15.12.11

750 Anos do 1º Foral de Tolosa (1262 - 2012)

Há 750 anos foi concedido a Tolosa o 1º Foral
Este 1º Foral foi outorgado pelo Prior do Crato – Ordem dos Hospitalários.
A Carta de Foral adquire uma dimensão prática depois da sociedade mais estabelecida. No fundo estes documentos eram a base do estabelecimento de um Município e, por conseguinte, um evento muito importante na história de qualquer vila ou cidade.
Pretendiam assegurar as condições de afixação da comunidade.
O Foral tornava o concelho “livre” do controlo feudal (os grandes senhores). Esta era uma preocupação de todos os reis, que viam muitas vezes a sua soberania posta em causa por aquele grupo.
Garantiam-se as terras públicas para cultivo da comunidade, regulavam-se impostos e multas, estas, por questões de segurança. Não nos esqueçamos que nesta época a agressão entre os habitantes era prática comum.
De acordo com o Foral os Habitantes de Tolosa sempre gozaram de grandes privilégios concedidos pela Ordem:
O Foral abordava os seguintes aspectos:
• Sociedade – Atribuições dos diferentes grupos sociais
• Justiça – Delitos consignados (eram vários)
• Administração – Direitos e deveres dos diferentes cargos administrativos e fiscalidade
• Economia – Receitas e despesas (impostos)
Em 2012, data da comemoração do 1º Foral de Tolosa, a Junta de Freguesia debate-se com a hipotética possibilidade de ser extinta ou “agregada” sem sabermos bem porquê.
Não vamos deixar que os direitos adquiridos há 750 anos nos sejam retirados por um punhado de supostos “grandes senhores” ou por imposição de uma qualquer Troika que, pura e simplesmente, trata as Juntas de Freguesia como se de empresas se tratassem. A Junta de Freguesia de Tolosa não é uma empresa que pode simplesmente ser encerrada porque o “dono/Troika” assim o entende. E as pessoas? Os mais idosos? As nossas crianças? A nossa História? Onde fica a afectividade? Nas freguesias existe algo mais do que a simples emissão de documentos. Há uma vida em comunidade. Há afectos.
Não queremos ser submetidos a outra freguesia, nem queremos perder os direitos e autonomia adquiridos há tantos anos atrás (750). Queremos continuar a ser nós próprios, queremos a nossa identidade, que é o reflexo daquilo que fomos, somos e seremos…..
Que preocupações têm os nossos governantes com as freguesias que pretendem agregar ou mesmo extinguir? Reduzir o défice? Não nos parece.
Pretendem pura e simplesmente que, ao contrário do que apregoam, as populações do interior fiquem cada vez mais desertificadas e ao abandono.
Por que quer o estado “fugir” do interior?
É acabando com as Juntas de Freguesias que se criam serviços de proximidade? É acabando com as Juntas de Freguesias que se presta um serviço público?
Tolosa é e sempre foi uma freguesia rural.
Apesar da sua pequena área geográfica, a 2ª menor do concelho, a Freguesia de Tolosa desde os tempos mais remotos que é terra de agricultores e de agro-indústrias. Prova disso são as queijarias, as industrias transformadoras de lenha, os produtores de gado e muitos pequenos agricultores que vivem do que produzem nos seus terrenos.
Por ter uma área realmente reduzida, muitos tiveram necessidade de adquirir terrenos fora do concelho para expandir a sua produção. Prova disso são as muitas centenas, senão milhares, de hectares pertencentes a freguesias vizinhas dos concelhos de Nisa, Crato e Gavião que são propriedade de empresários residente e naturais da Freguesia de Tolosa.
Se a freguesia de Tolosa vai ser agregada/extinta pelo facto de ser uma freguesia maioritariamente urbana perguntamos. Onde está a nossa urbanidade? Que mais é necessário para mantemos o nosso ruralismo?
Por que não fazem como há 750 anos? Nessa altura pretendia-se assegurar as condições de fixação da comunidade. E agora? Vamos todos para Lisboa? Não! Vamos ficar na “NOSSA TERRA”!
Contra a agregação
Tolosa "INDEPENDENTE"
- Texto retirado de www.freguesias.pt