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28.7.25

Vinho, Cultura eTradição: exposição arqueológica, documental e etnográfica dos Vinhos de Borba


No âmbito do projeto “Vinhos da Serra d’Ossa – Identidade e Futuro: Marcas que deixam História”, os municípios de Alandroal, Borba, Estremoz, Redondo e Vila Viçosa assinalam, ao longo de 2025, a distinção de Cidade do Vinho, através de um programa diversificado de iniciativas culturais e eventos abertos ao público.

Integrando esta celebração, será inaugurada uma exposição dedicada à história e tradição vitivinícola da região, reunindo testemunhos ligados à cultura da vinha, aos processos de produção e à dinâmica comercial do vinho ao longo dos séculos. A mostra terá lugar no Celeiro da Cultura, em Borba, entre 10 de agosto e 15 de setembro de 2025.

Sob o título “Vinho, Cultura e Tradição: exposição arqueológica, documental e etnográfica dos Vinhos de Borba”, esta mostra pretende despertar o interesse de produtores, enófilos e do público em geral, promovendo a valorização de um património identitário profundamente enraizado no Alentejo, particularmente nos concelhos que integram esta edição da Cidade do Vinho.

A organização é da responsabilidade do Município de Borba, em parceria com diversas entidades ligadas ao setor, tendo a produção a cargo do Centro de Estudos CECHAP, com o apoio de outras parcerias.

 

12.11.23

CULTURA: O vinho na mitologia greco-latina

Dioniso (ou Baco), filho de Zeus e da princesa Semele, era o deus grego das festas, do vinho, da fecundidade, do lazer e do prazer, símbolo do desencadeamento ilimitado dos desejos e da libertação de qualquer inibição. É representado geralmente como um jovem imberbe, risonho e de ar festivo, de longa cabeleira, pegando um cacho de uvas ou uma taça numa das mãos e empunhando na outra um tirso (bastão envolvido em hera e ramos de videira e encimado por uma pinha). Tem sido sugerido o carácter fálico do tirso, no qual a pinha seria o símbolo do sémen.
Dioniso é por vezes figurado com o corpo coberto por um manto de pele de leão ou de leopardo, com uma coroa de pâmpanos na cabeça e conduzindo um carro puxado por leões. Pode igualmente ser apresentado sentado num tonel, segurando numa das mãos uma taça donde absorve a embriaguez que o faz cambalear.
Dioniso é normalmente representado na companhia de outros bebedores:
- Sileno – Tutor de Dioniso, companheiro fiel e o mais velho, sábio e beberrão dos seus seguidores, que embriagado tinha o poder da profecia. Representado quase sempre bêbado, amparado por sátiros ou carregado por um burro.
- Sátiros (ou Faunos) - divindades menores da natureza com aspecto humano, cabelos eriçados, com grande cauda e orelhas bicudas de bode, pequenos cornos na testa, narizes achatados, lábios grossos, barbas longas e órgãos sexuais de proporções sobre-humanas, frequentemente mostrados em estado de erecção. Viviam nos campos e nos bosques, onde tinham relações sexuais frequentes com as Ninfas e as Ménades, que a eles se juntavam no cortejo de Dioniso, além de copularem com mulheres e rapazes humanos, cabras e ovelhas. A embriaguês era a fonte inesgotável da sua perpétua jovialidade e lubricidade.
- Ménades (ou Bacantes) - mulheres apaixonadas por Dioniso e entregues com fervor ao seu culto. Levadas à loucura pelo deus do vinho, que provocava nelas um estado de êxtase absoluto, entregavam-se a desmedida violência, derramamento de sangue, sexo, embriaguez e auto-flagelação. Representadas nuas ou vestidas com véus ligeiros, coroadas de hera e segurando um tirso ou um cântaro, por vezes tocavam flauta de dois tubos ou tamboril e entregavam-se a uma dança livre e lasciva (orgia ou menadismo), em total concordância com as forças mais primitivas da Natureza. Vagueavam por montanhas e campinas e entregavam-se aos sátiros que também integravam o cortejo de Dioniso.
- Ninfas – jovens mulheres que povoavam o campo, os bosques e as águas. São os espíritos dos campos e da Natureza em geral, de que personificam a fecundidade e a graça. Apesar de serem consideradas divindades secundárias, a elas se dirigiam orações e por elas se nutria temor. Eram frequentemente alvo da luxúria dos sátiros.
O culto a Dioniso não tinha santuário fixo, sendo praticado onde quer que existissem adoradores do deus, na sua maioria mulheres (Ménades ou Bacantes). Os festivais realizados em homenagem do deus, eram basicamente festas da Primavera e do vinho. As danças frenéticas a que se entregavam as mulheres, davam-lhes uma sensação de liberdade e força, sendo-lhes atribuídos actos impressionantes como desenraizar árvores. As mulheres caçavam também animais que consumiam crus, acreditando que com este acto adquirissem a vitalidade e a imortalidade do deus. Os Gregos consideraram este culto nocivo e muitos governantes das cidades-estado procuraram proscrevê-lo.
Em 370 a.C., o culto a Dioniso (Baco) penetrou em Roma e tinha sacerdotisas conhecidas por bacantes. As festas, de natureza ritual, em homenagem ao deus Baco, conhecidas por bacanais eram nocturnas, secretas e frequentadas exclusivamente por mulheres durante três dias no ano. Posteriormente, os homens foram admitidos e as comemorações passaram a ocorrer cinco vezes por mês. A promiscuidade conjugada ao furor báquico no qual todos se entregavam a excessos de vinho e de sexo, estiveram na origem do facto destas festas se saldarem por envenenamentos, testamentos falsos, desaparecimento de homens e mulheres, etc. Ao invadirem as ruas de Roma, dançando, soltando gritos estridentes e atraindo adeptos do sexo oposto em número crescente, os bacanais tornaram-se factor de desordem e de escândalo, o que levou à publicação de um decreto por parte do Senado, em 186 a.C., proibindo as bacanais em toda a Itália. Contudo, mesmo com a proibição, o culto não desapareceu naquele tempo.
Hernâni Matos in https://dotempodaoutrasenhora.blogspot.com/2010/07/o-vinho-na-mitologia-grego-latina.html
IMAGENS:
1- DIONISO E SÁTIRO - pintura sobre vaso grego, atribuída a Makron, cerca de 490-480 a.C., Antikenmuseen, Berlim.
2 - JUVENTUDE DE BACO - pintura de William-Adolphe Bouguereau (1825–1905), executada em 1884.
3 - BACO - óleo sobre tela de Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610), executada em 1593-1594. Galeria dos Ofícios, Florença.


16.5.23

ÉVORAWINE: Descobrir, sentir e provar o Alentejo

Vinho, gastronomia e cultura a 19 e 20 de maio 
Com mais de 250 vinhos em prova de cerca de 40 produtores da região, o evento estima receber mais de 8 mil visitantes Aquele que é o maior evento de vinhos do Alentejo está de regresso com uma programação cheia de novidades. A 8.ª edição do ÉvoraWine realiza-se já a 19 e 20 maio, na Praça do Giraldo, em Évora, e vai juntar néctares e sabores alentejanos aliados à cultura e tradições regionais.  
Em prova, os amantes do vinho e da região vão contar com mais de 250 vinhos de 36 produtores de todo o Alentejo. O evento que reúne o Alentejo de norte a sul, no centro de Évora, surgiu pela primeira vez em 2014 e pretende dar a conhecer o melhor da região – desde vinho ao turismo, passando pela cultura e pela gastronomia. Este ano estimam receber mais de 8 mil visitantes nacionais e estrangeiros.  
Recorde-se que o ÉvoraWine é de entrada livre e o copo com uma bolsa para suporte para provar todos os vinhos presentes tem associado um custo de 10 euros. 
ÉVORAWINE 2023 Programação:
Sessão de abertura ÉvoraWine | 19 de maio, sexta-feira, às 17h15 | Rota dos Vinhos do Alentejo (R. Cinco de Outubro nº 88, 7000-854 Évora)  
A sessão de abertura do ÉvoraWine está agendada para as 17h15 na Rota dos Vinhos do Alentejo, um espaço de excelência do enoturismo da região.  
Sexta-feira | 19 de maio, às 18h00 | Praça do Giraldo (Évora)  
A “abertura de portas” da Praça do Giraldo, a 19 de maio, está agendada para as 18h00. No primeiro dia da iniciativa, o Chef Rui Fialho, do Restaurante Fialho, presenteia os visitantes, com uma sessão de showcooking, que se realiza pelas 18h30. Mais tarde, haverá tempo para Cantares Alentejanos com os Almocreves e a atuação das Cantadeiras do Redondo. Termina com o espetáculo de Tinto Pinho, fechando a noite com Raquel, Francisco & Friends.  
Sábado | 20 de maio, às 18h00 | Praça do Giraldo (Évora)  
O segundo dia de ÉvoraWine inicia-se com a habitual prova de vinhos e petiscos alentejanos. Conta ainda com mais uma sessão de showcooking, a cargo do Chef Naldo, do Restaurante Tábua do Naldo, às 18h30, seguindo-se uma atuação do grupo Escolas de Sevilhanas. Por fim, à noite, o centro de Évora conta com atuações de Dose Dupla: primeiro a atuação do saxofonista David Carrapo e terminando com a Banda Los Colchoneros.