16.6.25

PORTALEGRE: Junho em Cena - Teatro "Das Árvores", no CAEP

 


18 JUN. QUA. 10.30h e 21.30H

“Das Árvores” de Sofia Santana - Ciclo Meridional Português

Junho em Cena – Mostra de Artes Performativas

Teatro | CAEP - GA | 5€ | M/12 anos

Uma árvore. O que pode uma árvore? Incêndios. Abates, Pragas. Secas. Neste país, algumas árvores resistem. Há mais de três mil anos uma árvore resiste. “Das Árvores” explora as memórias e reflexões que envolvem estas árvores, protagonistas de retratos, através da nossa experiência humana.  O tempo não pára, o espaço físico transforma-se, as ideias alternam-se. Pessoas vão. Pessoas vêm. Num ciclo aparentemente interminável, algumas árvores assistem.

Penso numa árvore velha como numa avó, uma avó em 35º grau.

Era preciso termos uma árvore genealógica com 35, mais de 35 pessoas de longevidade radical, de gerações seguidas, para ter uma dimensão superior a 3000 anos.

É sobre o tempo. Sobre o tempo que representam em relação ao nosso. Uma vida com mais de três mil anos que atravessa civilizações, ao lado de uma vida que na maioria das vezes nem alcança um século.

É sobre como ignoramos seres vivos com esta longevidade e nos detemos apenas com marcas das civilizações humanas. Dedicamos vidas a perceber o que se consegue ver por pedras alinhadas, que nos dizem já ter sido uma cidade, uma vila, uma aldeia, um monumento, portanto, com 500, 1000, 2000 anos.

Reconstruímos umas, derrubamos outras. Derrubamos umas para reconstruir as outras. A nossa marca. Como se na terra não estivessem todos os que nos antecederam e tudo o que vive dela.

O que é que diz sobre nós essa diferença? O que diz sobre nós esse tempo?

Enquanto uns são monumentos com entradas controladas, que dinamizam vilas, cidades, países, outras com sorte ficam no esquecimento, outras em rotundas ou ainda em campos inacessíveis, protegidas.

Umas são reflexo da civilização, da humanidade, as outras são natureza em força de acção, a resistir ao consumo desenfreado, e às cidades, que vão crescendo, engolindo-as.

Texto e Criação: Sofia Santana

Interpretação: Laura Frederico, Marina Leonardo e Sofia Santana

Desenho Vídeo: Nuno Barroca

Desenho de Luz: Jorge Gomes Ribeiro

Som: Aboo Gabi

Direção de Atores: Rita Fernandes

Cenografia: Marta Fernandes da Silva

Assistência de Produção: Sara Wong e Beatriz Nabais

Co-Produção: CAE Portalegre

Apoios: República Portuguesa – Cultura, DGArtes - Direcção-Geral das Artes; Câmara Municipal de Lisboa, Pólo Cultural das Gaivotas, Fábrica da Criatividade, Câmara Municipal de Castelo Branco;

Parcerias: Santa Casa da Misericórdia de Portalegre – ERPI, Companhia da Esquina, Verde - Associação para a Conservação Integrada da Natureza e Enfios