Marcelo Rebelo de Sousa
e a escritora convidada para o último Dia de Portugal presidido pelo atual
chefe de Estado estiveram sintonizados. Sem esquecer um dos temas clássicos dos
seus mandatos, a pobreza ou o risco dela que afetam um em cada cinco
portugueses, o presidente da República sublinhou que cuidar dos “nossos” é
tarefa que exige uma visão solidária, relacional e coesa da sociedade. Não
exclui ninguém, pelo contrário: é quando alguém fica para trás que nos tornamos
incompletos e mais pequenos.
O país não cresce em
fechamento. Somos em movimento, somos em relação, somos porque cruzamos as
diferenças e nos enriquecemos com elas. Sem revisionismos, mas aprendendo com
os erros que marcam a nossa história. E se esse é um equilíbrio tão difícil, é
essencial que o conhecimento e a Cultura contribuam ativamente para o atingir.
Numa altura em que a
Cultura perdeu espaço no Governo (a somar ao orçamento que sempre lhe faltou),
foi importante a voz de Lídia Jorge. A salientar a atualidade de Camões e a
força da palavra, capaz de fazer revoluções. A palavra é combate e
reconstrução. A palavra encontra caminho entre a falha e a imperfeição.
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Inês
Cardoso – Jornal de Notícias - 11 junho, 2025