22.7.25

EXPOSIÇÃO: Fotos premiadas de Samar mostram sofrimento atual (e futuro) dos palestinianos


Samar Abu Elouf, cuja fotografia de Mahmoud Ajjour, de nove anos, uma criança palestiniana que ficou sem braços devido aos bombardeamentos israelitas em Gaza, foi escolhida pelo júri internacional da World Press Photo como Foto do Ano de 2025, esteve este domingo em Portimão, na estreia em Portugal da exposição das melhores imagens do fotojornalismo mundial.

Em conversa prévia com os jornalistas, Samar Abu Elouf contou que começou a fotografar muito jovem porque sempre pensou «nas crianças dos campos de refugiados da minha terra, de Gaza».

Foi esse trabalho, que começou a mostrar no território palestiniano e em outros países árabes, como o Egito, que a tornou conhecida e a levou a trabalhar para o New York Times, um dos maiores jornais norte-americanos e mundiais.

Mas se era difícil a vida dos palestinianos, antes de 7 de Outubro de 2023, tornou-se impossível desde o início dos bombardeamentos de Israel, que fechou o território de Gaza, impedindo os seus habitantes de sair de lá ou de receber apoio exterior. Um gueto gigante, na realidade.

No início da guerra (desta guerra, porque muitas outras tem havido, mais ou menos faladas), foi o New York Times, com o seu peso internacional, que conseguiu «extrair» Samar e os seus quatro filhos de Gaza, levando-os para Doha, a capital do Qatar, nos Emirados Árabes Unidos.

E foi no Qatar que a jovem Samar Abu Elouf continuou a trabalhar, enquanto fotojornalista freelance, para o NYT, documentando a vida dos refugiados palestinianos, sobretudo das muitas crianças gravemente feridas, que conseguem tratamento nesse país árabe.

Foi precisamente uma dessas fotografias, a de Mahmoud Ajjour, que, depois de gravemente ferido em Gaza, conseguiu ser retirado do território para ser tratado no Qatar, que valeu a Samar o maior prémio mundial de fotojornalismo.

Sem braços, magro, de olhar baixo e triste, meio na sombra talvez para não o expor demasiado aos olhos do mundo, Mahmoud é até um símbolo. «Ao escolher esta foto, o júri quis mostrar o impacto futuro da guerra na Palestina, porque, mesmo que a guerra acabe, quem vai sofrer os seus efeitos nas próximas décadas são estas crianças e as suas famílias», explicou Rafael Dias da Silva, da Fundação World Press Photo (WPP).

Não foi fácil trazer Samar Abu Elouf a Portimão, como contou João Neves dos Santos, curador da exposição da WPP na cidade algarvia e membro da Associação Música XXI, que, em conjunto com a Câmara Municipal portimonense, promove a mostra.

«A Samar foi extraída de Gaza com os seus quatro filhos, mas o resto da família ainda lá está. E a família já lhe disse que, se ela voltar, matam-na a ela e a eles», acrescentou João Neves dos Santos.

«É muito excecional ela estar aqui connosco», garantiu. «Para entrar, ela teve de ter um visto português que foi ultra complicado de conseguir na Embaixada de Portugal» no Qatar. De tal forma que, com tudo já marcado, voos, estadia, «só recebeu o visto no dia anterior».

Agora, para voltar àquele estado dos Emirados Árabes Unidos, Samar «precisa novamente de um visto, emitido pelo Qatar, mas só lho vão dar na terça-feira, o que a obriga a ficar cá em Portugal mais um dia». «Não foi fácil a Samar estar aqui connosco e vai ser difícil voltar», resumiu.

Mas estas dificuldades nada são quando comparadas com o sofrimento dos palestinianos fechados em Gaza.

«Eu aprendi a fotografar por mim, com a prática de tirar fotos na rua, para poder mostrar a minha visão», salientou a fotojornalista.

A escolha de Samar não foi fácil, nem bem compreendida. «A comunidade lá não percebia como é que uma mulher andava a tirar fotos na rua», admitiu.

«Quando viajei pela primeira vez para o Egito, para mostrar as minhas fotos, o meu pai não falou comigo durante dois meses e não vinha à minha casa». Só quando o seu trabalho de fotojornalismo começou a ganhar prémios e a ser reconhecido a nível internacional é que a família lhe passou a dar algum apoio.

Na inauguração da exposição dos premiados da WPP em 2025, em Portimão, perante o silêncio comovido de dezenas de pessoas, Samar falou sobre as suas fotos premiadas, contando as histórias terríveis e duras de ouvir atrás de cada uma delas. Como a foto daquele fotojornalista palestiniano, seu colega, com o cadáver do filho nos braços. Ou a história do muito jovem Mahmoud, que perdeu grande parte da família no bombardeamento e conseguiu sobreviver, porque os seus braços, despedaçados, lhe foram amputados a sangue-frio, ainda em Gaza.

«Muitas crianças de Gaza não têm tratamento porque não há hospitais, os médicos e enfermeiros que ainda sobrevivem não têm meios. Há 170 mil pessoas feridas em Gaza», que não conseguem aceder a qualquer tratamento, recordou a jornalista. Além disso, os médicos e enfermeiros, sublinhou, «também estão sem comida, a passar fome».

«Mahmoud é um miúdo forte, agora já brinca, embora não tenha braços para o amparar se cair. Já vai à escola». Mas que marcas ficam na mente de uma criança que sofreu o que ele sofreu? É a incógnita sobre esse futuro desconhecido, que se adivinha no olhar da criança, que a WPP quis premiar.

Mas o que se passa em Gaza, mesmo estando em segurança no Qatar, continua a tirar o sono a Samar.

«Eu comecei a trabalhar há 15 anos e conheço os fotojornalistas que lá trabalham todos. Alguns deles já morreram, outros estão a morrer, aos poucos, de fome». Se uma bomba não os atingir antes. Desde o início da guerra, já morreram mais de 220 jornalistas em Gaza.

Samar sofre sobretudo pela sua família, que continua no território palestiniano.

«A minha Mãe perdeu 20 quilos», por causa da fome. Samar, que fala inglês, mas às vezes tem dificuldade em explicar-se, diz qualquer coisa em árabe ao tradutor, que repete, em português: «consegue ver-se os ossos de tão magros que estão».

«Nem consigo imaginar como é agora, quando saí de lá ainda não estava tão mau», acrescenta a jornalista.

Samar mantém contacto com a sua família em Gaza através da internet, nomeadamente usando o WhatsApp. Mas muitas vezes, a internet não está disponível.

«Quase a primeira pergunta que ela me fez quando chegou é se teria acesso à internet e ficou admirada com a facilidade de acesso que há aqui em Portugal, com internet em espaços públicos, etc», contou João Neves dos Santos.

Mas os contactos que Samar mantém com a família não são fáceis. A sua irmã, por exemplo, está zangada com ela porque está a morrer de fome em Gaza e não consegue arranjar comida para alimentar os filhos.

«Não consigo dormir nenhuma noite, falo com a minha irmã em Gaza, falo com os meus colegas e amigos que lá estão, e choro, choro muito. Nem sei como me sinto». afirma, de voz embargada.

«O que é que o Mundo precisa mais para ver que é preciso parar a guerra?», interroga.

De regresso ao Qatar, Samar Abu Elouf tem vários projetos para concretizar. Para já está a preparar um livro com fotos suas sobre «Gaza antes da Guerra». «E quero andar pelo mundo a mostrar as minhas fotos e as condições em que vive o meu povo», anuncia.

Rafael Dias da Silva, da Fundação WPP, também presente na inauguração, sublinhou que, em 70 anos de World Press Photo, esta é apenas «a quinta mulher a ganhar a Foto do Ano». «Estamos a tentar aumentar a participação das fotojornalistas», acrescentou, e atualmente «25% dos competidores são hoje mulheres», quando de início eram apenas 13%. Mas ainda há muito a fazer, neste campo.

A Portimão, além de Samar Abu Elouf, ainda virão duas outras mulheres fotojornalistas premiadas: no próximo fim de semana será a portuguesa Maria Abranches, que virá falar sobre o seu trabalho premiado na categoria «Histórias», intitulado «Maria».

«Freelancer com um olhar profundo sobre realidades invisibilizadas, Maria Abranches venceu com um conjunto de imagens que revela a vida de Maria, uma mulher angolana explorada em Portugal desde a infância», explica a organização.

«O ensaio denuncia situações de abuso, racismo estrutural e invisibilidade social. As fotografias são íntimas, diretas e profundamente humanas».

No fim de semana de 2 e 3 de Agosto, será a vez de estar em Portimão a fotojornalista brasileira Amanda Perobelli, que foi premiada na categoria Reportagem, com o seu trabalho sobre «As piores enchentes do Brasil».

Amanda «documentou com coragem e urgência as consequências devastadoras das enchentes que assolaram o Brasil. A série premiada apresenta imagens poderosas de destruição, dor e resiliência, revelando a ligação entre colapso climático, desigualdade social e omissão do poder público».

No edifício recuperado da Antiga Lota de Portimão, na zona ribeirinha da cidade, podem ser vistas, até 10 de Agosto (das 18h00 à meia noite), as 42 fotografias vencedoras, selecionadas de um total de 59.320 imagens a concurso, da autoria de 3778 fotógrafos de 141 países.

As imagens convidam os visitantes a olhar para além do ciclo noticioso e a envolverem-se em histórias de todo o mundo, que se destacam no cenário político e mediático mundial em rápida transformação, como foi o de 2024.

São histórias de luta e desafio, mas também de calor humano e coragem, tendo sido selecionadas por um júri internacional independente pela sua qualidade visual e compromisso com a representação diversificada.

Portimão é, assim, mais uma vez, a primeira cidade portuguesa a receber a exposição da World Press Photo, contando com curadoria da Associação Cultural Música XXI e apoio do Município portimonense.

Depois da estreia na cidade algarvia, em Portugal só está prevista mais uma exposição dos vencedores da WPP na Maia, no Norte.

Rafael Dias da Silva destacou a importância desta mostra e do concurso em si como forma de defender «a liberdade de expressão, para que pessoas como a Samar possam continuar a fazer o seu trabalho em todo o mundo».

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

Castelo de Vide com sete novos dadores de sangue

 


Frente aos bombeiros e ao lado da casa do povo, situa-se o centro de saúde da terra natal de Mouzinho da Silveira, figura incontornável do liberalismo. O acolhedor espaço recebeu mais uma iniciativa da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre – ADBSP – em estreita colaboração com a Unidade Funcional de Imunohemoterapia da ULSAALE. Tratou-se de uma brigada com números muito reconfortantes: 18 mulheres (47,4 %) e 20 homens inscreveram-se para compartilhar muito de si! Expressivos também os voluntários que fizeram o seu batismo na doação de sangue: nada mais nada menos do que sete, cinco dos quais do sexo feminino.

Um dos presentes foi dispensado da dádiva, uma vez que clinicamente não estava em condições do fazer. Assim, foram 37 (é verdade 37) as unidades de sangue total em boa hora nascidas na “Sintra do Alentejo”.

A Câmara Municipal de Castelo de Vide apoiou a realização do almoço convívio, servido a todos quanto tornaram possível esta feliz iniciativa.

Fronteira

Temos agendada uma colheita no centro de saúde de Fronteira, a 26 de julho. Já a 23 de agosto podem-nos encontrar no centro cultural de Alpalhão, concelho de Nisa. A ADBSP marca as suas brigadas em sábados das 09h00 às 13h00, aproximadamente.

Seguimos esta causa pois o sangue é insubstituível e recebemos sorrisos de gente de quem nos orgulhamos! Venha daí: https://www.facebook.com/AssociacaoDadoresBenevolosSanguePortalegre/

JR

NISA: Arguidos por cultivo de canábis


O Comando Territorial de Portalegre, através do Posto Territorial de Nisa, ontem, dia 21 de julho, constituiu arguido um homem de 55 anos e uma mulher de 43 anos, por cultivo de canábis, no concelho de Nisa.

No âmbito de uma denúncia, os militares da Guarda deslocaram-se ao local onde detetaram a presença de duas plantas de canábis num terreno agrícola. No seguimento da ação, foram realizadas diligências policiais que permitiram identificar os responsáveis pelo cultivo das plantas e dar cumprimento a um mandado de busca, que resultou a apreensão de 12 plantas de canábis.

Os suspeitos foram constituídos arguidos e os factos foram comunicados ao Tribunal Judicial de Portalegre.

Esta ação contou com o reforço de militares do Núcleo de Investigação Criminal, do Destacamento Territorial de Nisa.

21.7.25

VIVÁ MÚSICA! Cante alentejano em festa na vila medieval de Monsaraz

 


A Festa do Cante nas Terras do Grande Lago vai decorrer nos dias 25 e 26 de julho na vila medieval de Monsaraz. Este evento é organizado pelo Município de Reguengos de Monsaraz, em parceria com o Grupo Cultural e Desportivo da Freguesia de Monsaraz e a Junta de Freguesia de Monsaraz.

No dia 25 de julho, às 19h, realiza-se um desfile de grupos corais na vila medieval, da Rua Direita até ao Largo Dom Nuno Álvares Pereira, com as atuações do Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz, Grupo Coral Feminino de Santa Vitória “Estrelas do Alentejo” e Grupo Coral “Os Ganhões” de Castro Verde.

A Gala do Cante realiza-se no dia 26 de julho, pelas 22h, no Largo Dom Nuno Álvares Pereira. No espetáculo vão participar o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz, o Grupo Coral de Ourique, a fadista Beatriz Felício e o poeta Manuel Sérgio, que vai declamar poemas acompanhado à guitarra por José Farinha.

Beatriz Felício é uma das principais vozes da nova geração do fado. O álbum de estreia, “Beatriz Felício”, tem 13 temas, incluindo composições tradicionais e originais com letras de Teresinha Landeiro, Helder Moutinho, Francisco Guimarães e dos cantautores Carlos Leitão e Cátia Oliveira, conhecida como A Garota Não.

AUTÁRQUICAS 2025: CDU divulga os primeiros candidatos à Câmara Municipal e Assembleia Municipal de Castelo de Vide


A Coligação Democrática Unitária – PCP/PEV, torna público que Fernando Carmosino é o primeiro candidato à Câmara Municipal de Castelo de Vide e que Ana Paula Travassos é a primeira candidata à Assembleia Municipal de Castelo de Vide nas Eleições Autárquicas de 2025.

Fernando Carmosino Simões Bastos Silva tem 70 anos, é funcionário administrativo, em situação de reforma, e é natural da freguesia de Santo André, concelho de Estremoz.

Foi eleito autárquico em Assembleia Municipal em sucessivos mandatos.

Foi membro do Comité Central do PCP de 1992 a 2020.

Foi membro da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA).

Actualmente, é membro da Direcção Regional do Alentejo (DRA do PCP) e da Direcção da Organização Regional de Portalegre do PCP (DORPOR do PCP), sendo responsável pela área do trabalho autárquico e do desenvolvimento económico.

É membro do Partido Comunista Português desde 1976.

* Ana Paula Mateus Travassos tem 65 anos e é Professora.

Natural da freguesia de Ramalde, Porto.

Foi professora cooperante na Guiné-Bissau, entre 1985 e 1990. Professora do quadro de escola do Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide, desde 1990, com 22 anos de experiência de gestão escolar, 16 dos quais como Directora do AE de Castelo de Vide, tendo também exercido funções como orientadora de estágio.

Foi eleita na Assembleia de Freguesia de Sta. Maria da Devesa, entre 2001 e 2005 pela CDU.

Entre 2005 e 2007 representou o grupo municipal da CDU na Assembleia Municipal de Castelo de Vide.

É membro da Comissão Concelhia de Castelo de Vide do PCP.

Castelo de Vide, 21 de Julho de 2025

A Coordenadora da CDU do Concelho de Castelo de Vide

 

MUSEU DO FADO: Ciclo ESPELHO DE SONS | Tributo a Carlos Paredes


LUÍSA AMARO - Sons da Guitarra

Tributo a Carlos Paredes

Data: 25 julho, 2025 - 21:00 Horas

Local: Museu do Fado - Esplanada

Um concerto de Luísa Amaro na guitarra portuguesa, acompanhada por Mafalda Lemos também na guitarra portuguesa, por Gonçalo Lopes no clarinete e por João Mota (Djhon) na guitarra clássica.

Crescida artisticamente com Carlos Paredes, Luísa Amaro assimilou um ilimitado interesse pelo som como exercício criativo de exploração do mundo. Neste espetáculo, a personalidade única da guitarra portuguesa é colocada em evidência pela elegante e discreta presença do clarinete. Uma subtil e constante inquietude, tão intrínseca e requintadamente lusitana, reflete-se no trabalho de Luísa Amaro através da evocação de um Portugal mourisco, como expressão de uma insinuante nostalgia. Qualquer coisa de longínquo no espaço e no tempo, e ao mesmo tempo tão próximo de se tornar motivo de efabulação sonora. Se a saudade fosse som, teria a voz do seu instrumento!

 Paolo Scarnecchia

Não temo em afirmar que Carlos Paredes, ao lado de seu pai Artur Paredes, é o maior guitarrista de guitarra portuguesa. Está ao nível dos grandes músicos do Mundo. Compositor virtuoso, verdadeiro humanista, lutou sempre por uma sociedade melhor e mais justa. Tímido por natureza, fugia dos elogios e refugiava-se na sua guitarra: "sou um humilde guitarrista, nada mais que isso", teimava em afirmar.

A Carlos Paredes devo muito, mas o que é realmente importante é saber que, sem pessoas como Carlos Paredes, o mundo ficaria, de repente, muito mais pequeno. Agradeço-lhe pelo que nos deixou e que a tantos inspira! Obrigada, Mestre!

 Luísa Amaro

Luís Nazaré Gomes, produtor

António Pinheiro da Silva, técnico de som

Foto:  © Susana Neves

NISA: Conheça os poetas do concelho (XLI) - Carlos Alberto Lucas Silva


 VAGABUNDO 

Cansado do mundo

Onde nada acontece

A não ser

O ego virtual

Quero ser vagabundo

Num céu que não escurece

E me deixa viver

De um modo natural

 

Deixem-me entrar

Numa taberna

Em Montalvão

E beber um bagaço

Sem tropeçar

Nas pernas

Que vão pró Lapão

Onde está o meu espaço.

 

Deixem-me oferecer rosas

E amar sem medo

Nos braços do Dharma

Onde corre a liberdade

E as prosas

Sem o enredo

Que arma

As ratoeiras da maldade.

 

Deixem-me amar

Nas margens do Sever

À sombra de uma nogueira

E contar

As vantagens

De quem não quer

Arder numa fogueira.

 

Quero estar perto

Da fonte da alegria

Para desafiar o mundo

Sem vacilar
E de peito aberto

Enfrentar a hipocrisia
E ser um vagabundo

Sem medo de amar.

* Carlos Alberto Lucas Silva

 

CASTELO DE VIDE: AstroVide 2025” realiza-se no próximo sábado


Iniciativa tem lugar no menir da Meada organizada por Acácio Lobo

Realiza-se no próximo sábado dia 26 de Julho o AstroVide 2025 junto ao Menir da Meada o AstroVide 2025, uma iniciativa que Acácio Lobo realiza há vários anos nesta mesma época do ano e num dia próximo da Lua Nova.

A iniciativa deste ano foi viabilizada com o apoio da Câmara Municipal de Castelo de Videdepois de uma reunião do organizador com António Pita que se mostrou recetivo e garantiu “uma mini refeição às 20 horas” oferecida pela Câmara Municipal (ver notícia AQUI).

Ao repasto campestre segue-se então a observação, num local onde “o céu é bastante escuro”. “Esperemos que esteja bom tempo”, refere Acácio Lobo que informa também que os participantes “poderão acampar no local”, apelando no entanto a que “tenham cuidado para não haver fogos”.

Inscrições aceites até esta terça-feira

Aos participantes é solicitado que façam a sua inscrição para o e-mail <lobotrigueiros@gmail.com> até esta terça-feira dia 22 de Julho.

OPINIÃO: O verdadeiro fanfarrão


Quem tem medo de um fanfarrão? Talvez alguém que não o conheça suficientemente bem, talvez as crianças, sempre mais frágeis na reação ao grito, ao impropério e, se tiverem consciência disso, à maldade de ouvirem os seus nomes na Assembleia da República. Se pertencerem a minorias, pode tornar-se mais castigador; se a crueldade estiver suportada por conteúdos falsos, pior ainda. Todos conhecem este episódio que devia envergonhar o partido do fanfarrão, mas só envergonha o Parlamento, porque uma das características de qualquer fanfarrão é não ter ponta de vergonha. Mas por poder ter sorte ou ser incensado por uma qualquer simpatia, estratégia política ou patranha regimental, ao fanfarrão quase tudo é permitido, enquanto os restantes deputados devem ter todo o cuidado quando se dirigem ao fanfarrão. Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, o árbitro do plenário, sofre do mesmo problema de outros juízes, mas do futebol, que não conseguem fugir à tendência de inclinar os pratos da balança. Utilizar a expressão “frouxa” para classificar a oposição feita pelo novo líder do Partido Socialista é encarado como uma espécie de elogio, mas “fanfarrão”, esse grande insulto que já esteve na origem de guerras sangrentas, é uma ofensa abominável! Como se não bastasse, o fanfarrão lidera um partido especializado em mentir. Antes que algum árbitro político rasgue as vestes, esclareço que essa é a conclusão de um estudo desenvolvido pela Universidade da Beira Interior em parceria com a Entidade Reguladora para a Comunicação Social. No campeonato da mentira, ninguém ganha ao Chega. Sobretudo nas redes sociais, onde, durante a última campanha das legislativas, foi responsável por 81% da desinformação colocada a circular. Bate certo: um fanfarrão é alguém que se arma em valente sem o ser, que se gaba de feitos ou qualidades que não lhe pertencem, ou seja, todos os fanfarrões são um bocadinho mentirosos.

* Vítor Santos - Jornal de Notícias - 20 julho, 2025

 

CASTELO DE VIDE: Visitas para famílias e crianças às praias


A Câmara Municipal de Castelo de Vide, através do Gabinete de Ação Social, organiza duas “visitas para famílias e crianças” às praias da Comporta e de Oeiras para “aproveitar o sol e o mar”, numa ação designada como “Verão em Família!”.

Estas visitas para “dias bem passados junto ao mar” concretizam-se nos dias 27 de Julho e 23 de Agosto, respetivamente à Comporta e a Oeiras, devendo as inscrições (limitadas) ser efetuadas junto do Gabinete de Ação Social até dia 26 de Julho (Comporta) e 22 de Agosto (Oeiras).

20.7.25

DIREITO: As praias são nossas, fora com os ladrões de praias

 


Há problemas que não vale a pena perder muito tempo a debater, mais vale arranjar rápida e boa solução. Por exemplo, evidências: não existem praias privadas em Portugal e não existirão; qualquer tentativa de privatizar (mesmo que com aspas) uma praia, de forma mais directa ou "sub-reptícia", qualquer tentativa de impedir ou dificultar acessos a espaço que é de todos, deveria ser um crime de lesa-pátria, com punições bem pesadas. Não há mas nem meio mas.

Isto vem tudo a propósito do último passeio da Mara Gonçalves, este especial, ali pela naturalmente belíssima faixa da península de Tróia. Mas o tema é triste, porque, naturalmente, é sobre os ladrões de praias.

A polémica já fez correr mares de tinta, a Agência Portuguesa do Ambiente já fiscalizou, concluiu e ordenou, mas como estão as coisas neste momento por ali? Ora bem, conta a Mara na Fugas online (e na edição deste sábado do PÚBLICO): De Tróia a Melides, os acessos difíceis privatizam as praias "de maneira sub-reptícia".

A dado passo, Rui Rebocho, um morador de Setúbal que há décadas vem por aqui à praia com a família — agora faz 100km a gasóleo, porque isso fica mais barato que usar o ferry —, atira com uma precisão cine-profética:

"Eles vão querer acabar com tudo o que seja para o povo, para depois vir a princesa da Jordânia de helicóptero aqui para a praia".

Libertemos as praias para os seus donos, nós, os cidadãos. E, entretanto, comecemos a pensar em que mais situações similares nos andarão a enganar. Não me digam que há também outros caminhos públicos por todo o país, por serras e vales, pelo interior e à beira-mar, que andam a ser roubados? Agarremos todos nos mapas das nossas terras, passo a passo, como um Sherlock Holmes em busca desses ladrões de acessos. Que entre nós e os nossos caminhos não pode haver fronteiras.

* Luís J. Santos in Fugas - Público . 19 de julho de 2025

 FOTO 1 - Placa informativa frente ao condomínio do Tróia Resort, colocada após fiscalização da Agência Portuguesa do Ambiente -  Rui Gaudêncio

FOTO 2 - O acesso ao estacionamento público junto à praia de Tróia-Galé faz-se por dentro do condomínio privado - Rui Gaudêncio

 FOTO 3 Acesso à praia Tróia-Galé -  Rui Gaudêncio

LISBOA: CLAP estreou “Transformações” - Espectáculo de teatro inclusivo

 


Evento de CLAP - Associação, Comunidade Laboratório de Ação e Projetos

Avenida do Colégio Militar, 1500-180 Lisboa, Portugal

Duração: 2 dias

Público  · Qualquer pessoa dentro ou fora do Facebook

A CLAP, têm o prazer de anunciar a estreia da criação teatral da Companhia (In)Diferente.

TRANSFORMAÇÕES

Espetáculo de Teatro Inclusivo

Uma criação da CLAP – Teatro Companhia (In)Diferente

�️ 18 e 19 de julho de 2025

� Boutique da Cultura | Um Teatro em cada Bairro – Lisboa

⏰ 21h00

�️ Bilhetes: 10€

� Reserva obrigatória: https://forms.gle/s1bAJhGq1SD5TgrPA

Uma jornada sensorial e poética sobre a superação, a aceitação e a liberdade interior.

Inspirado no livro “O Rapaz, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo”, este espetáculo inclusivo junta intérpretes com e sem deficiência num palco onde o corpo, a imagem e a emoção falam mais alto que as palavras.

Através do teatro físico, das projeções visuais e da expressão autêntica dos seus intérpretes, Transformações convida o público a refletir sobre os medos que nos limitam e a descobrir a coragem que nos transforma.

Espetáculo acessível | Lugares limitados

info: geral.clapassociacao@gmail.com

GDA

@boutiquedacultura

Luis Miguel Rodrigues

Luis Fernandes

Raquel Gomes Vieira

NISA: Conheça os poetas do concelho (XL) - João da Costa

 


CLASSES SOCIAIS 

Outrora na minha terra,

Três classe sociais havia

Uns que tinham tudo,

Outros que nada possuíam.

 

No centro vinham os artistas

Que de profissões se faziam,

Pedreiros, carpinteiros, sapateiros,

Barbeiros e alfaiates

Ferreiro e torneiros.

 

Primeiro os grandes senhores

Proprietários, professores e doutores

Em terceiro os pobres e indigentes

Pastores, cavadores e outras gentes.

 

Os meninos e as meninas

Eram de famílias abastadas

Cachopos e cachopas

No Galocha se enroscavam.

 

Os outros da classe média

na Sociedade bailavam

Cinema era para todos

Ricos no balcão e camarotes

Remediados na traseira da plateia

Se instalavam, recostados

Enquanto os mais pobres

Ficavam à frente, sentados.

 

E assim se constituía

Uma grande comunidade

De gente pura e honrada:

Uns que tudo possuíam

Outros que nada tinham...

* João da Costa 

19.7.25

AVIS: Passeio botânico sensorial e patrimonial


 No âmbito da comemoração do Dia Mundial da Conservação da Natureza, o Município de Avis realiza, no próximo dia 26 de julho, um Passeio Botânico Sensorial e Patrimonial, numa iniciativa integrada no seu Calendário Anual de Caminhadas.

Esta ação ambiental, com guia explicativo, começa e termina junto ao Posto de Turismo de Avis. A partida está marcada para as 9h00 e a chegada será por volta das 12h00. Pelo meio haverá tempo para conhecer a biodiversidade existente em alguns dos espaços verdes de Avis, nomeadamente o Jardim Público Municipal, através dos 5 sentidos humanos, estendendo-se este Passeio ao Património edificado, com uma visita ao Centro Histórico e à envolvente das Muralhas de Avis.

Inscrições, gratuitas, mas obrigatórias, até ao dia 24 de julho, através do formulário disponível em: https://tinyurl.com/passeioff25

Venha daí!

Vitorino e Janita Salomé distinguidos nos Prémios Play Tradicional


No passado Domingo decorreu a primeira cerimónia dos Prémios Play Tradicional, que visam reconhecer e premiar a música portuguesa de raiz tradicional. Vitorino e Janita Salomé foram ambos agraciados com troféus na edição de estreia. Vitorino foi distinguido na categoria Melhor Artista ou Grupo Tradicional, depois de ter lançado e apresentado ao vivo o seu mais recente álbum “Não Sei Do Que É Que Se Trata, Mas Não Concordo”.

Janita Salomé levou para casa o troféu de Melhor Álbum de Música Tradicional com “Pássaro Azul”, um álbum de duetos de excelência.

Com várias décadas de carreira, os irmãos Salomé reiteram a sua actualidade e pertinência na música nacional.

Fotografia Infocul.pt

 

CECHAP inaugura exposição “Um olhar à cerâmica do Museu Etnográfico de Olivença” em Vila Viçosa

 


O CECHAP – Centro de Estudos CECHAP inaugura no dia 18 de julho de 2025, pelas 17h30, a  exposição “Um olhar à cerâmica do Museu Etnográfico de Olivença”, na Galeria Aquí d’El  Arte, situada na Avenida Duques de Bragança, nº 4, em Vila Viçosa.

A mostra resulta de uma colaboração com o Museu Etnográfico González Santana, de  Olivença (Extremadura), e integra o programa de intercâmbio de exposições iniciado entre  as duas instituições em 2024. A iniciativa tem como objetivo valorizar e promover a cultura  transfronteiriça e o património material e imaterial comum às regiões.

A exposição apresenta uma seleção de peças cerâmicas do acervo do Museu de Olivença,  que ilustram usos tradicionais como a cozedura, o transporte, a conservação de alimentos, a  construção, o uso religioso e decorativo. A escolha das peças teve por base critérios de  representatividade e diversidade funcional. A mostra é acompanhada por um catálogo  homónimo, da autoria de Miguel Ángel Vallecillo Teodoro e María Teresa Plaza Núñez.

“Um olhar à cerâmica do Museu Etnográfico de Olivença” é também uma homenagem aos  artesãos que moldaram o barro com saber e mestria, especialmente na histórica Rua dos  Oleiros, em Olivença, muitos deles formados nas Caldas da Rainha.

A Galeria Aquí d’El Arte, onde decorre a exposição, integra a Rede Portuguesa da Arte  Contemporânea desde 2024, reforçando o seu papel como espaço de dinamização cultural  no Alentejo.

Local: Galeria Aquí d’El Arte – CECHAP

Endereço: Avenida Duques de Bragança, nº 4, 7160-209 Vila Viçosa

Inauguração: 18 de julho de 2025, às 17h30

Horário da galeria: Segunda a sexta-feira, das 09h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 Entrada: Livre