9.2.16

CANTINHO DO EMIGRANTE: A crise veio para ficar?

O meu tema de hoje é triste..., e muito doloroso para todos os nisenses que emigraram, e que trabalharam, nestas duas fàbricas, que nas décadas de 60 e 70 foram mais que nossas mães: "Michelin" implantada em Joué les Tours, e a "Cibem" em Azay le Rideau.
Na "Michelin" fabricavam-se pneus de todos os tipos, e nela trabalharam ao efectivo, mais de duzentos nisenses, fazendo parte do quadro com cerca de 5 mil trabalhadores, e que hoje, apenas trabalham 176 operários e só até ao ano de 2019, data final da sua actividade, havendo vários "atelieres" que já foram vendidos ou demolidos. Ao contrário da "Cibem", desactivada já há 13 anos, onde se fabricavam embalagens de madeira e cartão. Nesta fábrica, que deu trabalho a várias dezenas de nisenses, chegaram a trabalhar 1.300 pessoas ao efectivo desde o ano 1916 ao ano 2003, mudando de nome três vêzes: "Leroy"-"Isoroy"-"Cibem"...
A câmara local comprou a fábrica por 850.000 euros, demolindo-a e projectando a edificação de um novo colégio, em que a decisão do "Conselho Distrital" resolveu de outra forma, fixando um calendário até 2018, para no local ser construído um novo bairro de habitação, para cerca de 150 pessoas, um parking público, uma escola, 50 casas de duas divisões, para pessoas idosas, comércios, e um gabinete médico.
Na realidade, este projecto pode trazer evolução para a vila, mas para aqueles, que fizeram parte do enriquecimento industrial, será sempre uma enorme perda, porque o desemprego não pára de se alastrar, levando-nos a pensar, que a crise  veio mesmo para ficar...
António Conicha (França)