Mostrando postagens com marcador 2010. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 2010. Mostrar todas as postagens

24.3.24

MEMÓRIA(S) -Páscoa/Nisa: Habitantes de Salavessa saíram à rua com chocalhos para assinalar ressurreição (2010)

 
– Cerca de uma centena de pessoas, naturais de Salavessa, no concelho de Nisa (Portalegre), percorreram hoje as principais artérias daquela aldeia alentejana, a tilintar um chocalho para assinalar a ressurreição de Jesus Cristo.
“É uma tradição muito antiga que esteve parada algum tempo e que foi recuperada há poucos anos por um grupo de jovens aqui da terra”, disse à agência Lusa Júlio Correia, um dos populares que participou na “Chocalhada de Páscoa”.
De acordo com este septuagenário, “os antigos” habitantes da aldeia criaram aquela tradição, mas “não há dados” que especifiquem o ano em que se começou a realizar.
Júlio Correia começou por explicar que os antigos habitantes de Salavessa, quando chegava a época da Quaresma, “ficavam de luto”.


“As senhoras tiravam os brincos, os homens deixavam crescer a barba e os que tinham gado tiravam os chocalhos aos animais”, recordou.
“Quando chegava ao dia da ressurreição a população ficava bastante alegre e começou a tocar nas ruas os chocalhos”, relembrou.
A manifestação de cariz pagã teve início junto ao largo da Igreja Matriz de Salavessa e terminou no mesmo local, cerca de uma hora depois.
“O percurso, no total, tem cerca de dois quilómetros”, disse à Lusa João Matos, da associação SalavessaViva, entidade que recuperou esta tradição.
Enquanto prosseguia todo aquele tilintar ensurdecedor que junta miúdos e graúdos, João Matos relembrou que a “Chocalhada” esteve “inativa” durante bastantes anos.
“Estamos satisfeitos por termos conseguido recuperar esta tradição”, disse.
Entre sons de chocalhos mais agudos e outros mais graves, João Matos disse ainda que esta iniciativa serve para “chamar à terra” os conterrâneos que partiram para outras paragens em busca de um futuro melhor.
Com pouco mais de cem habitantes, a aldeia de Salavessa, situada a poucos metros do rio Tejo, vive durante estes dias momentos de festa, onde a tradição, segundo os populares, será sempre recordada e cumprida.
* Lusa – sábado, 3 de Abril 2010
IMAGENS - Chocalhada 2018 - Mário Mendes

27.6.20

NISA: Há 10 anos, uma proposta "inédita"...

Tem várias leituras este "documento" ou proposta, inédita, apresentada na sessão da Assembleia Municipal de 28 de Junho de 2010. Desde logo, por ter sido apresentado por elemento de força ou associação política não representada na AM e em papel timbrado dessa mesma associação. Antes, pela divulgação feita em prospecto próprio, a pretender dar ao acto da apresentação da Moção, um simbolismo de urgente necessidade, decorrido menos de um ano das eleições autárquicas.
A tudo isto, junta-se o facto da proposta ou moção, não ser do conhecimento da força política, o PS, pela qual o apresentador da moção foi eleito como independente, nem dos seus eleitos no órgão AM, tornando a iniciativa política - que até poderia ter algum impacto, noutro contexto - num acto isolado e marcadamente pessoal.
O Poder Local, a nível concelhio, não saiu mais fortalecido deste episódio, que teve tanto de inédito como de caricato e que apenas trazemos à liça, como exercício e registo da história local, sustentada num documento que ajuda a perceber os mecanismos do poder e a "construção" de alternativas.

5.8.17

TOLOSA: "Artilharias" (1)




 
Têm agora 27 anos, estes jovens de Tolosa, que fizeram a Festa dos Artilheiros/as e saudaram a chegada dos "ambicionados" 20 anos, iniciativa que aqui registamos como memória.

1.8.17

NISA: Alinhavados e Olaria Pedrada são candidatos às “7 Maravilhas do Alentejo” (2010)

Os Alinhavados e a Olaria Pedrada foram escolhidos como elementos do património cultural do Concelho de Nisa a submeter à votação para as “7 Maravilhas do Alentejo”.
Esta iniciativa é promovida pelo Jornal “Margem Sul Online”, com o apoio dos Governos Civis dos quatro distritos da Região, decorre até 30 de Setembro.
As votações podem ser feitas através do site http://www.margemsul.com.pt/ de onde retirámos os textos sobre Alinhavados e Olaria Pedrada.
ALINHAVADOS
Também conhecidos por desfiados, ramos de pano (devido aos desenhos de ramos, muito comuns) ou caramelos (nomenclatura aplicada aos bordados antigos), os alinhavados de Nisa, são o ex-líbris da arte nisense de bordar.
Executado em pano de linho ou alinhado (composto de linho e algodão), ou mesmo em pano cru (no caso das bordadeiras mais pobres) este é um bordado branco, no qual são retirados os fios necessários da trama do pano (normalmente são retirados o dobro dos fios que se deixam), por forma a ficar em aberto o fundo do desenho, sendo os restantes fios guarnecidos a ponto de crivo. O traçado do desenho é todo limitado a ponto de cordão, ou seja, caseado, e o crivo é composto por feixes de fios muitíssimo bem enrolados (particularidade do crivo nisense), tornando-se o bordado muito robusto e resistente, daí advindo o famoso ditado popular acaba-se o pano, mas fica o bordado.
No caso dos bordados mais antigos, os tais caramelos, de tipo geometrizado ou de crivo olho de rola, não há tecido por desfiar, e as figuras são executadas através do preenchimento das quadrículas que formam o desenho com ponto de passagem.
Provavelmente, por, em tempos remotos, não haver acesso a papel químico para decalque na Vila ou nas redondezas, os motivos, ou desenhos, eram recortados em papel e alinhavados ao tecido, pregando-se com alfinetes a composição sobre uma almofada, donde se começava a tirar os fio e a bordar o crivo e os recortes.
Mas se antigamente os motivos eram muito variados, abrangendo figuras humanas, animais, cruzes de Cristo, formas geométricas, florões, flores e folhas, hoje em dia apenas se utilizam os motivos florais.
Aplicados em vários tipos de peças, os alinhavados ocupam normalmente todo o pano nos almofadões, centros de mesa e outros panos semelhantes, e aparecem principalmente nas extremidades das colchas, lençóis, fronhas, toalhas de mesa e de rosto, bases de copos, panos do pão e peças de roupa, grande parte das vezes associados às rendas de bilros.
OLARIA PEDRADA
A principal característica diferenciadora é sem dúvida alguma a técnica decorativa do empedrado, na qual se usam pequenos fragmentos de quartzo branco, que rasgam o barro em sulcos bem delineados, dando azo a belos motivos decorativos, cuidadosamente planeados e essencialmente ligados à flora e fauna regionais. É principalmente esta arte decorativa, tarefa tradicionalmente levada a cabo por hábeis e experientes mãos femininas que torna estas peças, simples na sua essência, verdadeiras obras de arte, revestidas de enorme beleza e valor artístico.Para além do tradicional vasilhame, que antes os oleiros comercializavam nas várias localidades do concelho de Nisa e nas dos concelhos vizinhos de Portalegre, Abrantes, Vila Velha de Ródão, Castelo Branco, Covilhã, etc. – especialmente nas estações ferroviárias da Linha da Beira Baixa – começou-se, a partir de então, a fabricar artefactos decorativos diversos, como pratos, travessas, miniaturas, cinzeiros, pequenas réplicas de animais, etc., ao mesmo tempo que as peças de morfologia mais tradicional se tornavam revestidas de uma decoração pedrada distinta, levada a cabo com pedra de menor calibre (chamada de 1ª e de 2ª) e em apenas uma linha ou ida, como dizem os populares.
2/9/2010

12.4.14