Os artistas nisenses Augusto Pinheiro e António Maria Charrinho estão representados no XXXIV Salão Internacional de Pintura Naif na Galeria de Arte do Casino Estoril, inaugurado no passado dia 26 de Julho e patente ao público até 15 de Setembro de 2014.
A edição do corrente ano do Salão
de Pintura Naif tem dois temas. Um, tema livre e outro, que se insere na
celebração dos 650 anos de Cascais, tema que alguns dos participantes
desenvolveram com inegável qualidade.
No catálogo do XXXIV Salão Internacional de Pintura Naif, o director da Galeria de Arte e principal impulsionador desta iniciativa, Dr. Lima de Carvalho escreve:
Arte concebida sem pecado
“Perguntaram-me um dia a razão
pela qual eu fazia todos os anos uma exposição de pintura naif. E eu respondi,
porque sempre tive em consideração a Arte Popular e para mim a pintura naif, na
sua pureza e poesia, é uma espécie de arte popular, na modalidade da pintura. Foi
isto em 1978. Tomei uma decisão: passar a fazer anualmente um Salão de Arte
Naif, logo tendo sido estimulado por uma jornalista do DN, Manuela de Azevedo,
sempre presente (bons tempos...) em todas as inaugurações de exposições de
Artes Plásticas, que as galerias faziam, tendo sido incentivado, também, por
alguns artistas amigos; Francisco Relógio, Gargaleiro, Thomás de Mello/Tom,
Artur Bual, Mário Cesariny e João Santiago, entre outros.
Uma das primeiras exposições
individuais de Pintura Naif, que apresentei na Galeria de Arte do casino foi em
1978, do ceramista e pintor luso-brasileiro, nascido em Barcelos e que aos dois
ou três anos tinha rumado com sua família
para o Brasil, António Poteiro, de seu nome artístico, identificado, em todos
os seus catálogos por “António Poteiro, de seu nome completo, António Baptista
de Sousa, nascido na cidade de Santa Cristina, na província de Braga, no Minho”,
artista com um registo importante na História da Arte Brasileira. Tal exposição
foi realizada por sugestão de Júlio Pomar, que fez questão de transcrever o
texto para o catálogo, do qual transcrevo um pequemo texto, que considero
delicioso: “António Poteiro é um subtil harmonizador de formas e de cores e um
não menos subtil comentarista do grande teatro do Mundo... Ele conta ou inventa
fábulas, traça parábolas, troca-lhe o sentido... “A Arte do Poteiro é concebida
sem pecado”. Que magnífica definição para a Arte Naif. Uma arte concebida sem
pecado. (...)