A ADN - Associação de Desenvolvimento de Nisa, uma "criação" da anterior presidente da Câmara de Nisa, idealizada para, em primeira instância e publicamente, gerir a ETAPRONI (Escola Tecnológica e Profissional de Nisa) está num processo, acelerado, de desintegração. Em linguagem jurídica-empresarial, a associação caminha, a passos largos, para a falência técnica e financeira, com um passivo de dois milhões de euros, passivo este que se foi acumulando perante a passividade e indiferença da principal entidade credora (e dinamizadora) da ADN, a Câmara Municipal, a quem cabia um papel preponderante como presidente, papel e representatividade que chegou a ser "leonina". Após as eleições autárquicas de 29 de Setembro e a mudança de paradigma político-partidário, a nova presidente desvinculou a autarquia das responsabilidades que detinha na ADN. Dir-se-ia que esta, agora, voltaria à sua verdadeira génese, a de Associação de Desenvolvimento sem tutela político partidária autárquica, com autonomia e independência para desempenhar as acções conformes aos seus estatutos.
Puro engano. As figuras de proa da ADN debandaram. O passivo e as dívidas ficaram. E, a atentar no processo de execução publicitado no site do Ministério da Justiça (CITIUS) nem sequer o pagamento das rendas das instalações da ADN na rua Alexandre Herculano foram assegurados.
A ADN foi criada para gerir a ETAPRONI. Esse deveria ser o seu objectivo primordial, eu diria mesmo, exclusivo.
Perante a situação que se vai conhecendo e que, estranha e paradoxalmente, não mereceu, ainda, qualquer comunicado de nenhumas das forças políticas concorrentes às últimas eleições autárquicas, é de admitir que a ADN acabe por ficar conhecida como a Comissão Liquidatária da Escola Profissional de Nisa.
José Monteiro, em texto publicado no seu blog Mala de Porão, http://maladeporao.blogspot.pt/2014/02/a-adn-tem-um-passivo-de-2-milhoes-de.html
em 28 de Fevereiro último, mostrava num quadro, fruto de trabalhosa pesquisa, o conjunto de verbas atribuídas à ADN, entre 2008 e 2013, na sua quase totalidade oriundas do Ministério da Educação e que perfaziam um total de 8.834.885,12 €, dos quais 215.800 € foram atribuídos pela Câmara de Nisa.
José Monteiro, perante o quadro que apresentou, não faz qualquer pergunta ou comentário. E os números prestavam-se a uma multiplicidade de questões.
Por mim, apenas pergunto: como foi possível terem chegado a isto?
Mário Mendes