O principal objetivo
deste projeto é a correta orientação dos peregrinos que se dirigem a Santiago
de Compostela, mas tem outros objetivos transversais, como a definição de
etapas que contemplem a pernoita de peregrinos tanto em Alpalhão como em Nisa,
contribuindo desta forma para a sustentabilidade do comércio local designadamente
nas vertentes da restauração e da hotelaria.
Nisa integra um dos
itinerários portugueses mais antigos até Santiago de Compostela, designado por
Caminho Português do Interior, também conhecido como Caminho Português do
Leste. Têm o seu início em Tavira, no Algarve e entra na Galiza por Chaves,
ligando-se ao Caminho Sanabrês (prolongamento da Via da Prata) e seguindo por
este até Santiago.
Existem diversas
referências iconográficas, toponímicas a Santiago no concelho de Nisa. Na obra
“Vias Portuguesas de Peregrinação a Santiago de Compostela na Idade Média” de
Humberto Baquero Moreno, é referido um documento que se encontra na Torre do
Tombo [ Chancelaria de D. Afonso V, livro 15, folha 45 v.], onde é relatado um
episódio ocorrido em 1455, envolvendo um casal de peregrinos alemães que se
dirigiam a Santiago da Galiza e que
apresentaram ao Juiz da Vila de Nisa, a queixa de terem sido assaltados
por três vaqueiros no caminho entre Castelo de Vide e Nisa.
O Caminho Português do
Interior entra no concelho de Nisa, junto às passadeiras da Ribeira de Sor, na
confluência das freguesias de Vale do Peso (Crato) e de Alpalhão (Nisa),
estende-se por cerca de 35 km
até alcançar a ponte sobre o rio Tejo (Vila Velha de Ródão). Atravessa as
freguesias de Alpalhão, Espirito Santo, Nossa Senhora da Graça, S. Simão e
Santana e as localidades de Alpalhão, Nisa e Pé da Serra.
A sinalização deste
itinerário contempla três fases distintas:–Sinalização e marcação com setas
amarelas e a vieira de Santiago, que nalguns troços comporta também a colocação
de postes de madeira e marcos em cimento (sinalética convencionada para a
orientação dos peregrinos);– Colocação de sinalética complementar: placas
direcionais urbanas, leitores de paisagem ou painéis indicativos;– Formalização
de proposta à Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, no sentido de
homologar este itinerário como um percurso de Grande Rota.
Fonte: CMNisa