“Das Árvores” de Sofia Santana - Ciclo Meridional Português
Junho em Cena – Mostra de Artes Performativas
Teatro | CAEP - GA | 5€ | M/12 anos
Uma árvore. O que pode uma árvore? Incêndios. Abates, Pragas. Secas.
Neste país, algumas árvores resistem. Há mais de três mil anos uma árvore
resiste. “Das Árvores” explora as memórias e reflexões que envolvem estas
árvores, protagonistas de retratos, através da nossa experiência humana. O tempo não pára, o espaço físico
transforma-se, as ideias alternam-se. Pessoas vão. Pessoas vêm. Num ciclo
aparentemente interminável, algumas árvores assistem.
Penso numa árvore velha como numa avó, uma avó em 35º grau.
Era preciso termos uma árvore genealógica com 35, mais de 35 pessoas de
longevidade radical, de gerações seguidas, para ter uma dimensão superior a
3000 anos.
É sobre o tempo. Sobre o tempo que representam em relação ao nosso. Uma
vida com mais de três mil anos que atravessa civilizações, ao lado de uma vida
que na maioria das vezes nem alcança um século.
É sobre como ignoramos seres vivos com esta longevidade e nos detemos
apenas com marcas das civilizações humanas. Dedicamos vidas a perceber o que se
consegue ver por pedras alinhadas, que nos dizem já ter sido uma cidade, uma
vila, uma aldeia, um monumento, portanto, com 500, 1000, 2000 anos.
Reconstruímos umas, derrubamos outras. Derrubamos umas para reconstruir
as outras. A nossa marca. Como se na terra não estivessem todos os que nos
antecederam e tudo o que vive dela.
O que é que diz sobre nós essa diferença? O que diz sobre nós esse
tempo?
Enquanto uns são monumentos com entradas controladas, que dinamizam
vilas, cidades, países, outras com sorte ficam no esquecimento, outras em
rotundas ou ainda em campos inacessíveis, protegidas.
Umas são reflexo da civilização, da humanidade, as outras são natureza
em força de acção, a resistir ao consumo desenfreado, e às cidades, que vão
crescendo, engolindo-as.
Texto e Criação: Sofia Santana
Interpretação: Laura Frederico, Marina Leonardo e Sofia Santana
Desenho Vídeo: Nuno Barroca
Desenho de Luz: Jorge Gomes Ribeiro
Som: Aboo Gabi
Direção de Atores: Rita Fernandes
Cenografia: Marta Fernandes da Silva
Assistência de Produção: Sara Wong e Beatriz Nabais
Co-Produção: CAE Portalegre
Apoios: República Portuguesa – Cultura, DGArtes - Direcção-Geral das
Artes; Câmara Municipal de Lisboa, Pólo Cultural das Gaivotas, Fábrica da
Criatividade, Câmara Municipal de Castelo Branco;
Parcerias: Santa Casa da Misericórdia de Portalegre – ERPI, Companhia
da Esquina, Verde - Associação para a Conservação Integrada da Natureza e
Enfios