Dia do Ex. Fumador assinala-se a 26 de setembro
O tabagismo é a principal causa evitável de doença e morte a nível mundial, e 7 em cada 10 fumadores expressam vontade em cessar o consumo. Contudo, apenas cerca de 7% dos que tentam têm sucesso, e apenas 3 a 5% sem o apoio dos cuidados de saúde.
Os benefícios de deixar de fumar são inúmeros, mas resumem-se à melhoria e mesmo reversão dos malefícios causados pelo consumo, nomeadamente:
- A melhoria de sintomas respiratórios ao final de 1 a 9 meses;
- A diminuição do risco cardiovascular para metade ao final de 1 ano;
- A reversão total do risco acrescido para Acidentes Vasculares Cerebrais ao final de 5 anos;
- A diminuição do risco de neoplasia pulmonar para metade (e diminuição do risco de forma variável de todas as outras neoplasias relacionadas com o tabagismo) ao final de 10 anos;
- A reversão total do risco de Doença Arterial Coronária ao final de 15 anos;
- A melhoria na aparência cutânea e da saúde oral, a diminuição dos encargos financeiros, entre outros aspetos.
O médico de Medicina Geral e Familiar tem um papel fundamental na cessação tabágica, uma vez que além do contacto privilegiado com os utentes, tem conhecimento em todas as áreas evolvidas no processo, o que permite uma abordagem médica holística. Importa referir o apoio fundamental de outros profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas.
Nas consultas de cessação tabágica é feita uma abordagem multidisciplinar, cuja base são estratégias relacionadas com alterações de estilo de vida, às quais frequentemente se associa medicação como a Terapêutica de Substituição Nicotínica ou psicofármacos dirigidos à cessação tabágica, que aumentam consideravelmente a probabilidade de sucesso. Atendendo aos malefícios do tabagismo e benefícios da sua cessação, recomenda-se vivamente aos fumadores ativos que procurem apoio para deixar de fumar nos cuidados de saúde primários, os médicos devem ser encarados como aliados para a saúde, o bem-estar global, a felicidade.
Artigo de opinião do Dr. Marco Mesquita, Medicina Geral e Familiar