O festival Que Jazz É Este? regressa este outono para a reta final da
sua 13.ª edição, levando música e pensamento crítico a vários pontos do
concelho de Viseu. Depois de um verão cheio de encontros, o festival divulga
agora a programação detalhada do Ciclo de Outono – Conversas e Concertos, que
decorre entre 27 de setembro e 22 de novembro com o apoio da Direção-Geral das
Artes. Com o objetivo de dar visibilidade à nova geração do jazz português,
incentivando o risco, a experimentação e o diálogo entre géneros musicais, o
festival lançou pela primeira vez uma chamada aberta destinada a artistas e
bandas emergentes entre os 16 e os 30 anos. Maria Carvalho Trio, Barananu e
ONOMA são os 3 projetos selecionados entre as várias propostas que chegaram de
todo o país e que integram agora o cartaz do ciclo.
O ciclo arranca no centro histórico de Viseu, a 27 de setembro, com
dois concertos que sublinham a diversidade do festival: o Coro Azul, no Museu
Keil Amaral (16h), apresenta um repertório de canções de autores portugueses
como José Afonso, José Mário Branco, Rui Veloso, Fausto e Sérgio Godinho, com
arranjos para quatro e cinco vozes acompanhadas ao piano por Joaquim Rodrigues;
segue-se Joana Raquel, que no Museu Nacional Grão Vasco (16h30) dá a ouvir
Queda Áscua, um som acústico que evoca a música de câmara e acolhe a
espontaneidade no conceito de canção.
A 25 de outubro, o ciclo viaja até Várzea de Calde e começa às 16h com
um concerto do Coro Azul na capela da aldeia. No Museu do Linho, Hélder Bruno
Martins conversa com Catarina Machado a partir do livro É Jazz Quando Me Chegam
Lágrimas aos Olhos – José Duarte (1938-2023), seguindo-se depois um programa de
rádio ao vivo em tributo a José Duarte. A tarde termina com o concerto de Maria
Carvalho Trio (18h), projeto liderado pela baterista e compositora Maria
Carvalho que explora uma linguagem própria onde o jazz contemporâneo se cruza
com o rock e a música eletrónica.
O encontro de 8 de novembro, em Ribafeita, abre também às 16h com o
Coro Azul na igreja matriz. Depois, Nuno Costa e o guitarrista viseense Luís
Lapa apresentam A Guitarra Jazz em Portugal (1940–1990), partilhando histórias
e contextos que marcaram a evolução da guitarra jazz no país e Luís Lapa
apresenta-se a solo, improvisando pelas suas paisagens sonoras favoritas. A
tarde fecha com o concerto de Barananu, coletivo que abraça a criação musical
como um exercício de liberdade e descoberta, fundindo jazz, disco e rock
progressivo num diálogo constante com a improvisação.
O ciclo termina a 22 de novembro, em Silgueiros de Bodiosa, com mais
uma apresentação do Coro Azul na capela de Santa Marinha às 16h. Segue-se a
conversa de Joaquim Rodrigues com Luís Figueiredo em torno do trabalho Jazz,
Identidade Musical e o Piano Jazz em Portugal, a que se junta um showcase do
pianista, que encontra na improvisação livre o espaço de maior escuta e
entrega. O encerramento faz-se com ONOMA, cuja música original reflete a
frescura de uma nova geração do jazz português, cruzando géneros e criando
diversificadas paisagens sonoras.