20.10.08

O Protesto contra a exploração de urânio na comunicação social

Exploração de urânio pode afectar geoparqueUNESCO alertou para consequências no parque natural do Tejo
Mais de três centenas de pessoas, entre ambientalistas, população local, antigos mineiros e políticos, manifestaram-se ontem em Nisa contra a intenção de retomar a exploração de urânio naquele concelho alentejano. A iniciativa partiu do movimento cívico "Urânio em Nisa Não" que congrega a autarquia, Quercus e várias entidades locais e serviu para recordar as vítimas destas explorações. A UNESCO já alertou para os efeitos que o retomar da exploração de urânio terá no futuro do Parque Natural do Tejo Internacional.
A jornada de protesto teve início com a audição de antigos trabalhadores das minas da Urgeiriça, em Nelas. Segundo António Minhoto, porta- -voz dos antigos mineiros, "a morte dos trabalhadores das minas deve alertar para os efeitos negativos na saúde e no ambiente e que são reflexo dos erros cometidos pelo Estado na exploração do urânio".
Numa "Tribuna Cívica", o Estado foi condenado "de forma inequívoca, porque não cumpre a lei 28/2005, que obriga a alargar a todos os trabalhadores e familiares os benefícios dados aos trabalhadores de fundo de mina", revelou Minhoto. Os manifestantes, sempre vigiados de perto pela GNR, percorreram depois numa "Marcha da Indignação" os poucos quilómetros que separam o centro da vila alentejana de uma jazida de urânio inexplorado nos arredores de Nisa, para lembrar que "a exploração deste minério, se se tiver em conta as obrigações legais para a preservação ambiental, fica cara e não é rentável.
Empunhando cartazes com palavras de ordem como "Urânio em Nisa Não", lembraram "os erros cometidos em toda esta actividade na zona centro do País, as marcas familiares, dramas de saúde e ambientais que deviam alertar para as consequências gravosas que poderá trazer a exploração de urânio para o concelho de Nisa", referiu o responsável da Quercus, Nuno Sequeira. Heloísa Apolónia, de Os Verdes, garantiu que o seu partido irá "questionar directamente o ministro da Economia".
Ontem também se soube que a UNESCO, a organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, vai enviar ao Governo português uma carta, na qual apela à "salvaguarda de um futuro turístico integrado e da saúde pública das gentes do território do Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional." Os responsáveis pela UNESCO ficaram surpreendidos com a possibilidade de extracção de urânio em Nisa, após denúncia de Carlos Carvalho, um dos responsáveis do Geoparque.
in DN Online
Nisa: manifestação contra exploração de urânio
Mais de 300 pessoas protestaram, a quem se juntaram ecologistas, autarcas e agricultores
Mais de 300 pessoas manifestaram-se este domingo de forma pacífica, em Nisa, contra a eventual exploração de urânio naquele concelho do norte alentejano, num protesto a que se associaram ecologistas, autarcas e agricultores, noticia a Lusa.
A «Marcha da Indignação» partiu do centro da vila de Nisa em direcção à herdade onde existe uma jazida de urânio inexplorado, a cerca de três quilómetros de distância.
Sempre com a GNR por perto, mas sem que tivesse ocorrido qualquer incidente, os manifestantes gritavam, entre outras palavras de ordem, «Urânio em Nisa não», «Não, não, não à contaminação».
Nos cartazes podia ler-se: «Contra o urânio por um respirar saudável», «Nisa diz não ao urânio», «Nisa sim, urânio não».
A iniciativa esteve a cargo do Movimento Urânio em Nisa Não (MUNN), da Quercus e de várias entidades locais, como a associação comercial, Associação de Desenvolvimento de Nisa, Terra-Associação para o Desenvolvimento Rural e Associação Ambiente em Zonas Uraníferas.
Jornada de protesto e sensibilização
A jornada de protesto e sensibilização iniciou-se no Cine Teatro de Nisa com uma Tribuna Cívica, onde vários ex-trabalhadores das minas da Urgeiriça (Nelas), entre outras entidades, prestaram o seu depoimento contra a exploração deste minério na região.
A deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista «Os Verdes», lembrou «os malefícios» que este género de exploração já provocou nos trabalhadores das antigas minas da Urgeiriça e defendeu que Nisa precisa é de «projectos turísticos».
De acordo com a deputada, o grupo parlamentar de «Os Verdes» vai brevemente «questionar directamente o Ministério da Economia face às incoerências da sua resposta quanto à intenção em relação à exploração de urânio em Nisa».
Potencial de 6,3 milhões de toneladas de minério
O concelho alentejano de Nisa, no distrito de Portalegre, possui no seu jazigo inexplorado de urânio um potencial que ronda os 6,3 milhões de toneladas de minério não sujeito a tratamento, 650 mil quilos de óxido de urânio e 760 mil toneladas de minério seco.
A presidente do município local, Gabriela Tsukamoto, mostrou-se também desfavorável à eventual exploração de urânio em Nisa, considerando que «é uma incógnita, porque não se sabe as consequências em termos de saúde pública, ambientais e em termos económicos».
Fonte: “Portugal Diário”
Trabalhadores da Urgeiriça juntaram-se ao protesto
Duzentas pessoas na marcha contra exploração de urânio em Nisa
Cerca de 200 pessoas, com os antigos trabalhadores das minas da Urgeiriça (Viseu) à frente, estiveram hoje em Nisa numa marcha contra a exploração de urânio na região.
Os participantes na marcha, que registou uma grande presença de jovens, percorreram os dois quilómetros que separam aquela vila alentejana da principal jazida de urânio existente no concelho. Foram erguidas cruzes de madeira no local, onde são visíveis os vestígios da prospecção de urânio realizados há mais de 50 anos, e desdobrados cartazes com palavras de ordem contra a exploração daquele mineral radioactivo – “Urânio – aqui jaz para sempre”, “Saúde é diferente de exploração de urânio” e “Não lixem (ainda) mais o ambiente”, entre outros.
José Pedro Almeida, presidente do Movimento Urânio em Nisa Não, recordou no local a contestação promovida há quase dez anos contra a anunciada intenção de começar a extrair o urânio na região. “Éramos meia dúzia de pessoas e depois toda a população foi envolvida”, disse. “A agricultura da região quer-se afirmar pela qualidade dos seus produtos e do ambiente. Mas uma exploração destas é impeditiva de continuarmos com este modelo de desenvolvimento.”
Representantes da Quercus, Adenex (associação ambientalista da Extremadura) e da organização ambientalista internacional Amigos da Terra manifestaram a sua solidariedade com esta luta, que trouxe a Nisa várias dezenas de ex-trabalhadores das minas de urânio da Urgeiriça.
Numa tribuna cívica realizada durante a manhã, estes últimos deram conta dos seus problemas actuais e do grave estado ambiental em que ficou a zona depois do encerramento da Empresa Nacional de Urânio. As sucessivas intervenções apontaram para a responsabilização do Estado, acusado de crimes contra a saúde dos trabalhadores por negligência de informação quanto aos riscos decorrentes do contacto prolongado com urânio. Foi ainda exigida a aceleração da recuperação ambiental da zona, onde existem mais de seis dezenas de minas abandonadas, águas poluídas e materiais tóxicos espalhados de forma incontrolada.
O testemunho de Maria Adelina
Maria Adelina, viúva de um ex-trabalhador das minas de urânio da Urgeiriça, subiu ontem de manhã ao palco do Cine-Teatro de Nisa para contar a sua história pessoal.
“O meu marido trabalhou sempre na mina da Cunha Baixa [concelho de Mangualde]. Tinha 54 anos quando morreu, há dois anos, com a doença da moda, o cancro. Fiquei viúva com dois filhos pequenitos. Ele trabalhava na mina e vinha sempre para casa com a roupa molhada, que eu depois lavava. Andava lá no fundo e isso deu-lhe cabo da saúde. A vida dele foi curta. Trabalhava para o Estado mas este não está a contribuir para a família que ficou. O Estado deu-me pouca coisa, porque eu sou nova e ainda tenho tempo e saúde para trabalhar e governar a minha vida.
Fonte: Público online - Carlos Pessoa
Nisa: mais de 300 contra a exploração de urânio
Mais de 300 pessoas manifestaram-se neste domingo em Nisa contra a eventual exploração de urânio no concelho, num protesto que reuniu ecologistas, autarcas e agricultores. Os manifestantes, onde se destacava grande presença de jovens, percorreram os dois quilómetros que separam a vila alentejana da principal jazida de urânio do concelho gritando, entre outras palavras de ordem, "Urânio em Nisa não", "Não, não, não à contaminação".
A iniciativa foi do Movimento Urânio em Nisa Não (MUNN), da Quercus e de várias entidades locais, como o município, a associação comercial, Associação de Desenvolvimento de Nisa, Terra-Associação para o Desenvolvimento Rural e Associação Ambiente em Zonas Uraníferas.
Nos cartazes podia ler-se: "Contra o urânio por um respirar saudável", "Nisa diz não ao urânio", "Nisa sim, urânio não".
Numa tribuna cívica realizada durante a manhã, ex-trabalhadores das minas da Urgeiriça (Nelas) prestaram o seu depoimento contra a exploração deste minério na região. Outras intervenções apontaram para a responsabilização do Estado, acusado de crimes contra a saúde dos trabalhadores por negligência de informação quanto aos riscos decorrentes do contacto prolongado com urânio. Foi ainda exigida a aceleração da recuperação ambiental da zona, onde existem mais de seis dezenas de minas abandonadas, águas poluídas e materiais tóxicos espalhados de forma incontrolada.
O concelho de Nisa, no distrito de Portalegre, possui no seu jazigo inexplorado de urânio um potencial que ronda os 6,3 milhões de toneladas de minério não sujeito a tratamento, 650 mil quilos de óxido de urânio e 760 mil toneladas de minério seco.
Para a presidente do município local, Gabriela Tsukamoto, a eventual exploração de urânio em Nisa "é uma incógnita, porque não se sabe as consequências em termos de saúde pública, ambientais e em termos económicos". Para a autarca, "é preferível pegar nos recursos do concelho, como os queijos, os enchidos, os bordados, o termalismo e torná-los mais sustentáveis".
O responsável do núcleo regional de Portalegre da associação ambientalista Quercus, Nuno Sequeira, disse à agência Lusa que a acção de contestação "pretende sensibilizar o Governo para recusar o avanço da exploração de urânio na zona de Nisa". Para ele, "é importante não esquecer os erros cometidos em toda esta actividade na zona centro do país, as marcas familiares, dramas de saúde e ambientais e alertar para as consequências gravosas que poderá trazer para o concelho de Nisa e para o distrito", avisou.
 Fonte: esquerda.net
Cruzes contra exploração de urânio em Nisa
Cruzes de madeira foram erguidas este domingo junto a uma jazida de urânio em Nisa, no âmbito de um protesto contra os projectos para retomar a exploração no local. Mais de 200 pessoas, incluindo antigos trabalhadores das minas da Urgeiriça, participaram na marcha entre o centro da vila e a jazida.
Fonte: Público - Foto de Nelson Garrido