VAGABUNDO
Cansado do mundo
Onde nada acontece
A não ser
O ego virtual
Quero ser vagabundo
Num céu que não escurece
E me deixa viver
De um modo natural
Deixem-me entrar
Numa taberna
Em Montalvão
E beber um bagaço
Sem tropeçar
Nas pernas
Que vão pró Lapão
Onde está o meu espaço.
Deixem-me oferecer rosas
E amar sem medo
Nos braços do Dharma
Onde corre a liberdade
E as prosas
Sem o enredo
Que arma
As ratoeiras da maldade.
Deixem-me amar
Nas margens do Sever
À sombra de uma nogueira
E contar
As vantagens
De quem não quer
Arder numa fogueira.
Quero estar perto
Da fonte da alegria
Para desafiar o mundo
Sem vacilar
E de peito aberto
Enfrentar a hipocrisia
E ser um vagabundo
Sem medo de amar.
* Carlos Alberto Lucas Silva