Comemorações
por todo o país assinalam 30 anos da morte de Zeca Afonso
Concertos,
exposições e outras criações sob o lema 'Insisto não ser tristeza' assinalam,
um pouco por todo o país, as comemorações dos 30 anos da Associação José Afonso
e do cantautor que lhe deu nome..
"Insisto
não ser tristeza" - um verso de José Afonso - é o mote das comemorações,
disse Francisco Fanhais, presidente da associação, acrescentando que estas
visam igualmente "não fazer perder a memória do Zeca no coração das
pessoas".
"A
ideia é celebrar os 30 anos da associação e evocarmos o legado que o Zeca nos
deixou, que não está morto, mas que devemos perpetuar para as gerações que nos
seguirem, porque se não o fizermos não cumpriremos a nossa função",
sublinhou Francisco Fanhais.
Lisboa,
Setúbal, Braga, Faro, Santiago do Cacém, Santo André, Aveiro, Seixal, Almada,
Évora, Santarém, Agualva-Cacém, Abrantes e Bruxelas são os locais onde irão
decorrer as iniciativas, entre as quais está previsto um concerto com o cantor
Patxi Andión, em junho, em Évora.
Um
concerto intitulado '30 anos', com Francisco Fanhais e Pedro Fragoso, a 04 de
fevereiro, na Casa da Cultura de Setúbal, é o primeiro de vários que reunirá,
entre outros, Fanhais, um dos companheiros de sempre de Zeca, e Rui Pato, que
aos 16 anos começou a acompanhar Zeca Afonso em Coimbra.
A 19 de
Fevereiro, no Teatro das Figuras, em Faro, subirão ao palco Francisco Fanhais,
Rui Pato, B Fachada, Manuel Freire e Afonso Dias, entre outros.
Quatro
dias depois - quando se perfizerem 30 anos da morte de Zeca Afonso - haverá um
tributo ao cantautor no Conservatório Gulbenkian, em Braga, que reunirá o Grupo
Canto d´Aqui, Artur Caldeira, Ana Ribeiro e a cantora galega Uxia.
'Este
rio, este rumo, esta gaivota', 'Semeio palavras na música', 'Somos nós os teus
cantores', 'Tenho barco, tenho remos' e 'Insisto não ser tristeza' são os títulos
dos 19 concertos que integram a programação da iniciativa.
Questionado
pela Lusa sobre se a programação não contará com um grande concerto em LIsboa,
Francisco Fanhais disse que a AJA gostaria de o fazer, mas que tudo dependerá
dos custos.
O
Coliseu dos Recreios, em Lisboa - onde José Afonso atuou pela última vez em 29
de janeiro de 1983 e onde a 29 de março de 1974 foi cantada a "Grândola,
Vila Morena" - ou a Aula Magna são salas de que o presidente da AJA
gostaria para aquela iniciativa.
'Desta
canção que apeteço', o título de uma exposição sobre a obra discográfica de
José Afonso, 'Geografias de uma vida', título de outra exposição, e '30 anos da
AJA' são títulos de exposições que vão estar patentes em Évora, Mira-Sintra,
Santarém, na Fundação Oriente, em Lisboa, Abrantes, Almada, Santo André,
Santiago do Cacé, no Thêatre Molière (Bruxelas), Leiria, Évora, Setúbal e Faro.
Para
Francisco Fanhais, "o mais importante das iniciativas é mostrar que Zeca
foi um artista da música, da poesia, da voz e que pôs a sua arte ao serviço da
cidadania de uma maneira desprendida e desinteressada de forma a contribuir
para uma sociedade sem muros nem ameias e sem exploradores nem
explorados".
"E
é esse o espírito que nos anima", frisou, sublinhando que a AJA dá
"particular importância ao trabalho que faz junto das escolas para
transmitir aos mais jovens o legado do Zeca".
José
Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nasceu a 02 de agosto de 1929 em Aveiro e
morreu a 23 de fevereiro de 1987, no Hospital de S. Bernardo, em Setúbal,
vítima de esclerose lateral amiotrófica.
A Associação José Afonso foi criada a 18 de novembro
de 1987 por uma série de amigos de José Afonso, atualmente tem o estatuto de
entidade de Utilidade Pública e conta com núcleos no Porto, em Aveiro, Coimbra,
Santarém, Lisboa, Almada, Seixal.
in "Hardmúsica" - www.hardmusica.pt