A vida da cantora e pianista Nina Simone inicia-se em 1933, nos Estados
Unidos da América, e consistiu numa travessia de 70 anos repleta de drama, que
termina numa quase total solidão, em França, em 2003. Tetraneta de um nativo
americano casado com uma escrava negra africana, Nina Simone é a herdeira de
uma parte da história dos Estados Unidos da América e carrega consigo quatro
séculos de história colonial.
Depois de se ter apresentado no D. Maria II em 2019, com Doreen, o
encenador francês David Geselson regressa agora a Lisboa com um espetáculo que
dá vida a uma ficção inspirada na História, com letra maiúscula, que Nina
Simone habita. Contar a história da vida privada de Nina Simone é uma tentativa
de observar parte das cicatrizes e lutas da História, através da vida de uma só
pessoa.
O Silêncio e o Medo é um espetáculo falado em francês e inglês, com legendas
em português, que estará em cena no D. Maria II de 6 a 8 de janeiro, para três
apresentações únicas em Portugal.
Logo de seguida, será possível assistir, na Sala Garrett, à estreia
continental de Ilhas, a nova criação do Teatro Meridional com encenação de
Miguel Seabra, que subirá ao palco de 13 a 23 de janeiro. Uma coprodução do
Teatro Nacional D. Maria II e do Teatro Micaelense, Ilhas mergulha nas
idiossincrasias do arquipélago dos Açores, num espetáculo onde as linguagens
gestual, plástica e musical se revelam como os principais veículos de
expressão.
Na mesma altura, chega à Sala Estúdio Engolir Sapos, um espetáculo da
companhia Amarelo Silvestre, com encenação de Rafaela Santos, destinado a
escolas e famílias. Integrado no Festival Amostra, Engolir Sapos é uma reflexão
artística sobre preconceitos, nomeadamente o preconceito contra as pessoas
ciganas.