín Dvořák. Entre 1957 e 1970, a Fundação Calouste Gulbenkian promoveu, com periodicidade anual, quatorze edições do Festival Gulbenkian de Música. Tratava-se da primeira vez que Portugal penetrava na rede dos festivais europeus de música de primeiro plano, pelo que o seu impacte na abertura da vida musical portuguesa, quer no campo da criação quer no da interpretação, foi determinante. Concentrados no mês de maio, os concertos tinham lugar um pouco por todo o país, mas maioritariamente em salas de Lisboa como o Teatro Tivoli, o Teatro São Luiz e o Coliseu dos Recreios. No Tivoli, a Orquestra de Câmara Gulbenkian atuou pela primeira vez a 12 de janeiro de 1963, sob a direção do maestro Lamberto Baldi, num programa com obras de Antonio Vivaldi e Johann Sebastian Bach. Entre os solistas e agrupamentos convidados que passaram pelas várias edições do festival, destacam-se Herbert von Karajan com a Filarmónica de Berlim, Claudio Abbado com a Filarmónica de Viena, Eugene Ormandy com a Orquestra de Filadélfia ou Sergiu Celibidache com a Sinfónica de Londres, e pianistas como Arthur Rubinstein, Wilhelm Kempf ou Arturo Benedetti-Michelangeli. O festival recebeu também inúmeros compositores na qualidade de intérpretes, conferencistas ou convidados, acompanhando muitas vezes a execução das suas obras, como Igor Stravinsky, Benjamin Britten, Olivier Messiaen, Darius Milhaud, Joaquín Rodrigo ou Krzysztof Penderecki. Os programas incluíram produções de ópera até então nunca (ou raramente) ouvidas em Portugal e as primeiras audições portuguesas de obras fundamentais do século XX, como O Castelo do Barba Azul de Bartók, War Requiem de Britten ou La Transifugration de Notre Seigneur Jésus-Christ de Messiaen. Tiveram ainda lugar estreias absolutas de obras de numerosos compositores portugueses, entre os quais Freitas Branco, Lopes-Graça, Joly Braga Santos, Jorge Peixinho e Constança Capdeville. Fotografia: A sala do Tivoli durante um concerto coral-sinfónico integrado nas Comemorações do Centenário de Debussy, a 11 de novembro de 1962 © Arquivos Gulbenkian