Fernando
Costa, um amieirense do Norte
Pôr de pé um evento como o Norte Alentejano O
Meeting não é tarefa fácil mesmo para quem, como os elementos do Grupo
Desportivo dos 4 Caminhos (Matosinhos) tem já um longo historial e experiência
nestas andanças.
Fernando Costa, oficial superior do Exército,
com origens em Amieira do Tejo (Nisa) é o « rosto » mais visível de
um vasto grupo de voluntários que desde há meses prepararam esta edição do
NAOM.
« Com a prova terminada podemos, enfim,
respirar de alívio. É uma iniciativa de grande envergadura, com atletas de
grande gabarito internacional e tudo temos que fazer para que não haja falhas
na organização e às vezes basta um pequenino deslize para que as falhas sejam apontadas.
Esta edição do NAOM correu muito bem, o tempo
ajudou, tivemos aqui alguns dos mais qualificados atletas do mundo, a selecção
da Dinamarca, a presença de jovens atletas de muitas escolas e continuo a
defender que a região norte-alentejana tem condições únicas para a Orientação
pedestre.
Agradeço a todas as pessoas que colaboraram
neste evento, mais de 80 voluntários que ajudaram a pôr de pé o NAOM, às
entidades e empresas que nos apoiaram, bem como a todos os atletas e
acompanhantes que participaram nesta iniciativa. »
A
Orientação não tem idades
A orientação pedestre (a modalidade tem ainda
disciplinas nas vertentes de btt, esqui e orientação de precisão, esta última vocacionada para pessoas com mobilidade reduzida, deslocando-se em cadeira de rodas) é um desporto para
todas as idades. Entre crianças de 10 anos e adultos com mais de 80, homens e
mulheres, vimos nos campos de Arez e da Costa da Lapa (Nisa) uma multiplicidade
de praticantes deste desporto que combina a parte puramente atlética (marcha e
corrida) com uma componente mental e cultural (leitura de mapas, conhecimento
da morfologia do terreno e sentido de orientação).
Juhani Salmenkila tem 81 anos, é finlandês e
foi um dos percursores da Orientação naquele país.
Veio a Nisa, participou no NAOM, como atleta e
exemplo, acha o Alentejo uma região maravilhosa e cheia de sol e diz que vai « continuar
a praticar Orientação enquanto viver » considerando-o um desporto
completo.
Armandino Cramez, 70 anos, representa o
OriEstarreja e lembra que « comecei a praticar aos 40 anos, a conselho do
médico. Sofria de bronquite asmática, o médico disse-me para praticar natação e
atletismo. Ainda fiz algumas maratonas, mas tenho um problema no joelho e
optei, definitivamente, pela Orientação. É uma modalidade em que contactamos
com a natureza, há uma camaradagem formidável, sinto-me muito melhor e quando venho
ao Alentejo, eu fiz a tropa em Évora, é como se nascesse de novo. Gosto muito
desta região e recomendo este desporto a toda a gente. Para a saúde não há
melhor ».
Orientar
e conjugar vontades
Mais de 80 pessoas, na sua maioria
voluntários, deram o corpo ao manifesto para a realização do NAOM. Na
« cidade desportiva » da Costa da Lapa, desde um restaurante, a lojas
diversas de artigos de desporto e recordações, tendas de apoio, parque
infantil, centros de recuperação para atletas, nada faltou. A Cruz Vermelha de
Portalegre acompanhou a prova, prestou assistência aos atletas e acompanhantes,
felizmente sem ocorrências graves, bem como os Bombeiros e a GNR de Nisa,
fundamentais na segurança de nove centenas de atletas.
As alunas de balneoterapia da Etaproni foram
incansáveis na prestação de cuidados de reabilitação a muitos atletas e
acompanhantes e muitos outros voluntários e anónimos deram o seu melhor para
que a 7ª edição do NAOM fosse concluída com grande êxito desportivo e de
organização, contribuindo para afirmação do país e do Alentejo, em particular.
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Textos e fotos de Joaquim Margarido e Mário Mendes - "Alto Alentejo" - 6/2/2013