COMUNICADO DA FENPROF
A Esperança em Portalegre é a primeira a morrer
O Ministério da Educação e da Ciência divulgou a lista de
Escolas do 1ºCiclo do Ensino Básico que pretende encerrar este verão. No caso
de Portalegre é de um interioricídio de que se trata, é do homicídio do
interior do país.
A confirmar-se este cenário serão comunidades inteiras que
ficarão privadas de mais um serviço público. É também o fim de vários postos de
trabalho num interior já fustigado pelo desemprego. Em vários municípios
significa o fim da única ou das últimas escolas em meio rural, ficando só a
escola da sede do concelho. Nalgumas localidades é a escola que mantém os avós
ativos, pois têm a tarefa de acompanhar os netos à escola e apoiar nas
refeições ou em situação de doença repentina. Se a criança adoece tem familiares
por perto e não está entregue a estranhos a quilómetros de distância. Com o
encerramento das escolas os idosos ficam desocupados e deixam de se sentir
úteis.
A par do encerramento de Centros de Saúde, de Postos
Médicos, de Postos dos Correios, de Postos da Guarda Nacional Republicana, de
serviços de Finanças, de Tribunais, de Juntas de Freguesias, das Estações e
Apeadeiros de Caminhos-de-ferro e de inúmeras empresas é a vez de fecharem mais
12 escolas no distrito.
O Ministro mente
Quando o Ministro da Educação diz que fazem isso pelas
crianças, que as crianças vão ficar melhor, pois em vez de ficarem em turmas
mistas, de vários anos em cada sala, as crianças iriam ficar em turmas
homogéneas, com um só ano por sala, sabe que não é verdade: basta ver que em
escolas grandes, como na EB1 do Atalaião ou na EB 1 dos Assentos, em
Portalegre, há várias turmas mistas impostas pelo Ministério às escolas, de que
os pais e os professores só souberam no primeiro dia de aulas.
Os alunos e os pais irão ficar pior servidos, pois para além
de as crianças terem de ser transportadas a vários quilómetros, em muitas
localidades os pais não têm transportes públicos para irem reunir e falar com
os professores. As comunidades sem escola ficam desfavorecidas.
Algumas das escolas a fechar têm mais de 21 alunos
O «número mágico» para fechar escolas já foi de 10 alunos,
agora dizem que é de 21. Mas cada escola é um caso, e há escolas que
eventualmente com menos alunos tenham de ser manter abertas e outras escolas
com mais alunos, mas com alternativas tenham de fechar.
As comunidades, os pais, os professores, as freguesias e as
autarquias têm de ter uma palavra a dizer e não podem ser confrontadas com uma
imposição sem diálogo.
Escolas com as de Tolosa ou Alpalhão, com mais de 21 alunos,
que nem faziam parte da lista inicial de escolas a fechar, confrontam-se com a
possibilidade de fechar portas.
Lista de escolas que o MEC o pretende fechar em Portalegre:
O SPZS/FENPROF não baixa os braços
O Sindicato dos Professores da Zona Sul, membro da Federação
Nacional dos Professores, tem andado em contactos por todo o distrito com
Associações de Pais, Autarquias, Professores e com as Comunidades para que não
se baixem os braços.
O SPZS continua empenhado em colaborar para a resolução
destes problemas e está disponível para participar em todas as formas de luta
que se entendam necessárias. Nesse sentido está disponível para participar em
manifestações em Évora, frente à DGEST, tal como já foi declarado por várias
entidades.
A Direção Distrital do SPZS/FENPROF,
Portalegre, 23 de Junho de 2014