7.2.13

NISA ACOLHEU NORTE ALENTEJANO "O" MEETING


 Fernando Costa, um amieirense do Norte
Pôr de pé um evento como o Norte Alentejano O Meeting não é tarefa fácil mesmo para quem, como os elementos do Grupo Desportivo dos 4 Caminhos (Matosinhos) tem já um longo historial e experiência nestas andanças.
Fernando Costa, oficial superior do Exército, com origens em Amieira do Tejo (Nisa) é o « rosto » mais visível de um vasto grupo de voluntários que desde há meses prepararam esta edição do NAOM.
« Com a prova terminada podemos, enfim, respirar de alívio. É uma iniciativa de grande envergadura, com atletas de grande gabarito internacional e tudo temos que fazer para que não haja falhas na organização e às vezes basta um pequenino deslize para que as falhas sejam apontadas.
Esta edição do NAOM correu muito bem, o tempo ajudou, tivemos aqui alguns dos mais qualificados atletas do mundo, a selecção da Dinamarca, a presença de jovens atletas de muitas escolas e continuo a defender que a região norte-alentejana tem condições únicas para a Orientação pedestre.
Agradeço a todas as pessoas que colaboraram neste evento, mais de 80 voluntários que ajudaram a pôr de pé o NAOM, às entidades e empresas que nos apoiaram, bem como a todos os atletas e acompanhantes que participaram nesta iniciativa. »
 A Orientação não tem idades 
A orientação pedestre (a modalidade tem ainda disciplinas nas vertentes de btt, esqui e orientação de precisão, esta última vocacionada para pessoas com mobilidade reduzida, deslocando-se em cadeira de rodas) é um desporto para todas as idades. Entre crianças de 10 anos e adultos com mais de 80, homens e mulheres, vimos nos campos de Arez e da Costa da Lapa (Nisa) uma multiplicidade de praticantes deste desporto que combina a parte puramente atlética (marcha e corrida) com uma componente mental e cultural (leitura de mapas, conhecimento da morfologia do terreno e sentido de orientação).
Juhani Salmenkila tem 81 anos, é finlandês e foi um dos percursores da Orientação naquele país.
Veio a Nisa, participou no NAOM, como atleta e exemplo, acha o Alentejo uma região maravilhosa e cheia de sol e diz que vai « continuar a praticar Orientação enquanto viver » considerando-o um desporto completo.
Armandino Cramez, 70 anos, representa o OriEstarreja e lembra que « comecei a praticar aos 40 anos, a conselho do médico. Sofria de bronquite asmática, o médico disse-me para praticar natação e atletismo. Ainda fiz algumas maratonas, mas tenho um problema no joelho e optei, definitivamente, pela Orientação. É uma modalidade em que contactamos com a natureza, há uma camaradagem formidável, sinto-me muito melhor e quando venho ao Alentejo, eu fiz a tropa em Évora, é como se nascesse de novo. Gosto muito desta região e recomendo este desporto a toda a gente. Para a saúde não há melhor ».  
 Orientar e conjugar vontades 
Mais de 80 pessoas, na sua maioria voluntários, deram o corpo ao manifesto para a realização do NAOM. Na « cidade desportiva » da Costa da Lapa, desde um restaurante, a lojas diversas de artigos de desporto e recordações, tendas de apoio, parque infantil, centros de recuperação para atletas, nada faltou. A Cruz Vermelha de Portalegre acompanhou a prova, prestou assistência aos atletas e acompanhantes, felizmente sem ocorrências graves, bem como os Bombeiros e a GNR de Nisa, fundamentais na segurança de nove centenas de atletas.


As alunas de balneoterapia da Etaproni foram incansáveis na prestação de cuidados de reabilitação a muitos atletas e acompanhantes e muitos outros voluntários e anónimos deram o seu melhor para que a 7ª edição do NAOM fosse concluída com grande êxito desportivo e de organização, contribuindo para afirmação do país e do Alentejo, em particular.
 * Textos e fotos de Joaquim Margarido e Mário Mendes - "Alto Alentejo" - 6/2/2013