A Comissão Concelhia de Portalegre
do Bloco de Esquerda denuncia a situação deplorável em que este distrito se
encontra, fruto das políticas erradas de sucessivos governos e da União
Europeia. O desinvestimento sempre visível neste distrito agravou-se com a
redução de serviços públicos essenciais, tornando o interior mais abandonado e
deprimido. Com a falta de recursos e a perca de postos de trabalho, os jovens
são obrigados a rumarem para outras paragens e as condições para se investir na
região, pioram. O envelhecimento e a desertificação só são motivo de
preocupação, nos discursos do poder central que ignora o desastre social/humano
que cresce no distrito com o aumento da pobreza e a fome. O desemprego e a
falta de recursos para o desenvolvimento económico são a chave que está a
encerrar este distrito.
Um dos setores importantes que o
Bloco de Esquerda considera mais preocupante é a saúde e o Ministério da Saúde
revela incapacidade de resolução das situações mais graves, muito por causa dos
cortes criminosos no setor que desinveste na vida das pessoas, numa clara
violação do direito constitucional à saúde. A falta de médicos em muito é
devida às políticas erradas para o setor que inclusive obriga os jovens
enfermeiros a emigrar. Os portugueses são vítimas dos cortes na saúde, em
especial nos últimos três anos com o dobro do exigido pela troika, tornando
Portugal um dos países que mais cortou nas despesas da saúde. O Hospital de
Portalegre reduziu nos últimos anos a capacidade de internamento, promovendo assim
a acumulação de doentes nos corredores das urgências e “aprisionando” as macas
das ambulâncias. O problema não se resolve com ordens do Ministro da Saúde para
que sejam dadas altas nos fins-de-semana, ou quando visita Portalegre, dizer
que não quer macas nos corredores.
O ataque que foi feito aos
cuidados de saúde primários, são uma das causas do estrangulamento das
urgências e vamos ter graves consequências no futuro se não se inverter esta
situação. Somos por isso um dos países europeus com menor ratio de camas
hospitalares por habitante.
O recurso à contratação de médicos
através de empresas de trabalho temporário tem sido um desastre e até já
aconteceu, depois das 16H00, as parturientes terem de ser enviadas para o
hospital de Évora. No Hospital de Portalegre não faltam só camas, faltam também
meios humanos; o que não faltam são as deploráveis taxas moderadoras, enquanto
assistimos a enfermeiros a fazerem de médicos e auxiliares a fazerem de
enfermeiros. A somar, temos trabalhadores com salários e situações precárias,
médicos com turnos de 24 horas e desempregados a apagar “fogos”. Com este
cenário não podemos ter uma resposta adequada num serviço tão importante e
sensível. A única resposta que encontramos é o favorecimento a grupos privados
que disputam os destroços do S.N.S. e o declarado ataque a um direito inscrito
na Constituição.
A Coordenadora Concelhia de
Portalegre do Bloco de Esquerda