Esta segunda-feira, o Bloco de Esquerda de
Lisboa entregou a solicitação de um agendamento urgente para que na próxima
reunião do executivo autárquico seja discutida uma proposta sua que visa “a
proteção integral dos jacarandás da Avenida 5 de Outubro e a revisão do projeto
da Fidelidade Property”.
A vereadora bloquista Beatriz Gomes Dias
critica a “posição errática” do presidente da Câmara Municipal de Lisboa,
Carlos Moedas, e considera que é necessário “dar segurança aos cidadãos e
cidadãs, com uma decisão clara” da autarquia.
A iniciativa acontece, sublinha-se, depois da
“enorme mobilização popular e da petição com mais de 54 mil assinaturas” e de
no passado dia 2 de abril ter acontecido uma sessão pública de esclarecimento
promovida pela CML que contou com a participação de cerca de 400 munícipes e se
prolongou por mais de seis horas. Nessa reunião, a vereadora do Urbanismo afirmou
que “há um contrato fechado”, informando então que o projeto não seria
alterado. Horas depois, saía um comunicado do executivo camarário que, explica
o Bloco Lisboa, “dava conta de um recuo da CML e da preservação da maioria dos
jacarandás, mas no mesmo momento os trabalhos de acesso ao Parque da Fidelidade
Property foram escondidos atrás de um biombo”.
Por isso, na reunião irá decorrer na próxima
quarta-feira o Bloco quer clarificar a situação. Isso passa, do seu ponto de
vista, por “reconhecer o valor patrimonial, paisagístico e ambiental dos
jacarandás da Avenida 5 de Outubro como elementos a proteger integralmente no
contexto da política de estrutura verde da cidade”; “determinar a não
autorização para o abate, transplante ou qualquer outra forma de remoção dos
jacarandás, em conformidade com o Regulamento Municipal do Arvoredo de Lisboa e
as avaliações técnicas dos serviços municipais”; “solicitar à Fidelidade Property
a reformulação do projeto do parque de estacionamento no Lote B3 da Unidade de
Execução de Entrecampos, garantindo que nenhuma das árvores do separador
central da Avenida 5 de Outubro seja afetada na sua copa ou sistema radicular”,
“mandatar os serviços técnicos municipais para acompanhar a revisão do projeto,
assegurando o cumprimento integral dos regulamentos e a preservação da
integridade do arvoredo” e “garantir a transparência do processo e a
participação dos cidadãos e cidadãs na construção do espaço público, com
reuniões públicas regulares de acompanhamento do projeto”.
In esquerda.net - 07 de abril 2025
`* FOTO: Nuno Nunes/Flickr.