Foi a primeira vez em 37 anos do 25 de Abril, que a data da Revolução dos Cravos coincidiu com a data festiva do Feriado Municipal e dia da Padroeira de Nisa, Nossa Senhora da Graça.
Em segunda-feira de Páscoa, num dia primaveril resplandecente de sol, foram muitas as centenas de nisenses, de origem ou por afinidade, assim como gente vinda de terras vizinhas, de França e da Grande Lisboa, que rumaram até à Senhora da Graça.
A maioria, de automóvel. Mas foram muitos, também, aqueles que não quiseram desperdiçar a excelência do tempo e aproveitaram para percorrer a pé, a curta distância entre a vila e a capelinha que brilha lá no alto do monte.
Pelo caminho foram fazendo algumas paragens já “habituais”. Abriram as bolsas, estenderam as “mesas”, provaram os enchidos, que o “lagarto” já foi perdendo o lugar da tradição. E não deixaram de “molhar o bico” provando a “pomada”, religiosamente guardada para este dia.
Na Senhora da Graça, o bulício das grandes romarias, o trânsito automóvel pouco menos que caótico – a grande vantagem de ir a pé – com a GNR a disciplinar o estacionamento e o movimento de viaturas.
As cerimónias religiosas decorreram com grande participação de fiéis. Primeiro, a missa, celebrada no imenso adro e miradouro da capela, a que se seguiu a procissão, entre as ermidas da Senhora da Graça e da Senhora dos Prazeres, retornando à primeira.
Cumprida devoção, feitas as preces à Padroeira de Nisa, os fiéis despediram-se da capelinha e procuraram o abrigo das árvores para “estenderem a manta” e provarem as iguarias feitas a preceito para este dia.
A romaria da Senhora da Graça é tempo e espaço para o reencontro de familiares, amigos, conhecidos. Vive-se a festa da padroeira com o respeito e solenidade que ela merece e promovem-se outras festas de cariz mais pagão.
Uma e outra estão interligadas desde há séculos e assim hão-de continuar pelo correr dos tempos.