31.3.25

A DORPOR do PCP expressa o seu repúdio pela intimidação e condicionamento pela GNR sobre ativistas em solidariedade com a Palestina na Volta ao Alentejo

 


A DORPOR do PCP tomou conhecimento da situação de intimidação por forças de segurança sobre os ativistas que, pacificamente, se manifestaram em Castelo de Vide, neste fim-de-semana (sábado 29 de março), para afirmar a solidariedade com a Palestina numa prova desportiva, a Volta ao Alentejo, em que participava a equipa “Israel Premier Tech”.

O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) denunciou a situação: em vez de poderem exercer livremente o seu legítimo direito de expressão, os ativistas foram injustamente abordados pela GNR, identificados e intimidados, simplesmente por exibirem bandeiras palestinas, simbolizando a solidariedade com a luta do povo palestino pela justiça e pelos seus direitos nacionais.

Perante a situação, o Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República, enviou três questões ao Ministério da Administração Interna, desafiando o Governo a pronunciar-se sobre esta situação.

A intimidação exercida contra as pessoas que tentaram pacificamente protestar contra esta participação é uma violação grave da liberdade de expressão e do direito de manifestação, constitucionalmente consagrados. Em Castelo de Vide, as pessoas foram abordadas pela GNR, identificadas e afastadas do local sob a alegação de «questões de segurança», tendo a GNR tentado justificar esta intervenção alegando a possibilidade de «confrontos» com a equipa israelita.

A DORPOR do PCP expressa a sua total solidariedade com os ativistas que se manifestaram pacificamente em Castelo de Vide e reafirma o seu apoio à luta do povo palestino pelos seus direitos nacionais imprescindíveis, por uma Palestina livre e independente.

Portalegre, 31 de março de 2025

A DORPOR do PCP

NISA: Conheça os poetas do concelho (XX) _ António dos Santos Sequeira (2)

 


2 – O VAQUEIRO 

Antes da madrugada romper

O vaqueiro se levantava

P´ra dar ao gado de comer

Já que o dever o obrigava

 

Quantas vezes a chover

De guarda-chuva e candeeiro

Ensonado e a tremer

Ao duro frio de Janeiro

 

Enquanto o outro pessoal

Dormia profundamente

Dirigia-se ele ao cabanal

Muito antes do sol nascente

 

Era então que espalhava

O feno na manjedoura

Já que a manhã anunciava

Um novo dia de lavoura

 

Depois do gado estar tratado

E caso a manhã tardasse

Ia dormir mais um bocado

Voltando de novo a deitar-se

 

Depois de manhã levava

Até à torna o gado

Quando começava

Para o prender ao arado

 

O mesmo lhe competia

Trazer o gado de volta

Quando era ao fim do dia

Depois de se dar solta

 

Vivia praticamente

Em especial nessa altura

Para o trabalho somente

Levando uma vida dura

* António dos Santos Sequeira

30.3.25

NISA: Conheça os poetas do concelho (XIX) _ António dos Santos Sequeira


OS CAMPOS E OS CAMPONESES 

Há muitos anos atrás

Era costume ouvir dizer

Pelas ruas "tã, já lá vás"?

Muito antes do sol nascer.

 

Com botas brochadas

Pelas ruas a arrastar

Era o galo das madrugadas

E o aviso para acordar.

 

Sem muito tempo se perder

Era muito frequente

Irem à taberna beber

Um copo de aguardente.

 

Era então que começava

A sua árdua labuta

Pois o campo os esperava

Para mais um dia de luta.

 

Os campos noutras eras

Eram todos p´ra searas

Agora andam sujos deveras

Só há javalis e xáras.

 

Havia trigais tamanhos

E vida por todos os lados

Muita gente... grandes rebanhos

Como os tempos estão mudados!...

 

Toda a gente se esforçava

Por as terras cultivar

Logo o mato se limpava

Ao começar a alastrar.

 

Aqui e além se ouvia

Pessoas ou animais

A solidão não se sentia

Mesmo em distantes locais.

 

Pelos campos vida havia

Essa via que hoje não há

Parte dessa gente que se via

Já partiu, já lá não está.

 

As hortas e os pomares

Eram fonte de alimento

Para governar tantos lares

Como meio de sustento.

 

Prendiam-se burros à nora

Com os alcatruzes a despejar

A água que revigora

Toda a planta a criar.

 

Agora essas hortas

Onde se plantava o cebolo

Quase todas já estão mortas

Causam grande desconsolo.

 

A partir dos anos oitenta

Começou a grande invasão

Que de ano para ano aumenta

Dos eucaliptos, a plantação.

 

Depois das máquinas romperem

Esses matagais bravios

Há eucaliptos a crescerem

Já em numerosos plantios.

 

A pouca gente de Montalvão

Que ainda aqui se mantém

Desagrada-lhe tal situação

Visto que pouco lhe convém.

 

Havia fontes também

Com boa "água batida"

Onde cada um enchia bem

A infusa bem medida.

 

Diz-se "água batida"

Quando é boa para beber

Se a fonte anda mexida

Por tanta gente abastecer.

 

Muitas fontes presentemente

Ao recordá-las do passado

O que foi orgulho de outra gente

Está hoje tudo abandonado.

 

Havia palheiros e currais

Por esses campos espalhados

Para encerrar os animais

E ter os fenos guardados.

 

Muitos deles, sem telhado

E outros até já caídos

São relíquias do passado

Ou tesouros já perdidos.

 

Estar ao lume num palheiro

E ouvir o vento soprar

Com um forte aguaceiro

No telhado a desabar.

 

Causa uma sensação

De sonolência e moleza

Sendo perfeita a comunhão

Entre a vida e a natureza.

 

Dos campos ao regressarem

Pelos caminhos e azinhagas

Era ouvi-los a cantarem

E à alegria dando largas.

 

Apesar de fatigados

Traziam risos no rosto

Quando à vila já chegados

Era a festa do sol-posto.

 

Uns a pé outros a cavalo

E também de bicicleta

O regresso era um regalo

Com a rua de gente repleta.

 

Lá estão ainda as ruas

Com as pedras da calçada

Mas já sem as gentes suas

Minha terra abandonada.

* António dos Santos Sequeira 

** IMAGEM: Diogo Margarido

29.3.25

NISA. O Centro Histórico - Memória e Apagamento (II)

 


Aproveitando a tarde solarenga e a propósito de assinalar o Dia Nacional dos Centros Históricos fiz uma visita a edifícios e ruas da antiga bastide nisense. O que vi, deixou-me triste e desalentado. Impressiona, não só a desertificação do chamado centro histórico, como a ausência de limpeza nas ruas, a flagrante falta de cuidados de manutenção dos edifícios, mormente de alguns que, desde há muito, deviam estar classificados.

Sufoca-me o coração, olhar e sentir o actual estado da Rua Direita, que a fértil imaginação idalinista transformou numa espécie de necrotério, com os retratos de alguns antigos moradores afixados nas frontarias das casas. Rostos que, na maioria dos casos nada dizem ou acrescentam à história vivida dos edifícios, contribuindo, inclusive, para deturpar muitas das actividades que neles se desenvolveram. Estão lá, ainda, duas das casas em que morei, uma delas de onde saí para me casar.

Visitei o Núcleo do Bordado, inaugurado em Abril de 2005, e que a edil, seguindo uma estratégia de apagamento histórico e da obra de anteriores autarcas, resolveu – uma vez mais sem dar cavaco a ninguém – “rebaptizar” de Casa da Etnografia. Os bordados de grande valor que se mostravam em vitrines na entrada do edifício, bem como outros artefactos, “viajaram” para o Museu do Bordado e do Barro. O edifício funciona agora como sede de um serviço municipal denominado Radar Social. É um radar “silencioso” e que, sem qualquer indicação no exterior afasta os visitantes e inibe-os de testarem a sua curiosidade e conhecerem o rico acervo artesanal que o edifício abriga. Está fechado aos fins-de-semana, poupando a Câmara em mão de obra de funcionários e remetendo os visitantes ou para a “Rua das Pedrinhas” (queres ver que o piso da Ruinha de Santa Maria era em terra batida?) ou para o edifício da “moda”, a Casa das Memórias que, com o designado Centro de Artes e Ofícios” merecem as “honras” da publicidade institucional em tudo o que é sítio.

Visitei, pela primeira vez, a Casa das Memórias”, tantas as memórias de infância e juventude que tinha (e tenho) do amplo edifício que se estende desde a Cadeia Velha.

Nesta rua, de tantas recordações e afectos, fiquei boquiaberto com a desinformação toponímica (rima com idalínica) que as novas placas metalizadas e côr de vinho, ostentam. Dizer que o antigo Canto da Cadeia era, afinal, o Canto de S. Pedro só pode resultar de uma de duas coisas: ignorância (que é, no fundo) e de provocação. O antigo Canto de S. Pedro existia, sim, mas na actual (desde 1932) Rua Capitão Vaz Monteiro, designação que substituiu, graças a favores políticos durante a Ditadura, a de Rua de S. Pedro.

E como aparece aqui o “S. Pedro”? perguntarão. Apenas e tão só porque a edilidade adquiriu uma casa e que demoliu dando ao espaço o nome pomposo, mais um, de “Canto da Muralha”. E ali, naquele recanto, por artes idalínicas, foram colocados alguns blocos esculpidos em granito, talvez desencantados no “Curral da Adua”, um deles com simbologia religiosa, indicando tratar-se de restos de obras efectuadas na capela de S. Pedro, na rua, original, do mesmo nome e que a Câmara demoliu em 1970, integrando todo o terreno (capela e adro) no património da Misericórdia.

Um bloco com simbologia de S. Pedro? Oh! Lá lá! Pronto, foi encontrado pela frenética mente idalinista, o nome “antigo” do Canto da Cadeia e, sem mais demoras toca a imprimi-lo numa placa “baptismal” para enganar actuais e vindouros. Assim se refaz ou desfaz a história.

Num curto espaço de cinco metros, mais duas placas metálicas, estas de homenagem ao ego da edil, a dizerem que foi ela que inaugurou, o edifício de poucas memórias (e algumas bem más e agonizantes) e o Canto.

Idalina, na outra vida, devia pertencer à alta nobreza, tal a quantidade de baptizados que tem protagonizado e de afilhados/as que tem deixado, em cada “canto”. Deixo a “Casa das Memórias” para mais tarde e sigo.

A Rua Dr. Graça (antiga Rua do Poço) era a mais populosa, agitada e alegre rua da “Vila”. Hoje está completamente transfigurada. Edifícios em ruínas e outros com obras começadas há mais de 20 anos e nunca concluídas, casas abandonadas, a “pele” de muitas frontarias a mostrarem um colossal desleixo, como que gritando a pedir socorro e intervenções urgentes. Junta-se a tudo isso, a sensação de caminharmos num arruamento fantasma, sem vivalma, a que se juntou também a nova “moda” do entaipamento forçado, em cimento e tijolo, de portas e janelas para fazer frente à intrusão, roubo e vandalismo.

Alguns proprietários de casas bem pretendem dar-lhes um novo destino e aproveitamento, mas a Câmara, tal como no passado, é inflexível, remete para normas e regulamentos, aponta a designação de “Centro Histórico” como um papão e proíbe a moradores e proprietários, tipos de construção e materiais que ela própria, Câmara, utiliza em larga escala à revelia das leis, que como entidade pública estaria obrigada a cumprir. O exemplo mais acabado está no edifício do Hospital Velho.

O Centro Histórico, a “Vila”, precisa de medidas e acções municipais de outro nível, mais arrojado e sustentável. Não de casas dos bolos ou de “centros interpretativos”, nem de espampanantes e colossais placards colocados em edifícios particulares, publicitando o que não existe e impedindo que as frontarias possam respirar e ganhar alguma alegria.

O Centro Histórico de Nisa é um “projecto” folclórico, pimba. Páginas e páginas de intenções, repetidas a cada semana e que não são – nunca foram – para cumprir.

Mas, “enquanto o pau vai e vem, folgam as costas” e os nisenses, iludidos e mal pagos, pela propaganda, lá vão continuando a dizer: Dé! Nisa tá munte bunita!

Uma autêntica maravilha. A senhum presidenta até diz que a vila tem a rua mais bonita do universe!

* Mário Mendes

 

 

PORTALEGRE: Município reforça apoio às Juntas de Freguesia


No dia 27 de março, no Centro de Congressos do Município de Portalegre, foram assinadas as adendas aos contratos interadministrativos de delegação de competências entre o Município e as Juntas de Freguesia da Sé e São Lourenço, Reguengo e São Julião, Ribeira de Nisa e Carreiras, Alagoa, Urra, Alegrete e Fortios, para o mandato 2021-2025.

O reforço financeiro destes contratos, implementado desde 2022, pretende responder ao aumento do custo de vida e às crescentes necessidades das juntas de freguesia, especialmente em áreas como a gestão de resíduos, limpeza urbana e manutenção de infraestruturas locais.

Desde o início do presente mandato, os valores transferidos pelo município para as freguesias aumentaram 75% de forma faseada, correspondendo 60% a um aumento direto aos contratos interadministrativos, e os restantes 15% ao valor que o município abdica de receber no âmbito da delegação de competências da Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL), que passaram a ser integralmente canalizados para as freguesias.

Para o executivo estas medidas são fundamentais para melhorar a qualidade de vida das populações, promover a coesão territorial e otimizar os recursos disponíveis no concelho. O aumento das verbas irá reforçar a capacidade das juntas de freguesia para prestarem serviços de maior qualidade à população.

Esta decisão demonstra o compromisso da Câmara Municipal em apoiar os executivos das juntas de freguesia num contexto de pressões económicas crescentes, garantindo que estas disponham dos meios necessários para servir as suas comunidades de forma eficaz, colocando as pessoas e as suas necessidades no centro das políticas públicas.

28.3.25

NISA. O Centro Histórico - Memória e Apagamento (I)


No dia 28 de Março assinala-se o Dia Nacional dos Centros Históricos. No concelho de Nisa está classificado como tal, a parte antiga da sede do concelho, a qual ostenta ainda hoje impressionantes marcas do passado, a par de outras que "artificialmente" e contra as boas regras defendidas pelas entidades que tutelam a cultura e o património, têm sido criadas ou transformadas de acordo com modismos importados para fazer "render o peixe" dos detentores do poder municipal.

Ouvir alguém vindo de fora perguntar onde fica a "Rua das Pedrinhas" é de pôr um nisense com os cabelos em pé. A alguns tenho respondido que não sei onde fica, nem nunca ouvi o nome. É verdade. Aquela transformação "radical" passando por cima de todas as leis e regulamentos, tal como o antigo edifício do Hospital Velho, não abona, ao contrário do que se possa julgar, em favor de quem promoveu tais obras ditas de "requalificação". A identidade da Rua de Santa Maria perdeu-se, mesmo tendo ganho muitos visitantes. Algumas autarquias são como os bancos, a quem interessa, apenas, os números. Não todos. Os da desertificação humana e física não preocupam os responsáveis camarários. Os números da saúde, a falta de médicos que, num determinado contexto, davam artigos de jornal, escritos por quem agora fazendo parte do executivo se fecha em copas, num silêncio cúmplice e defraudando a população que os elegeram, esses números, esses factos que estão aos olhos de toda a gente, nada lhes dizem. As obras faraónicas, sim. O edifício como nunca se viu e que alguém, no futuro, terá de pagar, a auto-propaganda, desenfreada e constante, à revelia de acções e obras realmente necessárias e que acrescentem valor à qualidade de vida dos nisenses, essas ficam remetidas para as calendas. Viver não custa, o que custa é "saber" viver. O importante não é apenas a "rosa" mas o benefício pessoal e eleitoral que se possa tirar dela. E o que vemos? O Museu do Bordado e do Barro deixou de fazer parte da publicidade que é paga por todos nós a jornais e rádios do emblema. O Núcleo do Bordado na Rua Direita, transformada em necrotério idalinal, está encerrado aos fins de semana. Dizem-me que foi desvalorizado e nele instalado  um "radar especial" . É a cultura do Apagamento, de tudo o que foi feito por executivos anteriores. Se esta personagem continuasse por mais tempo na Câmara, tínhamos a muralha da Porta da Vila revestida a metal ou a plástico, como obra "icónica e platónica". E que dizer da toponímia? Dos atentados perpetrados e reveladores de uma ignorância sem medida, de quem não sabe, não conhece e, pior do que isso, não tem a humildade de perguntar ou sequer, aceitar as explicações de quem tem algum "cabedal" no assunto?

O Centro Histórico de Nisa não "existe". O que existe são as invenções da edil amieirense, pensadas em noites de insónias e instaladas nos dias seguintes, sem dar cavaco a ninguém.

* Mário Mendes

26.3.25

NISA: Conheça os poetas do Concelho (XVIII) - José Hilário

 


                                      A IDADE NÃO PERDOA 

Num velho banco sentado

No pitoresco e lindo jardim

Um amigo amargurado

Contou-me o que sentia, assim :

 

“Eu era um homem valente

De bom porte e perspicaz

Olhava sempre em frente

Raramente olhava para trás

 

Mesmo quando era humilhado

Ou até, deveras ofendido

Nunca me senti derrotado

Ainda, muito menos vencido

 

Agora, com mais de meio cento

Embora a muitos não pareça

Vivo com algum desalento

Dando mil voltas à cabeça

 

Já não canto como cantava

Nem bebo como bebia

Não bailo como bailava

Nem vejo o mundo como via

 

Nenhuma cantiga bem me soa

Nem tenho prazer no que faço

O destino pega uma pessoa

Como gato pelo cachaço.”

 

* José Hilário

 

 

OPINIÃO: Dupla punição da pobreza

 


Ana Paula, Yara, Sofia. As histórias de mães que relatam ter sido ameaçadas com a retirada dos filhos por não terem habitação digna foram expostas na comunicação social, mas serão apenas uma pequena amostra de um cenário alargado em que os diagnósticos sociais estão a fazer uma associação indevida entre pobreza e risco para as crianças.

Os alertas vêm de dentro do próprio sistema: há técnicos de comissões de proteção a denunciar a tentativa de utilizar as CPCJ para atuar junto de famílias que, apesar de trabalharem e terem rendimentos, não conseguem ter autonomia habitacional. A carência económica não justifica, em caso nenhum, a retirada de crianças – nem a lei poderia prevê-lo.

Em 2023, último ano com dados consolidados, duplicou o número de crianças sem casa digna. Culpabilizar os pais por um problema que lhes é alheio é penalizá-los duplamente. Pior, é ignorar um dever que a Constituição atribui ao Estado. É ao Governo central e às autarquias que compete promover políticas que encontrem respostas adequadas para situações de emergência.

Os dados de execução do PRR mostram o falhanço das metas na habitação, as políticas destinadas aos jovens tiveram como efeito a subida de preços e faltam planos agressivos para atacar um dos mais sérios problemas que enfrentamos. Este é um tema que não pode faltar na campanha eleitoral. Em todas as suas camadas e sem permitir que a pobreza seja motivo para que pais em risco passem a ter medo de procurar serviços de apoio social.

·I* Inês Cardoso – Jornal de Notícias - 26 março, 2025

** IMAGEM - Mãe e filho - Desenho de Cipriano Dourado (1952)

CDU divulga primeira candidata da CDU pelo círculo eleitoral de Portalegre às Eleições para a Assembleia da República de 2025

 


Helena Neves – 1ª Candidata da CDU à Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Portalegre

Helena Neves tem 43 anos e é Bióloga.

Natural do Porto.

Residente em Benavila, concelho de Avis.

Licenciada em Biologia (Ramo Científico) pela FCUP.

Especialização em Biodiversidade e Conservação pela Universidade de Évora.

Foi membro da DR do Porto da JCP e do seu executivo

Foi responsável pela organização concelhia de V.N.Gaia da JCP

Foi membro da Direcção Nacional da JCP

Foi membro da Comissão Concelhia de V.N.Gaia do PCP

Foi membro da Comissão Concelhia de Avis do PCP

Foi membro da Direcção Nacional do MDM – Movimento Democrático de Mulheres

Membro da Comissão Concelhia de Fronteira do PCP

Membro da DORPOR do PCP e do seu Executivo

Membro da Direcção Regional do Alentejo do PCP

Membro do Comité Central do PCP

Trabalha presentemente na área ambiental, do controlo da qualidade da água para abastecimento público e da gestão dos resíduos do Município de Avis

Foi eleita na Assembleia Municipal de Avis entre 2009 e 2013

Membro do CN da CGTP-IN desde 2016

Coordenadora da USNA/CGTP-IN entre 2015 e 2024

Membro da Direcção Nacional do STAL desde 2011

Membro da Comissão Executiva da DN do STAL desde 2015

Membro da DR de Portalegre do STAL e dos seus órgãos executivos desde 2011

Membro da Comissão Sindical do Município de Avis do STAL

Candidata proposta pelo Partido Comunista Português.

Portalegre, 26 de Março de 2025

O Gabinete de Imprensa da CDU

 

25.3.25

OPINIÃO: Os Partidos Políticos

 


Os partidos políticos são a organização das classes sociais em luta pelo  poder central do Estado. São fundamentais na democracia, aonde há um pouco  de barulho social pela luta, mas no fim há uma harmonia de fundo. Uma  democracia com vários partidos é mais salutar que um regime de partido único.  Eles são as vozes de vários setores da sociedade, onde todos se podem ouvir. Este é o aspecto humano da democracia que parece fraca mas é forte, ganhando legitimidade aqueles que ganham pela maioria do voto popular. Aquilo que se gasta em eleições é bem empregue, porque dá a todos um governo não imposto pela ditadura. Os monopólios económicos são o fundamento dos regimes ditatoriais e a livre concorrência dos regimes democráticos. Os partidos populistas tentam aproveitar-se da abertura e da tolerância da democracia para implantar a ditadura. A luta dos partidos pelo poder central do Estado dá a vida ao inconformismo da sociedade e dos seus sectores. No meio de tanto barulho social e político há uma harmonia de fundo salutar. É do debate de ideias e de projectos políticos que vive a democracia. O debate democrático de ideias e  projetos é mais fecundo do que a monotonia imposta pela ditadura e calar isso é nefasto para a vida do povo. 

Portalegre, 25 de Março de 2025

José Oliveira Mendes

24.3.25

NISA: Conheça os poetas do concelho (XVIII) - João Marques Faustino

 


A TERRA SEMPRE A GIRAR

Há tanta gente a brilhar

Para morrer num momento

A terra sempre a girar

É eterna e dura sempre.

*** 

Dá gosto dá alegria

Ver tanto vivente na terra

Tudo canta tudo berra

Com a maior valentia

Quando é ao nascer do dia

Toca tudo a levantar

Começa o sol a raiar

Dá uma luz que até consola

No mundo que é uma bola

Há tanta gente a brilhar.

*** 

E não há nem um cantinho

Que não tenha bicharada

Está a terra formada

Com tanto e tanto bichinho

Todos têm o seu ninho

E o seu entendimento

Andam ao rigor do tempo

Quer de noite quer de dia

E a terra tudo cria

Para morrer num momento.

*** 

Seguem-se as árvores no campo

As roseiras no jardim

Vejam bem que é assim

Muita gente a sofrer tanto

Muita santa, muito santo

Tanto peixinho no mar

Tanta gente a navegar

Tudo anda tudo corre

E tudo acaba e tudo morre

A terra sempre a girar.

*** 

O sol, os astros e a lua

Que nunca desaparecem

Diariamente aparecem

Na carreira que é a sua

E a terra continua

A criar todo o vivente

Tanto animal, tanta gente

Morre o velho e a criancinha

E a terra que é tão velhinha

É eterna dura sempre.