19.3.11

NISA: Fecho da Biblioteca aos sábados prejudica os munícipes

(In)Cultura *
Passaram já quatro meses, sobre o encerramento da Biblioteca Municipal aos sábados de tarde.
Os prejuízos para a população são evidentes. A poupança para o Município não sei se foi, já, contabilizada. O que sei, sem dúvida, é que o "lucro" assim obtido, tem sempre um sabor e um cariz, amargo e negativo. Muito maior do que pode julgar-se. Pense-se, só, nas crianças e jovens, nos menos jovens, em todos aqueles que no fim de semana recorrem aos serviços da Biblioteca e que, privados da leitura ou do acesso aos meios audovisuais, têm de limitar-se ao que a vila oferece: o bar, o café, quase nada.
Pensava eu que a Biblioteca era para servir o público, os habitantes e visitantes do concelho. Pelos vistos, enganei-me. E é pena.
Se foi para isso, a criação da chamada "Casa da Cultura", melhor fora que ficássemos, todos, "incultos"...
* Texto publicado no "Jornal de Nisa" nº 199 de 18/1/2006
De tempos a tempos, a administração municipal brinda-nos com medidas de todo incompreensíveis, mesmo quando "justificadas" por despachos como o "célebre nº 22".
Com base nesse Despacho, fabricado em Dezembro de 2010, e tendo como argumento a falta de aprovação do Plano de Actividades e Orçamento Municipal para 2011, a senhora presidente resolveu cancelar a programação do Cine Teatro de Nisa sine die, fechar o espaço internet (situação que se manteve durante um mês) e "encurtar" o horário de funcionamento da Biblioteca Municipal, com o encerramento aos sábados.
Há quase três meses que os nisenses não têm cinema e não podem frequentar a Biblioteca no fim de semana.
São medidas gratuitas, que nada contribuem para a "poupança" e recuperação da situação financeira do município, mas altamente lesivas para os munícipes, a quem lhes é sonegado o acesso à fruição de bens e eventos culturais.
Impõe-se que, de imediato a Câmara reveja estas sistuações. Já chega de vermos o nosso Cine Teatro como um "edifício fantasma", inactivo, sem vida. Para isso, não valia a pena o esforço feito desde há 20 anos pela autarquia na sua recuperação e remodelação.
"Viver Cultura" tem de significar, o livre e regular acesso dos cidadãos à mesma, sem restrições.
"Viver Cultura" tem de passar, sempre, por uma informação rigorosa das opções camarárias e não como acontece actualmente, por um silêncio sepulcral que não esclarece e confunde os munícipes.
Retomem as sessões de cinema; abram a Biblioteca aos sábados e deixem-se de "conversa da treta"!
Mário Mendes