26.7.22

SOCIEDADE: "É inaceitável o encerramento dos internatos distritais de Portalegre" - denuncia o PCP

 
"Governo deve tomar medidas imediatas! 
O silêncio do Governo relativamente ao encerramento das Casas de Acolhimento Residencial  de Crianças e Jovens em Risco, do distrito Portalegre – os internatos distritais de Santo  António e de Nossa Senhora da Conceição, é uma assunção da responsabilidade nesta  decisão, por parte das entidades que têm o dever de assegurar a obrigação constitucional do  direito a todos poderem ser crianças e crescerem em estabilidade e socialmente integrados. 
Isso mesmo se conclui da carta enviada pela Provedora da Santa Casa da Misericórdia de  Portalegre (SCMP) à Assembleia Municipal que, por sua vez, em reunião de líderes decidiu  responder na primeira reunião do órgão, a realizar em setembro. 
A esta reunião de líderes faltou o PS e percebe-se porquê, quando na carta da Misericórdia se  pode ler que “a SMCP comunicou ao Centro Distrital, no mês de fevereiro, por Ofício datado de  15 de fevereiro de 2022, a intenção de, por constatar não ter condições de prestar o serviço de  excelência que os jovens merecem, pretender rescindir o contrato de cooperação a partir do  próximo ano lectivo”. Percebe-se agora a abstenção do PS na Assembleia Municipal de junho,  que discutiu o assunto e deliberou intervir no sentido de que estas instituições não encerrem,  para bem das crianças e jovens em risco, para salvaguarda dos postos de trabalho e para a  coesão do tecido social de Portalegre. 
O PS e as estruturas desconcentradas do Governo, em Portalegre, designadamente o Centro  Distrital de Segurança Social, são assim coniventes com este encerramento forçado e pela  falta de alternativas ao serviço social que vinha a ser prestado e que, em situação alguma  deve ser menos do que excelente. Porque as nossas crianças e jovens assim o merecem. 
Aliás, é a própria Provedora quem reconhece a incapacidade da SCMP em cumprir a função  cidadã de apoio a estas crianças e jovens em risco, ao alegar como razão para a denúncia do  Acordo de Cooperação com o Centro Distrital de Segurança Social de Portalegre (CDSSP),  estarem a formar “marginais”, assumindo “a incapacidade de gestão destes ambientes de  educação e formação”. Não obstante a excelência do trabalho desenvolvido pelos diretores  dos internatos, os professores, os técnicos sociais e os trabalhadores em geral, ao longo de  décadas, que nunca formaram marginais. 
Esta decisão, pelos vistos partilhada entre a SCMP e o CDSSP está a pulverizar as crianças e  jovens ali acolhidos, por todo o país, separando-os e afastando-os dos contextos comunitários, ao mesmo tempo que é mais um contributo para o encerramento de Portalegre  e das respostas sociais que ainda subsistiam no concelho e no distrito. 
Isto é inaceitável! 
Portalegre não pode continuar a ser encerrado e as suas populações a serem disparadas  para outros locais, por decisões erradas e contrárias à salvaguarda do interesse público. 
O governo tem de dar a cara e explicar porque está a deixar afundar o distrito de Portalegre. 
A CDU exige que os internatos distritais de Portalegre não sejam encerrados e que seja  encontrada uma solução urgente, que passa pela assunção desta resposta pública por parte  de quem nunca a deveria ter alijado – o Centro Distrital de Segurança Social de Portalegre, o  Ministério da Solidariedade e Segurança Social e o Governo de Portugal. 
Portalegre, 22 de julho de 2022 
A Comissão Coordenadora de Portalegre da CDU