O insigne maestro e sábio professor
e meu querido mestre Júlio Newparth diz: “Symphonica é toda aquela que tenha
elementos para executar as symphonias, suites-poemas, etc., etc.
Manuel Benjamim, o inspirado
maestro e sábio professor diz-me: “Symphonica é toda aquella que souber
executar bem as symphonias. A de Nisa, de que eu conheço a estructura é symphonica – lá tem os dois instrumentos
característicos e necessários para seu complemento, a flauta em dó e o oboé!”
O grande regente da Orchestra
Symphonica Portuguesa, Pedro Blanch, de há muito que tem como opinião que é
symphonico todo aquele conjunto que consiga executar todas as phases
symphonicas da distribuição musical. É claro que o Sol-e-Dó do Dafundo e a
Filarmónica da Moita não pode tocar a symphonia do Guaray de forma a poder ser
ouvida com agrado. A não ser em aleijão como já ouvi tocar a symphonia Fão de
G. Tell, essa gloria musical, esse génio que brilha no meio dos requintes
portugueses, que modificou a antiga Banda da Guarda Municipal para a explendida
Banda Symphonica que hoje tão proficientemente rege, teve precisamente a opinião
de Pedro Blanch. Eu, entre tão insignes companheiros, um ínfimo pygmeu entre
tais gigantes.”
Há-de haver um ano e tal, que este
assunto bem discutido foi, e d´essa discussão nasceu a luz de que symphonico é
todo aquele agregado de executantes musicais, onde os naipes tenham toda a
extensão dos timbres e onde possa ser
transcripto o colorido empregado pelo auctor do motivo symphonico.
F. Bahia, professor distincto e
Director do Conservatório de Lisboa, diz-me numa erudita carta de que vou
transcrever alguns períodos.
-“ Como V. sabe muito bem a
etymologia da palavra symphonica – sym – com e phône-sem é como vê toda a reunião
de vozes ou de sons que formem um conjuncto.
É adoptada para peças de música
com vários andamentos. Na Alemanha e nos grandes paizes musicais denominavam
Banda Symphonica ou Orchestra SYmphonica a todas aquelas que estavam habilitada
a executar os motivos symphonicos, sendo necessário para a sua constituição ter
em mira conseguir-lhe a maior extensão do som, para poder abranger toda a gama empregada
pelos motivos symphonicos dos auctores.
Nas melhores Orchestras há géneros
e qualidades de peças, para que é necessário o augmento dos seus executantes,
isto pela exigência das partituras; e no entanto essas Orchestras, não tendo
constantemente tal numero de instrumentistas, mesmo assim não deixam de ser symphonicas.
A sua banda composta como está, ou
como V. me dise a ia compor, é uma peque Banda Symphonica, disso não tenho a
menor duvida, como a Banda da Guarda Republicana é uma grande Banda Symphonica,
com que nós os portugueses muito nos devemos orgulhar, etc., etc.
Não sei meu caro amigo se disse o
bastante para poder explicar que quando qualifiquei de Banda Symphonica, a
Banda que me orgulho de reger, fundamentava em prévio conhecimento d´arte a sua
constituição.
Mesmo assim, faltando-lhe muito do
que esperava ela já tivesse, ainda lhe podemos afoitamente chamar Symphonica
deixando barafustar os ignorantes e rirmo-nos dos despeitados.
Disponha, meu amigo, sempre do
pequeno préstimo do que é com praser seu Admirador devotado,
António Pena
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PS= Olhe, meu amigo, Phylarmonica é
que ela não é, como lhe vejo alguém chamar!
Ahi teem os Nizenses a resposta do
Regente da Banda Symphonica de Niza que, pelo que parece, sempre é Symphonica,
contra a má vontade dos despeitados, é claro, para que a Banda ainda é um
marmelo cru, atravessado nos gorgomilhos...
Tenham paciência!
Um amador de música.