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2.9.25

Município de Reguengos de Monsaraz pede revisão urgente do financiamento dos conservatórios de música no interior


Marta Prates, Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, escreveu esta manhã ao Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, para “chamar a atenção para a situação grave que atravessa o Conservatório Regional do Alto Alentejo” e para pedir a revisão urgente das condições que regulam o financiamento dos conservatórios de música no interior do país. O Conservatório Regional do Alto Alentejo está sediado em Reguengos de Monsaraz e tem 98 alunos, com idades entre os 6 meses e os 67 anos, abrangendo cursos oficiais e cursos livres, respondendo às necessidades educativas e culturais de várias gerações e promovendo também a inclusão e o desenvolvimento comunitário de concelhos vizinhos, como Redondo, Borba, Vila Viçosa e Mourão.

Na missiva enviada para o ministro Fernando Alexandre, Marta Prates afirma que “o conservatório enfrenta um progressivo e severo desinvestimento, resultado de um contrato de patrocínio com o Ministério da Educação que não acompanha as necessidades reais da instituição. Desde 2015, o valor atribuído por aluno permanece congelado e o número de novos alunos financiados por ano é limitado, impedindo a resposta adequada à crescente procura por ensino artístico especializado na região”. 

A autarca sublinha que para o ano letivo 2025/26, o Conservatório Regional do Alto Alentejo “enfrenta uma situação crítica”, apesar do aumento significativo do interesse e das inscrições, sobretudo no regime oficial articulado, pelo que “a insuficiência de financiamento coloca em risco a sua própria sustentabilidade. Este cenário não só ameaça a continuidade do projeto educativo, mas coloca em causa a possibilidade de muitos jovens acederem a um percurso educativo estruturado e enriquecedor”.

 

Marta Prates dá como exemplo que “neste ano letivo há 14 novos alunos do ensino artístico especializado da música matriculados em regime articulado, para os quais não há financiamento garantido”. O conservatório pediu apoio à autarquia para estes alunos, tendo sido manifestada disponibilidade para, dentro das possibilidades, procurar uma solução que evite a exclusão dos jovens. No entanto, a autarca explicou ao governante “que os orçamentos municipais são limitados e têm um conjunto vasto de responsabilidades” e que “não é possível nem justo estarmos a suportar custos do Estado Central para evitar que jovens não tenham acesso à educação artística especializada que escolheram como percurso de vida. Senhor Ministro, não dispomos dos meios estruturais nem financeiros para assegurar de forma continuada e sustentável esta responsabilidade”.

 

A Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz refere ainda que “diante desta realidade preocupante, apelamos à revisão urgente das condições que regulam o financiamento dos conservatórios no interior, bem como à criação de mecanismos que valorizem e potenciem estas instituições estratégicas para o futuro do país, sobretudo numa perspetiva de igualdade de oportunidades para todos os jovens portugueses – os dos centros urbanos, mas também os das zonas interiores e rurais”. A finalizar a missiva, Marta Prates solicita uma reunião com os responsáveis do conservatório e com membros do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, bem como uma visita à instituição, “para que possam constatar diretamente os desafios que enfrentamos e o impacto que uma resposta adequada poderá ter para a região e para o ensino artístico em Portugal”.

 

 

29.3.24

REGUENGOS DE MONSARAZ: Exposição “A revolução e o que ela trouxe” na Biblioteca Municipal

O Município de Reguengos de Monsaraz inicia as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril com a exposição “A revolução e o que ela trouxe”, da Ephemera – Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira. A mostra vai ser inaugurada no dia 2 de abril, pelas 18h, com a presença de José Pacheco Pereira, estará patente até 28 de abril no Auditório António Marcelino da Biblioteca Municipal de Reguengos de Monsaraz e poderá ser visitada de segunda-feira a sábado das 10h às 12h30 e entre as 14h e as 17h30.
Em exposição vão estar materiais do arquivo Ephemera sobre o 25 de Abril de 1974 e os tempos que se lhe seguiram, pretendendo retratar os dias da revolução, os seus protagonistas, os símbolos, a democratização da política e o exercício de direitos inerentes à liberdade. Para a mostra foram selecionados jornais diários desde o dia da Revolução dos Cravos até aos dez dias seguintes, incluindo um com a orgulhosa menção de que “Este jornal não foi visado por qualquer comissão de censura”, assim como jornais publicados posteriormente por várias forças políticas.
Desta forma, pretende-se dar uma imagem da profundidade e vivacidade da revolução e dos dias que se lhe seguiram, com várias edições diárias e notícias constantes. A opção pela exposição de jornais de diversas organizações políticas tem também como objetivo demonstrar a participação cívica, pela via da formação de novos partidos e pela legalização de outros.
“A revolução e o que ela trouxe” exibe, entre outros, o primeiro “Avante!” publicado em liberdade e o “Povo Livre”, editado pelo PPD, o primeiro partido formalmente constituído após a revolução. Os cartazes escolhidos retratam a diversidade das formas de manifestação, numa ilustração da iconografia dessa época, como o cravo, a pomba, a chaimite, os soldados e o povo.
Alguns dos cartazes sobre a dinamização cultural, que se vieram a tornar famosos também pelo seu valor estético, ilustram, com a autoria de João Abel Manta, esse processo que o Movimento das Forças Armadas levou a cabo. A realização de manifestações após a revolução, fossem de regozijo e alegria ou de reivindicação, ocorreram por todo o país e na mostra estão expostos dois panos originais utilizados em manifestações no Porto, que revelam o ambiente então vivido.
O arquivo Ephemera dedica-se ao salvamento, preservação e divulgação pública de espólios, acervos, livros, manuscritos, documentos, papéis, panfletos e objetos portugueses e estrangeiros relacionados com a memória da história social, cultural, sindical e política contemporânea, tendo publicadas na internet cerca de 20 mil pastas de material disponível. O arquivo acolhe investigadores e projetos de investigação dos seus acervos e espólios, organiza e participa em exposições públicas com os seus fundos e cede documentação e imagens para livros e artigos publicados em Portugal e no estrangeiro.

15.5.23

Autarquia dá incentivo de mil euros aos médicos de família que trabalhem na USF de Reguengos de Monsaraz

Os médicos de medicina geral e familiar que trabalhem na Unidade de Saúde Familiar de Reguengos de Monsaraz (USF REMO) vão receber um incentivo financeiro de mil euros mensais atribuído pelo Município de Reguengos de Monsaraz. Esta é uma das medidas previstas no Regulamento Municipal de Apoio à Atração e Fixação de Médicos de Família no concelho que atribui incentivos superiores a 100 mil euros por ano aos profissionais de saúde.
O documento foi aprovado por unanimidade na Reunião de Câmara de 26 de abril e será submetido à próxima Assembleia Municipal. Este pacote de incentivos e apoios foi concertado com o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, a Administração Regional de Saúde e o Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central durante a visita que o governante efetuou ao concelho no dia 3 de abril.
O incentivo de mil euros mensais a cada médico vai ser atribuído até que a USF REMO transite para USF de modelo B, que já prevê uma remuneração mais alta para os clínicos. Quando a USF REMO for constituída em modelo B, a autarquia vai passar a conceder um incentivo de 500 euros mensais a cada médico.
Marta Prates, Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, considera que “tivemos uma postura de grande resiliência e nunca desistimos nem baixámos os braços até encontrarmos as melhores soluções junto das autoridades de saúde para resolvermos o grave problema da falta de médicos de família no concelho. Mesmo não sendo uma responsabilidade direta da autarquia, estamos a apresentar um dos maiores programas de incentivos a nível nacional para a fixação de clínicos neste concelho do interior do país”. A autarca sublinha que “este esforço financeiro que estamos a fazer é para garantir cuidados de saúde primários a toda a população do concelho, pois atualmente cerca de 50 por cento dos habitantes, quase cinco mil pessoas, não tem médico de família, pelo que através destes incentivos e apoios esperamos poder atingir a resposta de saúde adequada que deveria ser assegurada pelo Serviço Nacional de Saúde”.
A câmara municipal tem também três casas de função para disponibilizar a três clínicos e às suas famílias e pode conceder um apoio de 250 euros mensais, até quatro beneficiários que não usufruam de casa de função, para comparticipar no arrendamento de habitação ou para despesas de deslocação da localidade onde residem até à unidade de saúde. Os apoios e incentivos diretos são atribuídos aos clínicos que efetuem o pedido na autarquia e que assumam o compromisso de prestar serviço na USF REMO em horário de trabalho a tempo inteiro pelo período mínimo de dois anos.
O Município de Reguengos de Monsaraz tem igualmente apoios indiretos para dar aos médicos de família que se fixem no concelho ou que pertençam à equipa criada para tratar do processo de transição da USF REMO para o modelo B. Neste âmbito, o regulamento municipal prevê a isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis durante oito anos para os clínicos que construam ou adquiram habitação multifamiliar no concelho de Reguengos de Monsaraz e nos quatro anos seguintes à isenção terão uma redução do imposto em 0,02 por cento ao valor indexado (até atingir o mínimo legal).
Os médicos vão ter também isenção de taxas municipais relativas a licenças de construção, beneficiação e ampliação de casa para habitação própria e permanente, aplicação do Tarifário Doméstico Social no consumo de água da habitação permanente e isenção de Taxa Fixa de Abastecimento e Saneamento durante quatro anos.
As medidas previstas no Regulamento Municipal de Apoio à Atração e Fixação de Médicos de Família estão a ser divulgadas aos profissionais de saúde juntamente com uma apresentação do concelho de Reguengos de Monsaraz. Desta forma, a autarquia pretende conseguir aumentar o número de clínicos de medicina geral e familiar na USF REMO e criar mecanismos para melhorar os cuidados de saúde no concelho e satisfazer as necessidades dos utentes.

8.2.23

Município de Reguengos de Monsaraz lança VisitReguengos nas redes sociais


O Município de Reguengos de Monsaraz está a lançar os novos canais VisitReguengos para promover o setor do turismo nos meios digitais. VisitReguengos pretende ser a referência do turismo no concelho, através de uma forte presença e dinâmica nas redes sociais Facebook e Instagram.
As páginas nestas redes sociais já estão acessíveis e o site VisitReguengos será lançado durante este ano para agregar a oferta turística do concelho. A estas novas plataformas juntam-se a aplicação Inventrip e o site Monsaraz 360º que serão atualizadas e desempenharão um papel mais relevante na estratégia turística do concelho.
O site VisitReguengos terá um layout moderno e adequado às necessidades dos viajantes. No Facebook e no Instagram haverá regularmente conteúdos apelativos para promover Reguengos de Monsaraz como destino turístico.
A informação e a oferta turística vão estar atualizadas nas várias plataformas para que os turistas e os viajantes possam traçar devidamente o seu roteiro no concelho. VisitReguengos pretende estruturar e valorizar o turismo em Reguengos de Monsaraz, melhorando a experiência do turista de acordo com as novas tendências e permitindo-lhe ter acesso à informação turística de forma prática.

12.1.23

REGUENGOS DE MONSARAZ: Exposição de fotografia “Saudades dos Cartuxos” na Biblioteca Municipal MM

A exposição “Saudades dos Cartuxos”, da Fundação Eugénio de Almeida, vai estar patente de 18 de janeiro a 27 de fevereiro na Biblioteca Municipal de Reguengos de Monsaraz. A mostra pode ser visitada de segunda-feira a sábado das 10h às 12h30 e entre as 14h e as 17h30.
A exposição de fotografia foi criada para assinalar a despedida dos últimos quatro monges cartuxos que viveram até 2019 no Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli. A mostra apresenta 16 fotografias, muitas das quais inéditas, criadas entre 1970 e 2019 por oito fotógrafos que, na sua maioria, participaram em projetos da Fundação Eugénio de Almeida.
“Saudades dos Cartuxos” integra imagens de alguns dos nomes mais representativos da fotografia contemporânea, nomeadamente de Eduardo Gageiro, José Manuel Rodrigues, Mark Power, Nacho Doce, Francisco Pereira Gomes, Jerónimo Coelho, Virgílio Ferreira e Paulo Catrica. As fotografias recordam a presença dos monges cartuxos, os afetos e a vivência do lugar.

“Porque se tratava de lembrar a passagem dos cartuchos por Évora, procurei que as fotos fossem “habitadas”, isto é, que a exposição enunciasse a presença dos monges no Mosteiro, as dimensões espiritual e comunitária, o modo de vida intramuros”, refere o curador da exposição, José Alberto Ferreira, Diretor Artístico do Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida. José Alberto Ferreira considera ainda que “pode dizer-se que a Cartuxa é fotografia, que a fotografia difundiu amplamente uma imagem da Cartuxa, e que assim se gerou um amplo conhecimento do lugar, nas suas múltiplas dimensões, pela imagem. Os fotógrafos aqui reunidos são, inequivocamente, os grandes protagonistas desse processo que inscreve a Cartuxa no inconsciente ótico de que o imaginário coletivo faz parte.”

1.9.22

REGUENGOS DE MONSARAZ: Manuel Cargaleiro apresenta “A Essência da Cor” na Biblioteca Municipal

No dia 4 de setembro, pelas 18h, abre ao público a exposição de serigrafia e litografia “A Essência da Cor”, de Manuel Cargaleiro, com a presença do artista. A mostra estará patente até 30 de setembro na Biblioteca Municipal e poderá ser visitada de segunda a sexta-feira das 10h às 12h30 e entre as 14h e as 17h30.
“A Essência da Cor” evidencia a enorme versatilidade do Mestre Cargaleiro perante os materiais, as diferentes linguagens artísticas e as técnicas utilizadas. Um trabalho apurado de pesquisa e de estudo constante, onde a exploração da cor serve, antes de tudo, para definir formas, revelar sentimentos ou criar múltiplos espaços, tudo em perfeita comunhão com a natureza e com o mundo que o rodeia.
Esta exposição é uma viagem ao percurso artístico de Manuel Cargaleiro, composto por muitas décadas de inesgotável vontade criativa, intensa e sempre rica nas suas propostas e aberta a novos caminhos. “A Essência da Cor” integra um conjunto muito significativo de serigrafias elaboradas entre 1973 e 2010.

Desenhador, pintor e ceramista, Manuel Cargaleiro é natural de Vila Velha de Ródão, onde nasceu a 16 de março de 1927. Desde 1950, quando realizou a sua primeira exposição individual de cerâmica, o artista tem apresentado as suas obras em inúmeras mostras em Portugal, França, Suíça, Itália, Bélgica, Alemanha, Espanha, Brasil, Japão, entre muitos outros países.
Mestre Manuel Cargaleiro foi agraciado em 1984 com o Grau de Officier des Arts et des Lettres pelo governo francês e em 2017 foi condecorado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. A Fundação Manuel Cargaleiro, criada em 1990, gere o Museu Cargaleiro que recebeu todo o espólio do artista e é herdeira e detentora de um significativo património com grande valor artístico, histórico e cultural. 

14.1.21

Reguengos de Monsaraz recebe próxima edição do Festival Andanças 2021

Evento vai realizar-se em Campinho, junto ao Grande Lago Alqueva
A Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz estabeleceu uma parceria com a Associação PédeXumbo para a realização do Festival Andanças no concelho, nomeadamente na aldeia de Campinho, junto ao Grande Lago Alqueva. A edição de 2021 do festival já está agendada para os dias 18 a 22 de agosto e vai decorrer no Parque de Eventos de Campinho e nas áreas adjacentes, onde serão instalados vários palcos, zonas para alimentação e bebidas, área de campismo e parques de estacionamento.
A autarquia e a organização pretendem que esta parceria permita a realização do festival durante muitos anos no concelho de Reguengos de Monsaraz. Nesta primeira edição em Campinho, o Andanças terá cinco dias de música, dança e outras atividades para todas as idades, pretendendo levar as iniciativas ao interior da aldeia e ao espaço natural junto ao lago.
O Festival Andanças teve início em 1996 e junta anualmente milhares de pessoas de todo o mundo num espírito de partilha, de encontro e de práticas sustentáveis. Neste festival promove-se a música e a dança popular enquanto meios privilegiados de aprendizagem e intercâmbio entre gerações, saberes e culturas.
No Andanças é possível aprender mais de meia centena de estilos de danças africanas, americanas e europeias, como as portuguesas, húngaras, balcânicas, bascas, belgas, mediterrânicas, catalãs e italianas. O festival assenta em quatro pilares, nomeadamente a dança e a música, voluntariado, comunidade e sustentabilidade.

19.8.20

LAR DE REGUENGOS: Médicos que denunciaram falta de condições foram ameaçados por Diretor Regional de Saúde

Os médicos que denunciaram a falta de condições no lar de Reguengos de Monsaraz foram ameaçados com processos disciplinares pelo Diretor Regional de Saúde do Alentejo, José Robalo, avança o Expresso esta terça-feira.
A situação, avaça o semanário esta terça-feira, é denunciada no relatório da comissão de inquérito da Ordem dos Médicos ao surto de covid-19 no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva, em Reguengos de Monsaraz.
Os profissionais de saúde sido intimidados depois de denunciarem a falta de condições para a prestação de serviços no lar, onde um surto de covid-19 causou dezenas de infetados e terá sido também a causa da morte de 18 pessoas.
“Na reunião os médicos são informados pelo Dr. Robalo de que devem manter a prestação de cuidados no lar porque, caso contrário, incorreriam em processo disciplinar”, pode ler-se no documento, que detalha que o encontro em causa ocorreu uma semana depois de o primeiro caso ter sido detetado e contou com a presença de representantes da Autoridade de Saúde Pública e da Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central.
Ao Expresso, José Robalo admite que mencionou os processos disciplinares, mas apenas quanto à recusa em prestar o serviço e não quanto à falta de condições: “Sim, levantei a possibilidade de um processo disciplinar” nesse encontro.
“Se se recusam a tratar um doente do Serviço Nacional de Saúde, neste contexto, pode ser levantado um processo disciplinar. Não pode haver recusa”.
“Eu não sei se havia ou não condições” para prestar os cuidados, continua.
De acordo com o mesmo relatório, por esta altura uma pessoa já tinha morrido e 70 utentes tinham contraído a doença. No dia seguinte, a 25 de junho, a Autoridade de Saúde Pública e da Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alentejo Central, reconheceu a “falta de condições de segurança” no lar. A 27 de junho, José Robalo terá sido avisado mais uma vez da “verificação das más condições existentes”.
Ao todo, 80 utentes de um universo de 84 e 26 trabalhadores do lar ficaram infetados com o novo coronavírus. Dezasseis idosos acabaram por morrer, bem como uma funcionária e um homem da comunidade, motoristas da Câmara Municipal.
ZAP -18 Agosto, 2020

17.8.20

REGUENGOS DE MONSARAZ: PSD denuncia “teia de relações partidárias” socialistas no Alentejo

O PSD denunciou este domingo uma “teia de relações partidárias” entre a administração de saúde e segurança social no Alentejo e exigiu o apuramento de responsabilidades pela morte de 18 doentes com covid-19 em Reguengos de Monsaraz.
Em comunicado, o partido social-democrata fala numa “teia de relações partidárias que se estabelece com a Administração Regional de Saúde e o Centro Distrital da Segurança Social” e exige o apuramento de “responsabilidades políticas municipais e distritais” na morte dos 18 idosos num lar de Reguengos de Monsaraz “por alegada falta de cuidados médicos adequados”.
“A ocupação generalizada das estruturas da administração local e regional por parte do Partido Socialista é uma prática que atinge no Alentejo uma dimensão insuportável”, sublinha o partido.
Também o facto de a presidência da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão da Silva coincidir com a presidência da Câmara Municipal de Reguengos revela, segundo o partido, “a promiscuidade política que domina as relações institucionais naquele município do Alentejo”.
Reiterando ser “inadmissível” a tentativa de “desvalorização dos acontecimentos verificados em Reguengos de Monsaraz por parte da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, o PSD quer “o apuramento das responsabilidades políticas que os diferentes atores em presença terão que assumir”, nomeadamente o Governo.
Para os sociais-democratas, é importante saber se a ministra sabia o que se estava a passar no referido lar e que medidas foram tomadas para resolver a situação.
“Se sabia e não tomou as medidas adequadas, estamos perante um caso evidente de incompetência e de insensibilidade perante a morte de 18 portugueses. Se não sabia ou ignorou deliberadamente a situação, então o caso afigura-se bem mais grave, colocando ao Primeiro-Ministro a responsabilidade de manter no Governo alguém que não está capacitada para o lugar”, sublinha o partido.
De acordo com o PSD, “os 18 falecidos não são redutíveis a percentagens. São pessoas, não são números”.
O partido revelou no sábado que vai chamar as ministras da Segurança Social e da Saúde ao Parlamento, para Ana Mendes Godinho explicar a situação ocorrida num lar de Reguengos e Marta Temido falar sobre o plano de combate à covd-19. Também o Chega e o CDS requereram uma audição urgente com as ministras.
Na entrevista publicada no semanário Expresso, a ministra da Segurança Social admitiu que faltam funcionários nos lares, lembrando que há um programa para colmatar essa falha, mas considerou que a dimensão dos surtos de covid-19 “não é demasiado grande em termos de proporção”.
Ana Mendes Godinho defendeu que não faz sentido falar de casos concretos de surtos de covid-19 em lares e sobre a situação ocorrida em Reguengos de Monsaraz disse que está a decorrer um inquérito por parte do Ministério Público e que é preciso esperar pelas conclusões.
A entrevista também causou polémica porque a ministra admitiu não ter lido o relatório da Ordem dos Médicos sobre o surto de covid-19 num lar de Reguengos de Monsaraz, tendo pedido “que o analisassem”. O esclarecimento do Ministério não aborda esta questão.
Em entrevista à TSF, no domingo, Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, estranhou o facto da ministra da Segurança Social não ter lido o relatório da Ordem dos Médicos sobre o surto de covid-19 num lar de Reguengos. “É no mínimo estranho e de uma enorme insensibilidade, a ministra não ter perdido 15 ou 20 minutos para ler a auditoria que a Ordem dos Médicos fez. Competia-lhe ler o documento“, disse.
O bastonário afirmou que Ana Mendes Godinho está a desvalorizar um documento importante e que contém factos relevantes que deviam ser lidos pela ministra que tutela os lares. “É um relatório factual, baseado em testemunhos de várias pessoas que lá trabalharam. O documento não deixa margens para dúvidas relativamente ao incumprimento das regras impostas pela Direção-Geral da Saúde. São regras básicas como separar os doentes covid e não-covid”, indicou.
zap.aeiou.pt

16.7.19

Reguengos Wine e Blues traz a Portugal os míticos The Animals

A banda sonora da terceira edição do festival internacional Reguengos Wine & Blues é composta pela banda inglesa Animals & Friends, que surgiu dos lendários The Animals e integra dois membros da formação da década de 1960, pelos portugueses Delta Blues Riders, pelos espanhóis Guitar Not So Slim e pelos italianos T-Roosters. O Reguengos Wine & Blues tem entrada gratuita e decorre nos dias 14 e 15 de agosto no Parque de Feiras e Exposições de Reguengos de Monsaraz.
O festival está integrado na ExpoReg – 27ª Exposição de Atividades Económicas, é organizado pelo Município de Reguengos de Monsaraz e produzido pela Trovas Soltas. Neste evento alia-se o Blues ao vinho num concelho que registou a marca Reguengos de Monsaraz – Capital dos Vinhos de Portugal e tem 11 empresas que anualmente produzem mais de 25 milhões de litros de vinho.
A primeira noite do Reguengos Wine & Blues vai abrir às 22h com a banda portuguesa Delta Blues Riders. Provenientes do Porto, este grupo composto por Paulo Veloso (voz, piano, hammond, guitarra, dobro e harmónica), Jorge Loura (guitarra), António Ferro (baixo) e Miguel Pardal (bateria) apresenta um reportório em que reinventa as sonoridades que originaram o Blues. Esta banda foi a vencedora do Portuguese Blues Challenge 2018 e representou Portugal no European Blues Challenge 2019, que este ano decorreu nos Açores.
O segundo concerto inicia-se às 23h30 e terá em palco a banda espanhola Guitar Not So Slim. Esta banda de Cáceres é liderada pelo canadiano Troy Nahumko (guitarra e voz) e na sua formação estão também os espanhóis Moi Martin (baixo e voz), José Luis Naranjo (harmónica) e Lalo Gonzalez (bateria).
O grupo formou-se há cerca de uma década e o nome da banda inspira-se num guitarrista da década de 1950, chamado Guitar Slim. Em palco apresentam Blues alegres com influências desde o Mississipi até Chicago e que vão apelar à dança dos festivaleiros.
A segunda noite do Reguengos Wine & Blues abre às 22h com o duo italiano T- Roosters, composto por Tiziano “Rooster” Galli (guitarra e voz) e Marco Simoncelli (harpa de Blues). O seu reportório inclui músicas das origens do Blues, mas também novas sonoridades do swing, rock’n’roll e boogie woogie, assim como alguns temas compostos pelos T-Roosters.
Em 2012 gravaram o primeiro álbum, intitulado “No Monkey but the Blues”, seguiu-se “Dirty Again”, em 2015, e “Another Blues to Shout”, em 2017. Em 2016 chegaram à semifinal do International Blues Challenge, concurso realizado em Memphis, nos Estados Unidos da América, ficando assim nas 20 melhores bandas das 150 que participaram de todo o mundo.
A fechar o terceiro festival internacional Reguengos Wine & Blues, às 23h30, sobe ao palco a banda inglesa Animals & Friends, que teve origem nos The Animals. A banda mantém os membros originais John Steel (bateria) e Mickey Gallagher (voz e teclado) que tocou com Paul McCartney, The Clash e The Blockheads, ficando composta com Danny Handley (voz e guitarra) e Roberto Ruiz (voz e viola baixo).
No único concerto que a banda tem agendado em Portugal, em Reguengos de Monsaraz vão tocar os grandes êxitos dos The Animals, como “House of the Rising Sun”, “Don’t Let Me Be Misunderstood”, “Bring It On Home”, “I Put A Spell On You”, “Night and Day”, “We Gotta Get Out Of This Place” e “Don’t Bring Me Down”. Até abril do próximo ano, a digressão da banda Animals and Friends inclui cerca de 50 concertos na Dinamarca, Itália, Holanda, Polónia, Reino Unido, França, Bélgica, Finlândia, Suécia, Alemanha e Austrália. Os The Animals surgiram no início da década de 1960, tocaram no histórico Festival de Monterrey em 1967, que decorreu na Califórnia (Estados Unidos da América) e teve concertos, entre muitos outros, de Janis Joplin, The Who e Jimi Hendrix.

16.5.17

Festa Ibérica da Olaria e do Barro junta os maiores centros oleiros da Península Ibérica

S. Pedro do Corval, no concelho de Reguengos de Monsaraz, vai ser a capital ibérica da olaria entre os dias 18 e 21 de maio, com a realização da 23.ª Festa Ibérica da Olaria e do Barro. Este certame organizado pelo Município de Reguengos de Monsaraz, Junta de Freguesia de Corval e Ayuntamiento de Salvatierra de los Barros junta os maiores centros oleiros da Península Ibérica, como S. Pedro do Corval e Salvatierra de los Barros, na Extremadura espanhola.
 O Centro Oleiro de S. Pedro do Corval é considerado o maior de Portugal, com 22 olarias em atividade e onde se pode assistir ao vivo a esta arte ancestral e adquirir peças produzidas pelos artesãos.
A 23.ª Festa Ibérica da Olaria e do Barro vai ter 63 expositores de Portugal e de Espanha. No certame vão participar oleiros e ceramistas de S. Pedro do Corval, Assafora, Valongo do Vouga, Reguengos de Monsaraz, Pombal, Beringel, Mourão, Évora, Lisboa, Vila Nova de Famalicão, Caldas da Rainha, Redondo, Guarda, A-da-Beja, Sintra, Almada, Mafra, Alhos Vedros, Baixa da Banheira, Gafanha da Nazaré, Vila Nova de Milfontes, Coimbra, Queluz, Trofa e Sabugal. Espanha estará representada com olarias de Salvatierra de los Barros e de Hornachos.
 A Festa Ibérica da Olaria e do Barro é uma homenagem viva à arte da olaria, através de exposições, demonstrações ao vivo, jornadas ibéricas e música tradicional, pretendendo-se valorizar a olaria, chamar a atenção para o seu valor artesanal e artístico e apontar estratégias para o seu desenvolvimento económico e profissional. Este evento transfronteiriço de promoção cultural e turística da olaria é organizado em anos alternados em cada município há mais de duas décadas.
 A cerimónia de abertura da Festa Ibérica da Olaria e do Barro vai decorrer na quinta-feira, às 18h, na Casa do Barro – Centro Interpretativo da Olaria de S. Pedro do Corval, seguindo-se às 22h o primeiro concerto do Festival de Música Ibérica, com o grupo Voces Al Alba. Na sexta-feira, a partir das 15h, realizam-se as Jornadas Ibéricas de Olaria e Cerâmica.
Durante os trabalhos, às 15h30 será apresentada a Associação Portuguesa de Cidades e Vilas Cerâmicas, por José Luís Almeida Silva, do Cencal, seguindo-se a primeira comunicação, de Anabela Caeiro, da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, intitulada “Moldar o Futuro com o Saber do Passado”, que é igualmente o tema das jornadas. A pintora Filippa Lobato vai falar sobre o “Projeto Piloto Sorrir de Novo – São Pedro do Corval – Toda a Aldeia é uma grande escola” e Miguel Alba Calzado, arqueólogo e diretor do Consórcio da Cidade Monumental de Mérida, vai abordar o tema “Espaços da olaria tradicional de Salvatierra de los Barros”. Antes do debate que vai encerrar os trabalhos, Reyes González Castaño, professor do Instituto San José, apresenta uma comunicação sobre a “Linguagem transfronteiriça da olaria tradicional”.
 O Festival de Música Ibérica terá na sexta-feira, pelas 22h, a atuação da banda The Lucky Duckies, no sábado, à mesma hora, sobe ao palco o grupo Monda, e no domingo, às 18h, haverá um concerto com a banda e o coro polifónico da Sociedade Filarmónica Corvalense.
 A 23.ª Festa Ibérica da Olaria e do Barro pode ser visitada na quinta-feira entre as 18h e a meia-noite. Na sexta-feira e no sábado o certame estará aberto ao público entre as 10h e a meia-noite, e no domingo das 10h às 23h.
 Sobre o Centro Oleiro de S. Pedro do Corval
No Centro Oleiro de S. Pedro do Corval continuam a pintar-se os motivos típicos do Alentejo, como por exemplo o pastor, a apanha da azeitona e a vindima. Em S. Pedro do Corval podem ser encontradas as mais belas e formosas peças de barro, trabalhadas por habilidosos artesãos que assim continuam uma tradição multissecular de fabrico de louça tosca, vidrada e decorativa, de extraordinário valor estético e etnográfico. Constituindo um autêntico espelho da vida rural e dos costumes ancestrais, a olaria de S. Pedro do Corval, o seu espírito muito próprio e as suas excecionais qualidades são os genuínos responsáveis pela criação de peças de grande utilidade, efeito decorativo ímpar, impondo-se naturalmente pelo conjunto das suas tonalidades e pela beleza campestre das suas composições.
No concelho de Reguengos de Monsaraz podem ser encontrados vestígios de olaria desde os tempos pré-históricos, nomeadamente de peças feitas à mão, descobertas, por exemplo, em antas da região. Em 1276, D. Afonso III, no foral Afonsino de Monsaraz, reconhece privilégios aos oleiros do seu termo que poderiam assim ter livremente fornos de olaria. No foral Manuelino, de 1512, também há referência à olaria do concelho, e já em 1905 S. Pedro do Corval teria cerca de 30 oficinas em funcionamento, havendo a distinção entre as de louça miúda, as de talha para o vinho (seriam quatro) e as de tarefas para a aguardente (seis), o que demonstra também a importância da localidade na produção vinícola.
 Em 1996 existiam 34 olarias em S. Pedro do Corval, segundo dados recolhidos pela junta de freguesia, 51 mestres oleiros, três aprendizes, 16 serventes, 123 pintores (essencialmente do sexo feminino) e 47 pessoas que trabalhavam em casa à peça. Atualmente existem 22 olarias, entre as quais duas oficinas que se dedicam integralmente à cerâmica de construção, uma maioritariamente à louça tosca ou à louça vermelha vidrada, e as restantes à louça decorativa, embora mantenham sempre a possibilidade de fazerem louça vermelha vidrada.
A olaria de S. Pedro do Corval é uma marca registada pois o Município de Reguengos de Monsaraz registou em 2008 no Instituto Nacional da Propriedade Industrial as marcas nacionais “Olaria de São Pedro do Corval”, “Rota da Olaria”, “Rota dos Oleiros” e “Olaria”.
Há dois anos foi inaugurada a Casa do Barro, um centro interpretativo que visa preservar, promover e assegurar a sustentabilidade da olaria de São Pedro do Corval, proporcionando a todos os visitantes o conhecimento e a aprendizagem sobre a arte oleira e o barro através de oficinas, palestras e outras atividades. A Casa do Barro resulta da reabilitação de uma antiga olaria, envolta em história e tradição, com dois fornos a lenha que serviam para cozer a louça, um tino onde se coava o barro e rodas de oleiro com as suas imponentes arquinas. A recuperação deste local permitiu recriar o ciclo do barro, desde a terra ao produto final.
O centro interpretativo tem à disposição do público o Espaço Atividade, onde se realizam iniciativas com oleiros e ceramistas e os visitantes podem aprender a manusear o barro e a produzir uma peça numa roda de oleiro. A Área Expositiva tem informação sobre todas as olarias em atividade e no Espaço Memória os visitantes encontram objetos e documentos sobre a história do centro oleiro, incluindo peças de barro antigas, os dois fornos tradicionais a lenha, um tino, um tanque e rodas de oleiro. No Espaço Mostra podem ser apreciadas as peças produzidas pelas olarias atualmente em atividade.
Gonçalo Jordão, muralista que integrou a equipa do filme Grand Budapest Hotel, de Wes Anderson, que foi distinguida com um Óscar na categoria de Melhor Direção Artística, pintou cinco painéis na Casa do Barro. Um painel é sobre os diferentes tipos de barro e os restantes são alusivos aos quatro elementos da natureza: terra, água, ar e fogo.