4.1.11

OPINIÃO: Câmara de Nisa não a(c)ta nem desa(c)ta

O site do Município de Nisa foi premiado, a nível nacional, em 2009. Perdeu, entretanto, algumas das funcionalidades que o tornaram atractivo, sendo, apesar disso, um dos cinco melhores do distrito, a nível autárquico.
Um dos aspectos negativos, que “saltam” à vista desarmada, é o tratamento informativo desequilibrado, privilegiando algumas associações e acontecimentos, em detrimento de outros. Dou um exemplo, actual: a recolha de sangue programada para o próximo sábado, dia 8, no Quartel dos Bombeiros de Nisa não merece qualquer referência. Outro tanto acontece com o tratamento dado às actividades de órgãos autárquicos, de que o caso mais notável de completo alheamento e desinteresse é o da não publicação das Moções da Assembleia Municipal. A página ou secção está lá, mas, "em actualização... "
E está assim desde que o site foi criado, pelo que se pode concluir que deve faltar pachorra a quem tem a responsabilidade de manutenção dos conteúdos.
O caso mais grave e escandaloso é, no entanto, a ausência de publicação das Actas das Sessões Camarárias há mais de um mês (a última publicada é a de 17 de Novembro de 2010).
Não me parece que seja a falta de tempo o motivo para este “atraso”. Outras razões haverão, certamente de natureza política, que impedem os eleitores e munícipes de todo o concelho, residentes ou ausentes, de serem informados sobre as decisões do executivo camarário.
Ora, a meu ver, esta situação configura um acto muito grave de lesar os cidadãos, impedindo o acesso à informação e aos actos da vida pública municipal.
Uma situação, por demais vergonhosa, quando se sabe que um dos slogans da coligação que governa o município é “ honestidade e transparência”.
Que tipo de transparência pode haver quando se esconde dos munícipes informação relevante e que lhe diz, directamente, respeito?
O que leva a presidência da Câmara a tomar tão grave atitude? O que foi discutido, proposto, aprovado, de tão transcendente neste espaço de tempo, que os munícipes não devam saber?
Bem sei que as actas estão publicadas em suporte “papel” e à disposição de quem as procurar na Biblioteca Municipal, mas, então, para que serve o site?
Para que servem as novas tecnologias de comunicação e informação? Os nisenses residentes no concelho ou espalhados pelo mundo não terão direito a saber o que se passa na sua terra?
Se há “uma verdade a que temos direito”, urge perguntar: esse direito é universal, para todos ou, apenas, para alguns privilegiados?
Alguém que responda!
Mário Mendes