A Restauração da Independência é a
designação dada ao golpe de estado revolucionário ocorrido a 1 de dezembro de
1640, chefiada por um grupo designado de Os Quarenta Conjurados e que se
alastrou por todo o Reino, pela revolta dos portugueses contra a tentativa da
anulação da independência do Reino de Portugal pela governação da Dinastia
filipina castelhana, e que vem a culminar com a instauração da 4.ª Dinastia
Portuguesa - a casa de Bragança - com a aclamação de D. João IV.
A grande preparação para a
revolta
Por volta de 1640, a ideia de recuperar
a independência tornou-se mais forte e a ela começaram a aderir todos os grupos
sociais.
Os burgueses portugueses estavam
desiludidos e empobrecidos com ataques ao seu território e aos navios que
transportavam os produtos que vinham das várias regiões do reino de Portugal
continental, insular e ultramarino. A concorrência dos Holandeses, Ingleses e
Franceses diminuía-lhes o negócio e os lucros.
Portugal, na prática, era como se
fosse uma província espanhola, governada de longe. Os que ali viviam eram
obrigados a pagar impostos que ajudavam a custear as despesas do Império
Espanhol que também já estava em declínio.
Foi então que um grupo de nobres -
cerca de 40 conjurados- se começou a reunir secretamente, procurando analisar a
melhor forma de organizar uma revolta contra Filipe IV de Espanha (III de Portugal).
A revolta do 1º de Dezembro de
1640
Começava a organizar-se uma
conspiração para derrubar os representantes do rei em Portugal. Acreditavam
que poderiam ter o apoio do povo e também do clero.
Apenas um nobre tinha todas as
condições para ser reconhecido e aceite como candidato legítimo ao trono de
Portugal. Era ele D. João, Duque de Bragança, neto de D. Catarina de Bragança,
candidata ao trono em 1580.
Em Espanha, o rei Filipe IV também
enfrentava dificuldades: continuava em guerra com outros países; o
descontentamento da população espanhola aumentava; rebentavam revoltas em
várias regiões - a mais violenta, a revolta da Catalunha (1640), criou a
oportunidade que os portugueses esperavam. O rei de Espanha, preocupado com a
força desta, desviou para lá muitas das tropas.
Faltava escolher o dia certo.
Aproximava-se o Natal do ano 1640 e muita gente partiu para Espanha. Em Lisboa,
ficaram a Duquesa de Mântua, espanhola e Vice-rei de Portugal (desde 1634), e o
português Miguel de Vasconcelos, seu Secretário de Estado.
Os nobres revoltosos convenceram
D. João, o Duque de Bragança, que vivia no seu palácio de Vila Viçosa, a aderir
à conspiração.
No dia 1 de dezembro desse ano
invadiram de surpresa o Palácio Real (Paço da Ribeira), que estava no Terreiro
do Paço, prenderam a Duquesa, obrigando-a a dar ordens às suas tropas para se
renderem - e mataram Miguel de Vasconcelos.
in wikipédia
(1) - Os feriados nacionais de 5 de Outubro, 1º de Dezembro (civis), Corpo de Deus e Todos os Santos (religiosos) foram retirados pelo governo PSD/CDS de Passos Coelho em 2012, invocando esta medida como uma das "imposições" da troika.